Capítulo 34

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 • Lucas •
Lucas: Vamos? - Olhei pra Sofia.
Sofia: Vamos.
Maria: Tenham uma ótima noite.
Sofia: Vocês também.
Antônio: Bom passeio.
Lucas: Obrigado. - Abri a porta principal e deixei a Sofia passar primeiro. - Vamos andando, se importa? - Voltei a abraçá-la pelos ombros.
Sofia: Não. - Abraçou minha cintura. - Obrigada pelo presente.
Lucas: Não é preciso agradecer. - Beijei sua testa. - Vamos pegar um cineminha?
Sofia: Vamos. Posso escolher o filme? - Fez cara de cachorro quando cai da mudança.
Lucas: Pode.
Sofia: Vou escolher um bem meloso então.
Lucas: Você não faz muito o tipo de garota que curte esses filmes.
Sofia: Por que não? - Arqueou uma sobrancelha.
Lucas: Sei lá. Você é cheia de mistérios, pensei que preferisse filmes assim.
Sofia: E prefiro, só que às vezes é bom variar. - Sorriu.
Lucas: Também gosto de mistérios, por esse motivo gosto tanto de você.
Sofia: Que amor. - Me abraçou mais forte.
Lucas: Animada pra voltar a sua rotina normal?
Sofia: Animadíssima! Não vejo a hora de voltar trabalhar, ver seu Nícolas, o Vini. Tô com saudade até da faculdade, acredita?
Lucas: Acredito. - Riu. - Você vai gostar da professora que tá no lugar do Danilo. Ela é bem simpática.
Sofia: Não vai me dizer que você já deu em cima dela.
Lucas: Claro que não. Você pensa que eu sou o quê? Um Don Juan?
Sofia: Talvez. - Deu de ombros. - Você tem um papo legal e é bem convincente quando quer.
Lucas: Se eu fosse tão convincente assim você era minha. - Olhei em seus olhos.
Sofia: Viu, é disse que eu tô falando. Você olha pra gente de um jeito tão profundo e depois faz essa cara de bobo, é difícil manter o pulso firme.
Lucas: É muito bom saber disso, vou começar a te olhar dessa forma mais vezes.
Sofia: Mais do que você já usa?
Lucas: Cem vezes mais.
Sofia: Isso vai ser covardia.
Assim que chegamos no shopping fomos direto para o cinema, compramos nossas entradas e algumas guloseimas. O filme até que não era tão ruim assim, mas tendo a Sofia ao meu lado é difícil prestar atenção em outra coisa que não seja ela.
Lucas: Tô com fome ainda. - Falei enquanto saímos da sala de cinema.
Sofia: Também tô.
Lucas: Tem uma lanchonete aqui pertinho.
Sofia: Vamos pra lá agora. - Me puxou pela mão.
Lucas: Morta de fome.
Sofia: Como se você não fosse.
Assim que chegamos na lanchonete escolhemos uma mesa perto da janela e nos sentamos lado a lado.
Lucas: Tá tudo encolhida, tá com frio?
Sofia: Um pouco. - Respondeu chegando mais perto de mim. Passei meu braço por seus ombros e com a minha mão livre segurei as suas. - Você não tá com frio?
Lucas: Não. - Beijei seus cabelos.
Sofia: Nem um pouquinho?
Lucas: Nem um pouquinho. Quer ir pra pensão?
Sofia: Não. - Relaxou a cabeça no meu peito. - Seus amigos gostaram mesmo de mim?
Lucas: Gostaram. - Sorri. - Falaram em você o resto do dia.
Sofia: Gostei deles também, menos da Gláucia.
Lucas: Ela também não gostou de você.
Sofia: Que bom. - Gargalhei. - Mulher narizinho empinado.
Lucas: Ela é exibida mas tem um bom coração.
Sofia: Imagino. - Ironizou. - Pensei que ela fosse pular no meu pescoço quando você me chamou "de minha mulher".
Lucas: Confesso que fiquei com medo disso acontecer.
Sofia: Quando eu cheguei lá na loja vocês estavam se pegando​, né? - Levantou o rosto.
Lucas: Não. Ela deu uma investidas, mas eu disse que a gente tá junto e que vamos casar.
Sofia: Você mentiu pra ela então?
Lucas: Não necessariamente. - Enlacei nossos dedos. - Nós estamos juntos, vamos dividir a mesma casa, as contas, tudo. Pra mim isso não deixa de ser um casamento.
Sofia: Concordo com tudo, menos na parte que estamos juntos.
Lucas: Por que não concorda?
Sofia: Porque não estamos. - Deu de ombros.
Lucas: Estamos sim, só você não vê. - Olhei em seus olhos. - Estamos juntos desde o dia que você saiu do hospital e nós nos beijamos lá no meu quarto.
Sofia: Você é doido. - Riu. - Eu não estava sabendo disso.
Lucas: Mas agora tá. - Selei nossos lábios rapidamente. - Vamos fazer o pedido?
Sofia: Vamos. - Chamei um dos garçons que anotou nosso pedido e saiu das nossas vistas. - Vamos pra casa amanhã?
Lucas: Não, só na segunda. Planejei um dia bem legal pra gente amanhã. - Ela abriu um sorrisão.
Sofia: Tô curiosa.
Quando os nossos lanches ficaram prontos comemos em meio a conversas e sorrisos. Saímos da lanchonete já satisfeitos e fomos dar um passeio pela cidade. Mostrei pra Sofia alguns lugares que eu costumo ir quando venho pra cá e ela pareceu gostar dos lugares tanto quanto eu gosto.
Lucas: Vamos voltar pra pensão? Você tem que tomar os remédios.
Sofia: Eu nem lembrava mais deles. - Respondeu enquanto passava um dos braços pela minha cintura. Eu gosto tanto quando essas pequenas atitudes surgem da parte dela.
Lucas: Não pode esquecer. - Abracei seu corpo. - Tenho uma surpresa pra ti. - Olhei em seus olhos.
Sofia: Que tipo de surpresa? - Sorriu, arqueando uma sobrancelha.
Lucas: Se eu contar vai deixar de ser surpresa. - Revirei os olhos.
Sofia: Bobão. - Em poucos minutos de caminhada chegamos a pensão. Assim que tranquei a porta principal subimos as escadas com cuidado pra não fazer barulho e acordar às outras pessoas. - Aqui tá quentinho. - Me soltou.
Lucas: Vou tomar um banho.
Sofia: E a minha surpresa?
Lucas: Só depois do meu banho.
Sofia: Você é muito malvado. - Fui até a minha mochila jogada num canto do quarto e peguei uma cueca, uma bermuda e uma toalha. - Posso pegar uma camiseta tua pra eu dormir? Esqueci de colocar roupa confortável pra noite.
Lucas: Pode pegar. Já volto. - Fui até o banheiro e tomei um banho rápido. Quando sai do banheiro a Sofia já estava deitada e coberta até o pescoço. - Isso tudo é frio? - Perguntei apagando as luzes do quarto e deixando só a dos abajures acesas.
Sofia: Mais ou menos. - Caminhei até a cama, puxei o cobertor e me enfiei de baixo dele. Assim que me ajeitei de lado a ruivinha se aproximou de mim. - Agora quero a minha surpresa. - Ri.
Lucas: Você é pior que criança pequena. - Beijei seus lábios e Enlacei nossas pernas. - Tua perna tá quente.
Sofia: Não sei como, se eu tô aqui quase congelando.
Lucas: Exagerada. - Levei minha mão até seu rosto e tirei uma mecha de cabelo que cobria seus olhos. - Você é tão linda.
Sofia: Você que é. - Encostou a testa no meu queixo.
Lucas: Olha pra mim? - Pedi e logo em seguida ela atendeu meu pedido. - Você merece coisa muito melhor e um pedido mais decente também, mas isso é tudo o que eu posso oferecer. - Toquei sua bochecha esquerda.
Sofia: Você tá me deixando ainda mais curiosa. - Segurou minha cintura. Como é bom sentir sua mão quente e delicada em mim.
Lucas: Aceita ser minha namorada? - Perguntei olhando em seus olhos.
Sofia: Namorada? - Tirou a mão de mim. - Acho que você tá confundindo as coisas, Lucas. Nós somos amigos.
Lucas: Amigos não se beijam.
Sofia: Alguns se beijam sim.
Lucas: Mas não do jeito que a gente se beija. Amigos não duvidem o mesmo quarto, a mesma cama. Abre os olhos Só, nós somos bem mais que amigos.
Sofia: Mas isso não quer dizer que a gente tem que namorar. - Virou os rosto.
Lucas: Odeio a sua teimosia. - Bufei.
Sofia: Se odeia então porque quer namorar comigo? - A resposta está na ponta da língua mas me segurei pra não responder. Será que é assim tão difícil de perceber que eu gosto dela? Por que eu não me apaixonei por alguém menos complicado?
Tirei minha mão do seu rosto, desenrolei nossas pernas e fiquei de barriga pra cima.
Lucas: Eu pensei que você sentia alguma coisa por mim.
Sofia: E sinto.
Lucas: Então aceita o meu pedido. - Olhei em seus olhos.
Sofia: Não me sinto preparada ainda. - Bufei novamente e fiquei de costas pra ela. - Vamos continuar sendo amigos. - Tocou meu braço com a ponta dos dedos. - Lu. - Não respondi. Nesse mesmo momento senti sua mão me puxar com força, me fazendo ficar de barriga pra cima novamente. - Não fica com essa cara amarrada. - Levou uma das mãos até o meu peito e jogou uma perna por cima das minhas. - Eu gosto do jeito que estamos.
Lucas: Queria algo sério contigo. Queria que você ficasse só comigo.

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