Capítulo 10

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• Lucas •
Quando passei em frente a lanchonete lembrei que o Vinicius me disse que a Sofia voltaria hoje ao trabalho, então resolvi parar e oferecer uma carona. Me surpreendi quando ela disse que sim.
Estamos indo pra faculdade pelo caminho mais longo, mas a Sofia não precisa saber disso, não é mesmo? Escolhi esse caminho justamente pra ter mais tempo com ela.
Esses dias sem sua presença me fizeram mal. Já acostumei com a sua presença, mesmo que seja de longe.
Não consegui segurar o sorriso quando ela disse que também me queria por perto, esperei ouvir essa frase por muitos anos. Agora finalmente terei a minha amiga de volta.
Fui o caminho todo segurando a sua mão, vez ou outra eu a acariciava e a ruiva na minha garupa sorria. Me fazendo sorrir igual um idiota.
Assim que chegamos no Campus da faculdade, estacionei a moto no lugar de sempre.
Lucas: Gostou do vento no rosto? - Perguntei, assim que descemos da moto e ela me entregou o capacete.
Sofia: Muito. Deveria ter aceitado sua carona a mais tempo.
Lucas: Pode vir comigo sempre que quiser, e se você deixar posso passar na lanchonete todos os dias pra te pegar.
Sofia: Prefiro que você apareça por lá de surpresa que nem hoje. - Sorriu. Ah se ela soubesse o quanto esse sorriso é bonito.
Lucas: Quando a senhorita menos esperar eu estarei lá.
Sofia: Quero só ver. - Quando ela foi arrumar a mochila nas costas fez careta, talvez esteja pesada.
Lucas: Deixa que eu levo pra você! - Ela me entregou a mochila e eu fui carregando a dela nas mãos e a minha nas costas. - Você fez falta na sala. - Falei quando começamos a caminhar.
Sofia: As únicas pessoas que devem ter sentido a minha falta foi você e o Vini, porque o resto não está nem aí pra mim.
Lucas: Você deveria ficar contente com isso, os mais bonitoes do campus sentiram a sua falta. Isso não é pra qualquer uma, não.
Sofia: Você é muito modesto, parabéns. - Gargalhei.
Lucas: Tô brincando. Eles são uns idiotas por não perceber o quão especial você é. - Ela sorriu.
Sofia: Você e suas palavras bonitas. Me sinto bem do seu lado, sabia?
Lucas: Fica aqui pra sempre então. - Olhei em seus olhos e parei de caminhar, ficando de frente pra ela. -Você sabe que tem um lugar aqui dentro. - Apontei para o meu coração. - Que vai ser pra sempre seu. Fica do meu lado que eu te protejo e te cuido com todo carinho do mundo.
Sofia: Você é um anjo. - Me abraçou de repente. Soltei a mochila dela no chão e passei meus braços por sua cintura, levei meu nariz até seus cabelos da cor do fogo e Inalei seu cheiro gostoso. - O meu anjo. - Sussurrou. Beijei seus cabelos e continuamos abraçados por algum tempo.
Nathan: Olha quem está aqui, o casal vinte. - Levantei meu rosto e vi o Nathan e o Samuel, parados de braços cruzados. - Essa união de vocês até parece aquele de filmes clichês sabe, já encontrei até um nome para o filminho de vocês A Gorda e o Popular.
Samuel: Que romântico. - Juntou as mãos e logo em seguida riu debochado.
Lucas: Não dá ouvidos. - Sussurrei pra Sofia e peguei a mochila dela do chão, mas não desfiz nosso abraço.
Nathan: A orquinha deve estar feliz da vida por alguém como você dá moral pra ela. - A raiva começou a crescer dentro de mim, mas me segurei. A única coisa que fiz foi começar a caminhar com a Sofia, ainda ao meu lado. - Vocês estão namorando? - Não respondi.
Samuel: Depois que começou a andar com o viado e a gorda o Lucas ficou metidinho, nem fala mais com os amigos.
Lucas: Que amigos? - Parei de caminhar, soltei a Sofia e me virei pra eles. - Nenhum de vocês dois sabe o significado dessa palavra.
Samuel: O defensor está mostrando as garrinhas, olha. - Cutucou o Nathan.
Sofia: Vamos. - Segurou minha mão.
Nathan: Oh, a orca sabe falar. Sempre pensei que a esquisitona aí fosse muda. - Gargalhou. Nessa hora não aguentei e desferi um soco em seu rosto.
Lucas: Eu não vou aceitar que você trate a Sofia dessa forma. - Esbravejei. Sofia: Deixa isso pra lá. - Me puxou.
Lucas: Não deixo! A partir de hoje eu não vou mais permitir que as pessoas te chamem assim e muito menos te trate como lixo ou fantasma. - Olhei em seus olhos. - Você não é uma orca e muito menos esquisitona. - Segurei seu rosto em minhas mãos. - Você é linda e tem muito mais valor que uns e outros por aí. - Ela sorriu.
Nathan: Ah que cena linda. - Soltei o rosto da Sofia e me virei para o idiota que eu acreditava ser meu amigo.
Samuel: Isso chega a me dar ancia.
Lucas: Então some daqui!
Nathan: Olha que bravinho. Suas palavras foram muito bonitas, desse jeito a gordinha aí vai se apaixonar.
Lucas: Não chama ela assim. - Falei entre dentes.
Sofia: Prefiro ser gorda do que ser alguém vazio e sujo que nem você, que só se sente bem quando menospreza os outros. - Virei meu rosto e olhei pra Sofia. Por isso que eu gosto dessa menina! Ao mesmo tempo que ela é doce, já se tornou alguém forte. Nunca tinha visto ela assim, confesso que gostei e muito. É por essas e outras que ela é a minha menina!
Samuel: Nossa, pegou pesado.
Nathan: Vai ter troco. - Ele e o Samuel saíram cuspindo fogo pelas vendas e eu peguei a Sofia pela cintura, estendendo-a no ar.
Lucas: Gostei da sua defesa. - Beijei seu rosto.
Sofia: Segui seu conselho.
Lucas: Faça isso sempre, nunca deixe que te tratem assim. Você já foi humilhada de mais, agora é a vez de você dar a volta por cima e mostrar o seu valor.
Sofia: Obrigada. - Abraçou meu pescoço, e eu apertei ainda mais sua cintura, levei uma das minhas mãos até as suas costas e fiz carinho. - Aí.
Lucas: Que foi? - Voltei a colocá-la no chão. - Eu te machuquei?
Sofia: Tá tudo bem. - Fez careta. - Eu to com dor nas costas já faz alguns dias.
Lucas: Já foi ao médico?
Sofia: Não é preciso. - Sorriu de lado. - Vamos procurar o Vini? Estou com saudades daquele doído.
Lucas: Ele falou em você a semana toda. - Voltei a pegar sua mochila do chão e passar um dos meus braços por seus ombros.
Sofia: O Vini é o melhor amigo que alguém poderia ter.
Lucas: Eu não sou? - Arqueei uma sobrancelha e olhei em sua direção.
Sofia: Você também. - Encostou a cabeça no meu ombro. - Você e o Vini são meus anjos protetores.
Lucas: Na verdade somos os seus Defensores. - Beijei sua testa.

• Sofia •
Andamos pelos campus da faculdade e assim que vi meu amigo sai dos braços do Lucas e fui para os dele.
Vinicius: Eu estava morrendo de saudades de você! - Beijou meu rosto demoradamente.
Sofia: Também senti. - Abracei sua cintura ainda mais forte.
Vinicius: Você está melhor?
Sofia: Tô quase 100% já.
Vinicius: Que bom. - Beijou meus cabelos. - E esse cabelo bagunçado?
Sofia: É por causa do capacete.
Lucas: Ela veio comigo hoje. - Sorriu.
Vinícius: Ele foi te pegar na lanchonete? - Assenti. - Ai que romântico.
Sofia: Não tem nada de romântico, amigos também fazem isso sabia?
Vinicius: Aham, tô sabendo. - Riu. - Você fez muita falta por aqui.
Sofia: Já ouvi isso hoje. - Sorri.
Vinicius: Lucas anda muito apressadinho, está mais ligeiro que eu. Lucas: Tem que ser rápido. - Deu uma piscadela. - Vamos pra sala?
Vinicius: Vamos. - Começamos a caminhar lado a lado, fiquei no meio dos dois e vez ou outra trocamos sorrisos. - Aula com o Danilo agora. - Revirou os olhos.
Sofia: Não tô nem um pouco afim de olhar pra ele.
Lucas: Muito menos eu.
Sofia: Bem que ele podia faltar hoje, né?
Vinicius: Apoiava. Cadê seu material?
Lucas: Tá aqui. - Levantou minha mochila.
Vinicius: Você tá chique hein. Voltou hoje e já tem até quem carregue suas coisas.
Sofia: Quem pode, pode. Quem não pode se sacode. - Ri.
Vinicius: Isso é mais velho que a minha vozinha. - O Lucas gargalhou. - Quero um boy assim também, que carregue as minhas coisas e vá me buscar no trabalho.
Sofia: Como se você não tivesse.
Vinicius: Ah, verdade. - Sorriu. Assim que entramos na sala eu e o Vini seguimos para os nossos lugares de sempre, e me surpreendi quando o Lucas não foi para o fundo da sala e se sentou do meu lado.
Sofia: Não vai lá pra trás? - Olhei em sua direção.
Lucas: Não. - Deu de ombros. - Tô sentando aqui ultimamente, não sabia? - Neguei com a cabeça.
Vinicius: Nos dias que você faltou o Lucas me fez companhia.
Sofia: Estão amiguinhos?
Lucas: Estamos.
Vinicius: Somos quase Best Friends Forever. - Gargalhei.
Sofia: Tô percebendo, só espero que não me abandonem.
Lucas: Nunca. - Sorriu e passou um dos braços pelo meus ombros, plantando um beijo molhado na minha bochecha.

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