Capítulo 22

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   • Lucas •
Lucas: Conversei com a gerente e ela me liberou. No sábado e no domingo eu compenso as minhas faltas, vou trabalhar na loja do shopping.
Sofia: Mas o shopping fica em outra cidade. - Suspirou. - Não quero que você fique horas na estrada por minha causa.
Lucas: Ei. - Levei minha mão até seu rosto. - Deixa eu te cuidar, tô fazendo isso porque eu quero. - Ela olhou no fundo dos meus olhos e suspirou mais uma vez. - Deixa eu te cuidar.
Sofia: Odeio essa sua teimosia. - Bufou. - Tudo bem, eu deixo. - Sorri largo.
Lucas: Por isso que eu te amo! - Beijei sua bochecha demoradamente.
Leandro: Bela declaração de amor. - Sussurrou e eu o fuzilei com os olhos.
Sofia: Como foi a aula? - Perguntou aos meninos assim que tirei minha mão do seu rosto. Voltei a comer e prestei atenção na conversa deles.
Leandro: Legal. - Deu de ombros.
Leonardo: Foi boa. Hoje eu aprendi a fazer continha de mais, com dois números. - Falou animado.
Sofia: Você tá aprendendo a somar então.
Leandro: Já tá virando hominho.
Lucas: Você aprendeu direitinho?
Leonardo: Aprendi. - Soltou os talheres. - Veio tarefa, você me ajuda?
Sofia: Ajudo. - Sorriu largo.
Terminamos de comer e em momento algum o Léo fechou a matraca. Ele fazia de tudo pra agradar a Sofia, o que arrancou algumas risadas minha e do Leandro.
Leonardo: Terminei. - Falou enquanto se levantava da mesa.
Lucas: Comeu tudo?
Leonardo: Comi. Vou escovar os dentes, já volto. - Ele saiu e eu e o Zoca começamos a recolher as louças.
Lucas: Quer ir deitar? - Segurei os ombros da Sô.
Sofia: Não. Já tô cansada de ficar na cama.
Leandro: Vai assistir um pouco de teve então, agora deve tá passando desenho.
Sofia: Vou esperar o Léo.
Leandro: Eu te levo lá. - Tirei minha mãos dos ombros da Sofia e o Leandro a ajudou a se levantar. - Eu quero te ajudar também, você pode contar comigo a partir de agora.
Sofia: Obrigada. - Sorriu largo. - Queria poder te abraçar, mas as minhas costelas doem.
Leandro: Daqui a pouco você já vai poder. - Eles saíram da cozinha conversando e eu fiquei sorrindo. Tenho muito orgulho do meu irmão, ele tem um coração bom e tenho certeza que será um homem muito digno, assim como nosso pai.
Terminei de arrumar a mesa e comecei a lavar as louças.
Lucas: Obrigado! - Olhei para o meu irmão assim que ele apareceu na cozinha.
Leandro: Pelo o quê? - Pegou o pano de prato e começou a enxugar as louças.
Lucas: Por tratar a Sofia tão bem.
Leandro: Ela é da família agora, além de ser meu dever tratá-la bem, eu gosto muito dela. - Sorri.
Lucas: Tem curso hoje?
Leandro: Tenho. Vou te ajudar pra depois já ir para o ponto esperar o ônibus.
Lucas: Não precisa me ajudar, eu me viro sozinho. Se continuar aqui vai acabar perdendo o ônibus.
Leandro: Tem certeza?
Lucas: Tenho. Vai lá!
Leandro: Tchau então. - Ele me deu um meio abraço e saiu da cozinha praticamente correndo.
Quando terminei de limpar a cozinha fui pra sala e vi a Sofia e o Léo sentados no sofá, ele tinha um caderno aberto em cima das pernas. Me encostei no batente da porta e fiquei admirando-os.
Sofia: Quanto é dois mais dois?
Leonardo: Quatro. - Respondeu rápido.
Sofia: Isso. Agora coloca o número quatro aqui. - Apontou para um determinado lugar da folha. O Léo arrumou o lápis entre os dedos e rabiscou a folha de papel. - Quanto é sete mais cinco?
Leonardo: Me empresta seus dedos? - Segurei a risada.
Sofia: Empresto. - A Sofia levantou sete dedos e os colocou de frente para o Léo, que abriu cinco e foi contando um por um. - Quanto que deu?
Leonardo: Doze.
Sofia: Isso. Você é muito esperto, parabéns. - Sorriu.
Leonardo: Obrigado. - Sorri igual um idiota. Como ela consegue ser tão especial assim? Essa mulher só pode ser de outro mundo.
Sofia: Tá aí a muito tempo? - Dispersei meus pensamentos e olhei pra ela, que me olhava.
Lucas: Não muito. - Me desencostei do batente e fui até eles, mais precisamente para o lado da Sô. - Já fez tudo a tarefa?
Leonardo: Já. - Respondeu fechando o caderno.
Lucas: Vai brincar um pouco lá fora então, mas primeiro guarda os cadernos.
Leonardo: Tá bom. - Ele desceu do sofá em um pulo e correu para os corredores.
Lucas: Como você tá? - Me sentei de lado e acariciei a bochecha da Sofia, que fechou os olhos pra aproveitar meu toque.
Sofia: Tô bem. - Sorriu ainda de olhos fechados. - Tô gostando do carinho. - Inclinou um pouco a cabeça.
Lucas: Posso fazer isso sempre que quiser. - Me arrastei um pouco no sofá e me aproximei da Sô, inclinei minha cabeça pra frente e passei meu nariz por sua bochecha. Da bochecha passei para o queixo e quando aproximei meu lábio do seu o Léo me chamou. - Droga! - Me afastei e olhei para o pestinha, empata beijo.
Leonardo: Eu vou lá pra rua. - Saiu de fininho.
Lucas: Agora não precisa mais. - Bufei, fazendo a Sofia rir. - Não ri não.
(...)
O sol já tinha ido embora e a lua iluminava o céu. Fiquei na janela apreciando aquela bela vista e esperando a mãe me chamar para levar a Sofia para o quarto. Como a mãe é a única mulher da casa, ela é a única que pode ajudar a Sofia no banho e na troca de alguns curativos.
Karina: Lucas. - Me chamou, assim que abriu a porta do banheiro.
Lucas: Ela já tá vestida?
Karina: Já. - Dei alguns passos e assim que entrei no banheiro vi a Sofia vestindo uma camisola cor vinho. Os trajes são muito comportados, mas confesso que vê-la com esse tipo de roupa aguçou alguns dos meus sentidos. Apenas em olha-la meu corpo deu sinal. - Vai ficar com essa cara de bobo apaixonado por muito tempo? - Voltei a realidade e senti meu rosto esquentar. Entrei no banheiro, caminhei até o vaso que é onde a Sofia está sentada e a peguei em meus braços. - Cuidado pra não machucar ela. - Assenti com a cabeça e sai do banheiro com cuidado. - Eu vou tomar banho e já vou no seu quarto terminar os curativos.
Sofia: Obrigada Dona Karina. - A mãe voltou a entrar no banheiro e eu segui para o meu quarto. - Cadê seus irmãos e o teu pai?
Lucas: Foram no mercado. - Ter seu corpo assim tão perto do meu faz meu cérebro parar. Não consigo raciocinar, muito menos conversar. Durante o pequeno trajeto olhei sempre pra frente e nunca pra ela.
Sofia: Por que você não olha pra mim?
Lucas: Tô olhando.
Sofia: Não tá não. - Segurou meu queixo com uma das mãos e me fez olhá-la. Aqueles olhos castanhos me fizeram viajar pra outra dimensão. Tirei meus olhos dos seus e os levei até seus lábios finos e muito bonitos por sinal. O que essa mulher tem? Antes que eu fizesse qualquer besteira voltei a olhar pra frente.
Entrei no meu quarto e fui colocá-la na cama, nesse momento me desequilibrei um pouco e aproximei nossos rosto. Nossos narizes já estavam colados, tanto a minha respiração quanto a dela já estavam se acelerando. Estamos próximos demais! Isso não vai dar certo! Meu cérebro ordenava pra eu me afastar, mas o coração batia acelerado e me dizia pra continuar assim e pôr fim nessa pequena distância.
Inclinei mais meu corpo sobre o seu e colei nossas bocas. Matei a vontade que me torturava desde cedo, lá no hospital. Ainda com os nossos lábios colados me deitei de joelhos na cama e intensifiquei o beijo. Seus lábios são a minha perdição! Essa mulher é igual droga, vicia e eu sou igual um dependente, quanto mais a tenho, mais quero.
Levei uma das minhas mãos até seus cabelos da nuca e os puxei com um pouco de força. Apoiei meu peso sobre o cotovelo e levei minha outra mão até sua cintura. Apertei sua cintura com um pouco de força, assim que senti suas curvas muito bem desenhadas sobre a minha mão.
Quando o ar me faltou, descolei nossas bocas e levei meus lábios até seu pescoço, ela se mexeu em baixo de mim e me fez viajar ainda mais. Voltei a grudar nossas bocas, nossas línguas travaram uma batalha deliciosa.
Agora meu cérebro já não pensava em mais nada a não ser toma-la pra mim e ir muito além do que esses beijos quentes e gostosos.
A Sofia levou as mãos até o meu peito e me afastou com calma.
Sofia: Tô sem ar. - Sussurrou. Dei alguns segundos e voltei a beijá-la, assim que levei minha mão até sua coxa, ouvi a voz da minha mãe, me fazendo voltar a realidade. Me afastei da Sofia, sai de cima do seu corpo e me sentei na beirada da cama.
Lucas: Já vou! - Gritei em resposta. Minha respiração estava acelerada, meu coração bate forte e o meu corpo está quente. Muito quente. O suor já estava brotando na minha testa. Deduzi isso assim que passei o dorso da mão, pela mesma. - Desculpa! - Olhei pra Sofia, que parecia estar na mesma situação que eu. - Desculpa! Eu não sei o quê me deu.
Sofia: Tudo bem. - Respirou fundo. - Vai ver o que a Karina quer.
Lucas: Não posso. - Olhei pra baixo, fazendo ela entender o porquê. Eu preciso me acalmar!

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