"Pra sempre"

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- Gente, eu acho que eu vou... - Úrsula colocou a mão no peito, sentindo um aperto, e sua vista foi escurecendo.

- Úrsu? ÚRSULA! - Gabriel, seu colega de elenco gritou, se não fosse por ele, ela teria caído no chão.

Após alguns minutos, ela abriu os olhos e sentiu um aperto forte no peito, era uma dor insuportável, como se estivessem esfaqueando seu peito, ela tentou focar o olhar, porém sua vista estava embaçada, a espiração estava ofegante, e seu corpo trêmulo.

Ela fechou os olhos novamente, e aquela sensação de desespero não passava.

- Úrsula!? Tá me ouvindo? - Era a voz de Carlos.

- Aonde eu estou? - Ela perguntou confusa.

- Na enfermaria, você desmaiou, se não fosse pelo Gabi, você teria caído no chão... Você está tremendo! Carla, não é melhor dar um calmante pra ela? - Ele perguntou á enfermeira.

- Tenta explicar o que você está sentindo, querida! - A mulher pediu num tom doce.

- Um aperto no peito muito forte, uma sensação de medo, de desespero... Minha cabeça e meu estômago estão doendo... E eu estou tremendo. - Ela tentou levantar, mas sua cabeça parecia que estava pesando uma tonelada, e deitou novamente.

- Vamos te dar um calmante e vai ficar tudo bem. - Carla respondeu.

- Eu... Eu não preciso, eu preciso do meu celular... Porra de dor de cabeça. - Ela massageou as têmporas.

- Aqui, um calmante intravenoso, sua pressão está muito alta, por isso está com dor de cabeça, e é pelo mesmo motivo que você precisa tomar isso, para se acalmar. - Ela explicou em um tom amoroso, preparando a medicação.

Carla aplicou o calmante, e Úrsula já começou  a ficar sonolenta, enquanto sentia a mão do chefe fazer um leve carinho em seu cabelo.

~ Enquanto isso, em Madrid ~

- Senhor Miguel? - O porteiro chamava pela quinta vez, tocando a campainha, mas nem sinal dele.

- Senhor Miguel, eu vim trazer suas correspondências! - Ele chamou novamente e não foi atendido, desceu até a portaria e ligou para a pessoa mais próxima de Miguel, que ele possuía o contato.

- Senhor Jaime!? Aqui é o José, porteiro do prédio do senhor Miguel, então, eu tentei acabei de voltar do andar dele, eu chamei muitas vezes, toquei a campainha e nada, o estranho é que não vejo ele há dias, por isso resolvi avisar, será que ele foi viajar? - José perguntou preocupado.

- Olá, eu não estou conseguindo falar com ele a uns quatro dias, eu estou indo aí, ele não sairia de Madrid assim. - Jaime respondeu preocupado.

Após alguns minutos, ele chegou, cumprimentou o porteiro e subiu até o apartamento de Miguel, colocou a digital na porta e entrou.

- Miguel? - Jaime o chamou e seu coração parou por alguns segundos assim que olhou na direção da cozinha.

Uma garrafa de whisky vazia em cima da pia, e Miguel desacordado no chão.

- MIGUEL! - Ele gritou, correndo até o melhor amigo, chorando desesperadamente.

- Meu amor, fala comigo, Miguel! Chama uma ambulância pelo amor de Deus! - Ele pediu desesperado enquanto o puxava para si, tentou sentir seu pulso, porém os batimentos estavam fracos.

Alba pegou seu iPhone com as mãos trêmulas, ligando para a emergência.

- Eles já estão vindo... Aguenta firme meu amorzinho. - Ela correu até os dois, acariciando a bochecha de Miguel com cuidado.

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