Capítulo 40

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     • Sofia •
Nícolas: O importante é agora eu encontrei você. - Sorri e mais uma vez me joguei em seus braços. Deitei minha cabeça em seu peito e fiquei ouvindo as batidas do seu coração. Enquanto ele me abraçava e acariciava os meus cabelos. Passamos horas conversando. Ele me contou muita coisa bacana. Me contou como era o relacionamento dele e da Suzana, eles pareciam se amar muito, só não entendo o porquê da traição. - Eu me lembro direitinho o dia que você veio ao mundo. - Sorri. - Eu andava com você pra cima e pra baixo naquele hospital, eu lembro que a Suzana até brigou comigo por eu não querer dividir você com ela.
Sofia: De onde surgiu o Pimpolhinho?
Nícolas: Não sei. - Riu. - Só sei que assim que eu te vi eu coloquei esse apelido. Você era tão pequenina, tão linda e frágil. Tão parecida com um Pimpolho. - Ri.
Sofia: Você quem colocou então. - Acariciei seu braço. Eu ainda estava apoiada em seu peito.
Nícolas: Sim e depois de um tempo veio Papai e Mamãe Pimpolhão. Você dava gritinhos finos e muito alto quando eu ou a Sú te chama. Acho que era uma forma de você dizer que gostava do apelido.
Sofia: Quando você foi embora eu tinha quantos meses?
Nícolas: 5 ou 6 mais ou menos.
Sofia: Você tem os cabelos negros, nas fotos a Suzana também tem. Como é que eu vim ruiva?
Nícolas: Você puxou a minha mãe. Ela tinha os cabelos ainda mais ruivo que o seu.
Sofia: Qual era o nome dela?
Nícolas: Judith. Ela faleceu faz alguns anos, ela nunca me perdoou por eu ter ido embora e ter abandonado você e a Suzana. Você lembra um pouco ela. - Sorri. - Quero te apresentar pra minha família ou melhor a nossa família.
Não trabalhei o restante do dia, fiquei ali com o seu Nícolas. Um pouco antes do restaurante fechar o Lucas me mandou mensagem dizendo que não iria poder me buscar, então quem me levou pra casa foi meu patrão e agora pai. Não vou conseguir chamá-lo desse jeito por enquanto, mas com o tempo eu sei que vou conseguir.
Sofia: Obrigada pela carona. - Agradeci assim que ele estacionou em frente a minha casa. - Quer entrar? O Senhor ainda não conhece a minha casa.
Nícolas: Você já tem visita. - Apontou para a varanda da casa e lá estava a Bárbara.
Sofia: É a minha irmã.
Nícolas: Pelo que me disse vocês estão reconstruindo esse laço, então fica com ela hoje. Nós conversamos bastante, acho que ela merece a tua atenção também.
Sofia: O Senhor tá certo. - Abracei ele. - Quero que conheça a família do Lucas, eles são a minha família também. Domingo eles vão almoçar aqui e eu quero muito que o Senhor esteja aqui.
Nícolas: Eu vou estar. - Um sorriso enorme surgiu em seus lábios. - Não vejo a hora de conhecê-los. - Desfiz nosso abraço e beijei sua bochecha.
Sofia: Obrigada mais uma vez. Até amanhã.
Nícolas: Até amanhã, filha. - Desci do carro e lhe dei um último Tchauzinho. Não vejo a hora do Lucas chegar e por contar tudo a ele. Ele vai ficar tão feliz por mim, já até consigo imaginar seu sorriso.
Sofia: Oi.
Bárbara: Oi. - Veio ao meu encontro e me abraçou. - Desculpa. - Se afastou.
Sofia: Tudo bem. - Enlacei nosso braço. - Eu gosto de abraço, pode fazer isso sempre.
Bárbara: Sério? - Meneei a cabeça em sinal positivo. E em instantes estávamos abraçadas. - Trouxe uma coisa da padaria pra você.
Sofia: Vamos entrar. - Procurei a chave na bolsa e entramos pela porta da cozinha. - Faz tempo que você tá me esperando?
Bárbara: Não muito. - Puxou uma cadeira e se sentou. Coloquei minha bolsa no murinho da cozinha e fui abrir as janelas da cozinha e da sala. - Eu não lembrava que horas você sai da lanchonete então assim que saí da padaria vim direto pra cá.
Sofia: Gostei da surpresa. - Procurei a chaleira e coloquei a água esquentar pra fazer café. - O que você trouxe pra mim?
Bárbara: Pão de queijo. Eu que fiz. - Falou toda orgulhosa. - Aprendi a fazer hoje.
Sofia: Deixa eu experimentar. - Peguei o saquinho de cima da mesa e peguei o pãozinho. - O cheiro tá bom. - Assim que mordi um pedaço e comecei a mastigar fui no céu. - Isso tá maravilhoso. - Falei de boca cheia.
Bárbara: De verdade?
Sofia: De verdade! É de comer rezando. Parabéns, tá muito gostoso.
Bárbara: Obrigada. - Sorriu largo.
Sofia: É o melhor pão de queijo que eu já comi na vida. Vou guardar só pra mim, não vou dividir com o Lucas, não.
Bárbara: Gulosa. Eu trouxe bastante, vai dar para os dois comer.
Sofia: O Lucas é esganada, quando eu ver não tem mais nada. - Ri.
Bárbara: Cadê ele?
Sofia: Não sei. Ele mandou mensagem dizendo que não ia me buscar e não deu mais notícias. Acho que tá na loja ainda.
Bárbara: Aquele amigo dele não fez as fotos ainda?
Sofia: Não, mas disse que até amanhã eles estarão prontas.
Bárbara: Tomara. Hoje eu espalhei alguns cartazes por aí. Coloquei alguns até lá na padaria.
Sofia: Quero te contar uma coisa. - Puxei uma das cadeiras e me sentei. - Eu encontrei o meu pai.
Bárbara: Ah, meu Deus! - Falou alto. - Me conta tudo! Como ele é? Ele sabe é o teu pai? Qual o nome dele? Meus Deus! Eu tô tão feliz por você! - Segurou a minha. Consegui ver sinceridade em seu olhar. A felicidade dela era tão grande que eu me emocionei. Acho que agora é tudo real, não existe falsidade e muito menos mentiras. A Bárbara está sendo verdadeira.
Sofia: Vamos com calma. - Ri. - O meu pai é o Seu Nícolas.
Bárbara: Não. O teu patrão?
Sofia: Sim.
Bárbara: Que doideira. Me conta tudo. - Contei a ela cada momento nos mínimos detalhes. Foi impossível não chorar ao lembrar desse momento. - Vocês estão tão próximos e não sabiam que eram​ pai e filha. Tô emocionada. - Se abanou e me abraçou. - Você merece e muito ter um pai como ele, Sô. Acho que hoje tá sendo um dos dias mais emocionantes da minha vida.
Sofia: Imagina da minha então. - Fiz o café, pegamos cada uma a sua xícara e fomos sentar no sofá. - Você tinha que ver o quão emocionante foi esse momento.
Bárbara: Eu imagino. Tô feliz de estar aqui fazendo parte disso, e tô mais feliz ainda por você dividir essa alegria comigo.
Sofia: Acho que nós duas merecemos coisas assim. - Coloquei minha xícara sobre a mesa de centro e fui abrir a porta da sala. Alguém batia nela insistentemente. Assim que abri a porta vi a Mafalda. Agora tenho a minha irmã e a minha melhor amiga pra dividir esse momento mágico da minha vida. - Mah. - Abri um sorrisão e puxei-na pra dentro de casa. - Finalmente veio me ver.
Mafalda: Eu falei que viria. Só não disse quando. - Me abraçou forte.
Sofia: Tenho tanta coisa pra te contar. - Desfiz nosso abraço. - Lembra da minha irmã?
Mafalda: Lembro. - A Mafalda abraçou a Bárbara tão forte quanto me abraçou. Troquei um olhar com a Bárbara e ela pareceu não entender nada também. - Que bom que estão juntas.
Sofia: Senta. - E assim ela fez.
Mafalda: Acho que chegou a hora. - Suspirou e uma lágrima fugiu dos seus olhos.
Bárbara: Tá tudo bem? - Tocou em seu ombro, já estavam sentadas lado a lado.
Mafalda: Tá. - Olhou pra cima. - Eu vim aqui por um motivo em especial. Eu não aguento mais isso!
Sofia: Qual motivo? - Ouvi o barulho da moto do Lucas e sorri. Ah, que saudade que tô dele.
Mafalda: Eu soube que vocês estão me procurando. - Franzi o cenho e ela pegou um papel da bolsa. Assim que vi do que se tratava aquele pedaço de papel senti minha vista embaçar. - Eu sou a Suzana! - Olhei para a Bárbara que chorava.
Lucas: Sofia! - Gritou antes de passar pela porta. - A Mafalda é a Suzana! - Assim que ele entrou pela sala e viu nós três chorando acho que ele entendeu o motivo.
Mafalda/ Suzana: Eu sou a mãe de vocês! - Meu choro era tão forte que eu mal conseguia respirar. A Mafalda, minha amiga na verdade é a Suzana, minha mãe. Senti meu coração disparar. Por alguns segundos fiquei sem ar. Senti o Lucas se sentar do meu lado e me abanar.
Lucas: Respira.
Bárbara: Sofia! - Segurou meu joelho. Aos poucos fui voltando ao normal. O dia hoje tá sendo de fortes emoções.
Mafalda / Suzana: Se sente melhor? - Assenti com a cabeça.
Lucas: Vou pegar uma água pra você.
Sofia: Não precisa. - Sorri de lado tentando tranqüiliza-lo.
Mafalda/Suzana: Como você descobriu que eu sou eu? - Perguntou ao Lucas. Seu rosto está vermelho por conta do choro. Acredito que o meu e o da Bárbara não esteja tão diferente assim.
Lucas: Eu peguei uma foto sua, antiga, e um amigo passou ela em um programa de computador que da outra foto só que mais atual. De como a pessoa deve estar hoje.
Mafalda/Suzana: E lá saiu o meu rosto?
Lucas: Isso.

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