Capítulo 29

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   • Sofia •
O Lucas só me deixou em casa e já foi para o trabalho. Mas não sem antes me beijar mais uma vez e me deixar com a perna bamba.
Entrei em casa sorrindo para as paredes. Mandei mensagem para o Vini e para a Mafalda e contei que agora já posso voltar a minha rotina normal. Abri todas as janelas e portas e deixei o sol entrar na casa.
Procurei pelos quartos as roupas sujas, separei as brancas das coloridas e coloquei na máquina de lavar. Enquanto a máquina fazia o trabalho pesado, fui tirar o pó dos móveis e dar uma geral na casa. Sem a faixa fica tudo mais fácil. Agora finalmente posso me mexer.
Quando terminei a faxina fui estender as roupas e esquentar a comida. Assim que a comida ficou quente os meninos e o seu Paulo chegaram.
Sofia: Oi.
Leonardo: Oi. - Largou a mochila em um canto qualquer e me abraçou.
Leandro: Tá animada?
Sofia: Muito. - Sorri pra ele.
Paulo: Como foi a consulta? Seus exames deram bons?
Sofia: Foi boa e os meus exames estão ótimos. Já posso voltar a minha vida normal.
Paulo: Que ótimo! Fico muito feliz. - Sorri largo.
Sofia: Obrigada. Eu já esquentei a comida.
Paulo: Não vá se esforçar demais. - Tocou meu ombro.
Leandro: Cheiro bom de limpeza.
Sofia: Eu tomei a liberdade e dei uma geral na casa. Espero que não se importe. - Olhei para o seu Paulo. - Vocês fizeram tanto por mim, deixaram suas vidas de lado pra cuidar de mim, que eu queria retribuir de alguma forma.
Paulo: Cuidamos de você com muito amor. Não vou dizer que não precisava fazer essa limpeza toda, porque seria uma mentira. - Ri. - Fazia tempo que ninguém cuidava da casa.
Leandro: A pobrezinha deve estar feliz da vida. - Desde que eu vim pra cá todo mundo ficou comigo e acabou deixando os afazeres um pouco de lado. Eu dependia deles para tudo. Acho que não fiz mais do que a minha obrigação.
Leonardo: Esse cheiro tá tão gostoso. - Sua voz saiu de uma forma tão meiga que não consegui resistir. Esmaguei aquele pequeno em meus braços e enchi seu rosto de beijos. Quando consegui me desgrudar daquele pedacinho de gente, fomos almoçar.
Leandro: A tarde vou ir na casa de um amigo fazer trabalho, posso? - Perguntou ao pai.
Paulo: Que amigo?
Leandro: O Beto.
Paulo: Pode.
Leonardo: Posso ir com o Leandro?
Paulo: Não. Ele vai lá pra estudar, quando não for nada relacionado a escola você vai. - Sorriu para o menino.
Sofia: Você vai ficar comigo, mocinho. - Passei meu dedo em seu nariz.
Leonardo: Brinca comigo de caminhão?
Sofia: Brinco. - Tirei os olhos dele e olhei para os outros dois homens. - Vocês lembram que eu disse a um menino, que eu não lembro o nome, que quando eu melhorasse eu ia dormir com ele? - Olhei para o Léo de rabo de olho, que sorria todo serelepe.
Paulo: Lembro, mas não sei quem é esse menino. - Brincou também.
Leandro: Acho que esse menino é eu.
Leonardo: Não é não. - Riu. - Sou eu Lê.
Sofia: Será que ele ainda quer que eu durma com ele?
Leonardo: Ele quer. - Sorri. - Esse menino sou eu, Sô.
Sofia: É você? - Arregalei meus olhos.
Leonardo: Eu pensei que você não lembrava mais.
Sofia: Ah, mas eu lembro. Lembro até que selamos nossa promessa unindo os dedinhos.
Leonardo: Por isso que você é a menina mais legal do universo todo. - Abracei aquela coisinha gostosa e não tive mais vontade de soltar.
Sofia: Posso roubar ele pra mim? - Olhei para o seu Paulo.
Paulo: Acho que ele já é mais seu do que meu e da Karina.
Depois do almoço, o seu Paulo voltou para a fábrica e o Leandro me ajudou com a louça.
Leandro: A tua casa e a do Lucas tá quase pronta. - Falou meio tristonho.
Sofia: Você tá triste?
Leandro: Um pouco. Agora não vou mais te ver todos os dias, nem te ajudar a fazer as coisas, e você não vai mais me ajudar no dever de casa.
Sofia: A nossa casa não é tão longe assim. Você pode ir lá todos os dias e eu vou estar sempre aqui.
Leandro: Mas não vai ser mais a mesma coisa. Eu gosto de conversar com você antes de dormir.
Sofia: Quando eu não estiver aqui você pode me ligar, eu posso vim dormir aqui de vez em quando, assim como você pode ir dormir comigo e com o Lucas. - Terminei se secar a pia e abracei ele.
Leandro: A casa vai ficar triste sem vocês dois.
Sofia: Você nem vai perceber a nossa falta, porque vamos estar aqui todos os dias.
Leandro: De verdade?
Sofia: De verdade. - Beijei seus cabelos pretos.
Leandro: Eu amo você! - Essas três palavras me emocionaram e muito. Senti vontade chorar, mas só consegui sorrir. - Eu te amo igual eu amo o Léo e o Lucas.
Sofia: Posso te contar um segredo?
Leandro: Pode.
Sofia: Eu também amo você! Pra mim você vai ser pra sempre o meu irmãozinho. Quando você era pequenininho eu te chama assim, sabia?
Leandro: Não. - Sorriu.
Sofia: Pois eu te chamava, e o Lucas se mordia de ciúmes. Você vai ser pra sempre aquele bebezinho fofo. O meu bebezinho. - Beijei sua testa.
Leandro: Você mora no meu coração.
Sofia: Você também mora no meu. Não conta para o Lucas, mas o maior pedaço é seu. - Ele sorriu igual uma criança. Mesmo já sendo praticamente adulto o Lê tem coração e alma de criança. Todo vez que olho pra ele é como se eu voltasse ao passado e o visse pequeno, tentando brincar comigo e com o Lucas. Mesmo que tenha se passado anos o sentimento não acabou, e agora que estamos próximos novamente, sinto que o amor renasceu com mais força ainda. Meu coração sempre será dele, do Lucas e agora do pequeno Leonardo, que já me encantou de uma forma mágica.
Terminamos de arrumar a cozinha e fomos pra sala. Enquanto o Leandro arrumava as coisas pra fazer o trabalho, eu ajudava o Léo no dever de casa. O Lê saiu, eu e o Léo terminamos a tarefa e fomos assistir desenhos.
Perto do horário da Dona Karina chegar, fui recolher as roupas. Dobrei peça por peça e coloquei- as nos quartos certos. As minhas e as do Lucas eu já guardei no guarda-roupas, mas dos outros deixem em cima da cama. Fui fazer o café e o Léo foi comigo.
Leonardo: Dá café?
Sofia: Dou. - Ele se sentou e eu coloquei café com leite pra ele e alguns biscoitos.
Leonardo: Teu café é bom. - Sorri largo. - Come comigo?
Sofia: Como. - Me sentei ao lado dele e coloquei café pra mim. Tomamos café em meio a conversas. Mesmo sendo pequeno o Leonardo é uma ótima companhia, as vezes esqueço que ele tem apenas 6 aninhos.
Depois do café ele foi brincar de bola no quintal e eu fui arrumar as minhas coisas e as do Lucas. Quando terminei, o sol já estava indo embora, então chamei o Léo e o ajudei no banho.
Leonardo: Faz aquele cachorrinho no celular pra mim? - Pediu enquanto eu penteava seus cabelos.
Sofia: Faço. - Peguei meu celular que estava do lado dele e abri o Snap, escolhi o filtro de cachorrinho e dei pra ele brincar. - Coloca a língua pra fora. - Sua gargalhada preencheu​ todo o quarto.
Leonardo: Isso é muito legal. - Bati uma foto dele e coloquei como papel de parede no meu celular. - Tô aqui na frente agora. - Sorriu largo.
Sofia: Sempre que eu ligar o celular vou te ver.
Leonardo: Quando eu tiver um celular vou colocar uma foto tua também. - Falou enquanto largava o celular e abraçava meu pescoço.
Sofia: Você é um amor! - Beijei sua bochecha.
Leonardo: Posso ficar brincando nos joguinhos?
Sofia: Pode. - A memória do meu celular é praticamente toda ocupada por joguinhos, o Léo me encantou tanto que exclui quase todos os meus aplicativos só pra baixar jogos pra nós dois brincar. O Lucas diz que eu dou muita confiança pra ele, e que eu não devo atender todos os seus pedidos. Não ligo muito, até porque eu sei que ele diz isso só por ciúmes do irmão. - Cuidado pra não deixar o celular cair. - Fiquei de pé.
Leonardo: Tá. Quando eu não quiser mais brincar eu levo o celular pra você. - Deixei ele sentadinho em sua cama e sai do seu quarto. Fechando todas as janelas e portas da casa. Assim que entrei na cozinha, a Dona Karina também entrou. Seu semblante era de cansaço extremo.
Karina: Oi. - Me cumprimentou sentando em uma das cadeiras.
Sofia: Oi. - Sorri pra ela. Fui até a geladeira e peguei a jarra de água, peguei um copo no armário e dei pra ela.
Karina: Obrigada. - Ela bebeu dois copos de água e me olhou. - Tô tão cansada e tenho um milhão de coisas pra fazer. Lavar roupa, dar uma organizada na casa, dar banho no Leonardo, fazer a janta.
Sofia: Eu já fiz isso tudo, menos o jantar.
Karina: Você tá doida? E a tua costela?
Sofia: Já está melhor e eu já posso fazer as coisas. Tem um montão de roupas limpas em cima da cama, é só isso que a Senhora tem que fazer hoje. Já até dei banho do Léo.
Karina: Muito obrigada. - Pegou nas minhas mãos.     

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