Capítulo 53

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   • Lucas •
A Sofia conseguiu o emprego pra mim na lanchonete, tô gostando de trabalhar lá, principalmente porque agora fico ainda mais perto dela.
Em poucos dias já fiz amizades com todos, e não se passa um segundo se quer que não estamos conversando, brincando ou eles estão rindo da minha cara de apaixonado pra Sofia.
Resolvi trancar a faculdade, eu mal tenho ido pra lá nos últimos dias, então é melhor dar um tempo. Sai da lanchonete e fui direto pra casa, tomei um banho morno e segui pra cozinha, pra comer alguma coisa. Assim que cheguei lá encontrei meus pais cochichando e emocionados olhando um papel. Eles estavam tão distraídos que nem notaram a minha presença.
Karina: Foi tão emocionante, Paulinho. Você tinha que ter visto.
Paulo: Eu quero falar com ela, ela vai precisar do nosso apoio. - Sorriu mesmo chorando. - É uma menina. A nossa menina! - Me aproximei deles e vi um ultrassom.
Lucas: Você tá grávida, mãe? - Peguei a folha das​ mãos do pai.
Karina: Você não deveria ter entrado assim.
Lucas: A senhora tá grávida?
Karina: Não.
Lucas: De quem é isso aqui então? Quem vai precisar do apoio de vocês?
Paulo: Quando chegar a hora você vai saber. - Enxugou as lágrimas.
Lucas: Eu quero saber agora. - Cruzei os braços. - De quem é esse ultrassom? - Perguntei mais sério dessa vez.
Karina: Eu não deveria te contar, mas vou. Senta. - Fiz o que ela pediu. - Esse ultrassom é da Sofia, ela tá grávida! - Meu coração disparou e uma lágrima escapou dos meus olhos.
Lucas: Esse aqui é o meu filho? - Olhei para o ultrassom e depois pra mãe.
Karina: Infelizmente o pai é o Gabriel.
Lucas: Não! - Fiquei de pé. - Quando você soube disso?
Karina: Hoje de manhã. - Passou as mãos em baixo dos olhos. - Ela disse que vai te contar, só não sabe quando. A Sofia tá bem abalada.
Lucas: É uma menina? - Comecei a chorar.
Paulo: É. A nossa neta. - Coloquei a foto em cima da mesa e sai correndo de casa. - Onde você vai, Lucas? - Gritou da porta de casa.
Lucas: Atrás da minha mulher e da minha filha! - Corri pelas ruas da cidade e fui pensando no que falar pra Sofia, quando eu a visse. Chorei de felicidade durante todo o trajeto.
Bati em sua porta repetidas vezes, mesmo sem fôlego eu chamava por ela. Quando a porta foi aberta, a vi toda linda, vestindo um shortinho de pano e um top, revelando a sua pequena barriguinha. Levei meus olhos até sua barriga e as lágrimas vieram ainda mais forte.
Sofia: O que você​ tá fazendo aqui? Por que você tá chorando? - Segurou minha mão. - Fala comigo!
Lucas: Eu tô aqui pra te pedir perdão. Me deixa voltar pra casa? - Me ajoelhei no chão. - A nossa menina não pode nascer com os pais separados. - Seus olhos se encheram.
Sofia: Ela...
Lucas: Não! - Interrompi sua fala e segurei sua cintura. - Eu amo você e amo ela também. Eu vou ser o melhor pai do mundo, basta você deixar. Ninguém precisa saber a verdade! Me deixa ser pai e amar essa criança como se fosse minha. Ou melhor, ela é minha. A minha menininha! - Beijei sua barriga e senti sua mão no meu cabelo.
Sofia: Eu te amo. - Fiquei de pé e segurou seu rosto entre as minhas mãos, passei meus polegares por suas lágrimas e enxuguei seu rosto. - Obrigada por ser o melhor em tudo.
Lucas: Eu te amo! - Grudei nossos lábios.
Sofia: Trás suas coisas. As tuas meninas estão te esperando! - Meu coração acelerou ainda mais. Só Deus sabe a felicidade que estão sentindo.
Lucas: Obrigado por realizar o meu sonho de ser pai. - Beijei seus lábios mais uma vez e entramos na nossa casa. Senti falta do nosso lar. Me deitei no sofá e ela se deitou por cima de mim. Uma das minhas mãos estavam em sua barriga e a outra em seu cabelo. - Senti tanta saudade!
Sofia: Eu também senti. - Escondeu a cabeça no meu pescoço. - Você faz tanta falta nessa casa, nos meus dias e principalmente na minha vida. - Sorri largo.
Lucas: Faço das minhas as suas palavras. - Beijei seus lábios. - Então a nossa menina tá grandinha? - Acariciei sua barriga.
Sofia: Só ela, porque a minha barriga tá minúscula ainda.
Lucas: Tô louco pra te ver com um barrigão. - Ela sorriu. - Já pensou em algum nome?
Sofia: Não. Estava esperando a sua ajuda.
Lucas: Eu gosto de Maria, o que você acha?
Sofia: Que tal Maria Luísa?
Lucas: Eu gostei. Tomara que ela goste também. - Beijei sua testa. - Será que ela vai ser Ruivinha que nem você?
Sofia: Não sei. Tô tão feliz de você estar aqui. - Ela tirou o rosto do meu pescoço e me olhou nos olhos.
Lucas: Também estou. Obrigada por me dar uma família.
Sofia: Obrigada por me ensinar a viver! - Grudei nossos lábios num beijo lento e cheio de saudade. Agora nos braços dela me sinto inteiro. Me sinto vivo. Me sinto amado!
Tirei seu corpo de cima do meu, desgrudei nossas bocas, sai do sofá e peguei minha mulher em meus braços. Segui para o nosso quarto e nos amamos durante horas. Beijei cada pedacinho do seu corpo e matei a saudade que me sufocava até há dias.

• Sofia •
Meses se passaram e eu ainda não consigo descrever a emoção que senti quando vi o Lucas na minha porta, pedindo pra voltar e querendo assumir a nossa menina.
Lucas: Amor, tá todo mundo esperando a gente lá na mãe.
Sofia: Tô quase pronta. Procura a minha rasteirinha.
Lucas: O que é isso? - Revirei os olhos.
Sofia: Deixa que eu procuro.
Lucas: Posso ser uma sandália qualquer?
Sofia: Pode. - Ele saiu do quarto e voltou minutos depois com a minha rasteirinha. Depois diz que não sabe o que é isso. - Já fechou a casa?
Lucas: Só falta o quarto da Maria Luíza. - Passei meu perfume e fomos para o quarto da nossa menina, que está pronta a sua espera. Enquanto o Lucas fechava a janela eu ia olhando cada pedacinho, não vejo a hora de ver a minha menina aqui.
Fechamos a porta da cozinha e fomos para a casa dos meus sogros, andando. No meio do caminho encontramos o Lê e a Lari com os pequenos.
Arthur: Sô. - Correu com o Léo e veio me abraçar.
Sofia: Oi meninos. - Beijei a testa dos dois, que beijaram a minha barriga.
Leonardo: Oi Maria. - Sorri.
Lucas: Eu não ganho abraço, não. - Os dois me soltaram e grudaram no Lucas. Abracei o Lê e logo depois a Lari.
Leandro: Como tá a gatinha do tio? - Tocou minha barriga.
Sofia: Pesada.
Larissa: Você tá tão linda.
Sofia: Obrigada. - Os meninos me deram as mãos e seguimos assim.
Leonardo: Vai demorar para a Maria nascer?
Sofia: Não. - Sorri pra ela. - Nós só estamos esperando pelo tempo dela.
André: Nasce logo bebê. - Falou com a minha barriga e eu me derreti toda.
Leandro: Não vejo a hora de ver ela.
Lucas: Tô ansioso também.
Leonardo: Quando ela nascer você vai deixar eu e o Arthur brincar com ela?
Sofia: Mas é claro. Vocês dois vão ser os meus ajudantes!
Arthur: Vou ensinar ela a jogar futebol. - Ri.
Sofia: Vai demorar bastante pra isso acontecer Tuca.
Quando chegamos na casa dos meus sogros eles me puxaram para o sofá e me obrigaram a descansar. Meu pai e o seu Paulinho ficaram "conversando" com a neta, enquanto a minha mãe e a Karina me empanturravam de comida.
Depois de um tempo fui para a cozinha com as mulheres e colocamos o papo em dia.
Larissa: Já tá tudo certinho no quarto dela?
Sofia: Já. Eu e o Lucas já cansamos de revisar a minha mala e a dela.
Karina: Agora é só esperar pela paciência e a vontade dela.
Sofia: O Dr Tiago disse que se ela não nascer até na quinta, na sexta cedinho é pra ligar pra ele e ir no hospital, fazer minha internação que ele faz a cesariana.
Suzana: Ela tem só mais cinco dias para decidir se vai vir por conta própria ou não. - Ri.
Sofia: Acho que ela tá gostando de ficar aqui dentro. - Acariciei minha melancia, vulgo barriga.
Vinicius: Cadê a grávida mais linda dessa família? - Perguntou entrando na cozinha.
Sofia: Aqui! - Sorri e fui até ele e o abracei.
Bárbara: Mas já tá grudado na minha irmã?
Sofia: É o amor. - Sai dos braços do Vini e fui para os dela.
Bárbara: Tá maior que ontem. - Tocou na minha barriga.
Vinicius: Acho que cresce a cada segundo. - Ficamos conversando ali e quando o almoço ficou pronto a família toda se reuniu ao redor da mesa. Eu amo esse clima de paz e amo mais ainda momentos assim. Dei um cheirinho no Lucas e enlacei nossos dedos sobre a mesa.
Lucas: Eu te amo! - Se declarou olhando nos meus olhos.
Sofia: Eu também te amo. - Selei nossos lábios rapidamente. Meus pais não voltaram a ficar juntos, mas estão felizes, a mãe com o André e o pai com a Cláudia. Depois de tantos encontros, o Lucas conseguiu juntar os dois, tenho que confessar, eles fazem um casal muito bonito.
Leonardo: Sô. - Bateu no meu braço. Virei para o lado e olhei em seus olhinhos. - Corta a carne pra mim?
Sofia: Corto. - Soltei a mão do Lucas e cortei a carne para o pequeno, depois fiz o mesmo para o meu irmão.
André: Você dá muita manha para esses dois, não acha não?
Sofia: Não. Eles são meus pequeninhos.
Leonardo: E a gente cuida da Sô, por isso ela gosta de mim e do Tuca.
Arthur: Nós somos Defensores igual o Lucas. - Sorri largo.
Sofia: Ninguém no mundo tem Defensores melhores que os meus. - Fiz carinho no rosto dos meninos. Almoçamos em meio a conversas e sorrisos, depois fui para a sala com o Lucas e o Léo.
Lucas: Pega um travesseiro pra mim Léo.
Leonardo: Não, eu tô fazendo na carinho na barriga da Sô. - Nós três estávamos sentados no chão.
Lucas: Vai lá campeão.
Leonardo: Não. - Gargalhei.

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