Capítulo 18

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   • Sofia •
Abri os olhos mas a claridade me obrigou a fechá-los novamente, tentei abri-los mais algumas vezes e só uns minutos depois consegui deixá-los abertos. No alto da minha cabeça estava um litro de soro, isso fez com que eu me situasse onde estava. Tentei mexer a cabeça mas não consegui, e isso aconteceu com o resto do corpo também. Quando tentei levantar minha mão senti a agulha do soro beliscar então voltei a deixá-la no mesmo lugar e soltei um gemido baixo de dor. E foi nesse instante que o meu Defensor apareceu ao lado da maca.
Lucas: Oi. - Sorriu fraco. Seu rosto e olhos estavam inchados.
Sofia: Oi. Você tava chorando?
Lucas: Um pouco. - Riu, enquanto uma lágrima escorria pelo seu olho esquerdo. - Como você tá se sentindo? - Levou uma mão até a minha testa e fez carinho.
Sofia: Você chorou por minha causa? Tô com dor, mas acho que tô bem.
Lucas: Chorei. Você tomou remédio pra dor quase agora, fica quietinha que daqui a pouco já passa.
Sofia: Senta comigo. - Pedi e assim ele fez. - Você ficou aqui comigo enquanto eu dormia?
Lucas: Fiquei aqui do seu lado o tempo todo, desde a hora que te trouxeram pra cá e vou permanecer aqui até que você me mande embora.
Sofia: Não quero que vá. - Olhei em seus olhos.
Lucas: Então eu fico. - Sorriu. - Fiquei tão preocupado.
Sofia: Eu tô bem agora. - Tentei tranqüiliza-lo. - Obrigada por me salvar mais uma vez.
Lucas: Você poderia arranjar um Defensor melhor.
Sofia: Não existe ninguém melhor que você. - Eu queria toca-lo mas a dor me impedia. - Se não fosse a sua curiosidade hoje eu estaria morta. Obrigada por cuidar da minha casa e por ser tão enxerido.
Lucas: E tem gente que diz que cuidar da vida dos outros é ruim, viu eu te salvei. - Fez graça e me arrancou um sorriso.
Sofia: No seu caso a curiosidade não matou o gato.
Lucas: O gatão aqui tá bem vivo e a princesa dele também. - Sorri largo.
Sofia: Só você pra me fazer rir agora. Queria poder te abraçar.
Lucas: Logo logo você vai poder.
Sofia: Eu devo tá horrível, cheia de hematomas e curativos.
Lucas: Você continua linda, mesmo com isso tudo.
Sofia: Você mente muito bem.
Lucas: Quem disse que eu tô mentindo? - Sorriu de lado.
Sofia: Eu não consigo me mexer.
Lucas: É por causa da faixa que está enrolada desde a sua cintura até o peito mais ou menos, e por causa dos vários machucados que você tem pelo corpo.
Sofia: Quebrei alguma coisa?
Lucas: Duas costelas, mas graças a Deus não foi preciso fazer cirurgia.
Sofia: E o Gabriel?
Lucas: Fugiu, mas a polícia tá atrás dele.
Sofia: Ele vai voltar pra me matar.
Lucas: Não vai, porque dessa vez eu vou cumprir com meu dever direitinho, e antes que ele encoste um dedo em você, eu acabo com ele.
Sofia: São flashes, mas eu lembro de você batente nele. Você se machucou?
Lucas: Só um pouquinho. - Levantou a mão enfaixada.
Sofia: Lucas...
Lucas: Não diz nada, eu faria tudo de novo se fosse preciso.
Sofia: Você é um anjo.
Lucas: O seu anjo. - Sorri. - Eu vou cuidar de você! - Ele foi se abaixando, aproximou nossos rostos e plantou um selinho demorado nos meus lábios. - Desculpa, era pra ser na bochecha. - Deu uma piscadela sorrindo. Tenho medo de onde essa brincadeira pode acabar. Ouvi a porta ranger e logo em seguida a voz a dona Karina.
Karina: Boa tarde. - Assim que ela se aproximou da cama pude vê-la com roupas brancas. Ela abraçou o Lucas e sorriu pra mim. - Como você tá?
Sofia: Com dor.
Karina: O Dr acabou de te receitar outro remédio pra dor. - Ela saiu de perto da cama e voltou segundos depois com duas seringas enormes nas mãos. Só de ver o tamanho da agulha meu corpo tremeu. - Não precisa ter medo, vai ser na veia.
Sofia: Graças a Deus.
Lucas: Tem medo de agulha? - Desceu da cama e segurou minha mão.
Sofia: Tenho e não é pouco. - O Lucas riu.
Karina: Ele morre de medo também.
Lucas: Pô mãe, assim não dá. - Se fez de bravo. - A senhora tá queimando meu filme, não sei se percebeu mas eu tô tentando conquistar essa gatinha aqui. - Ri.
Sofia: A gatinha aqui não é conquistável.
Lucas: Todo mundo é conquistável.
Sofia: Eu não sou.
Karina: Tá na hora de trocar os curativos e tomar banho, vou pegar uma cadeiras de rodas de banho e já volto.
Lucas: Ela não pode andar?
Karina: O Dr proibiu.

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