Capítulo 36

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• Sofia •
Carol: Sentimos muita saudade também. - Segurou minha mão. - Perdemos até alguns clientes por conta do seu afastamento.
Gustavo: Você é a luz desse lugar.
Sofia: Não fala essas coisas se não eu vou chorar de novo. - Ri, mesmo estando com a voz embargada. - Eu amo vocês! - Essa é a primeira vez que digo isso a eles.
Nícolas: Amamos você também. - Nos abraçamos em grupo e me senti aquecida.
Bruno: Agora deu de chororô e vamos comer.
- Fizemos um bolo pra você. - A moça que eu ainda não conheço falou. - Sou Larissa, prazer.
Sofia: Obrigada Larissa. - Abracei ela. - Tô tão feliz de estar de volta! - Seguimos até a mesa e nos empanturramos de bolo e refrigerante. - Então você pegou o meu lugar? - Brinquei com a Larissa. O Seu Nicolas contratou ela temporariamente mas agora seu lugar já tá garantido aqui.
Larissa: Isso é impossível. O lugar é só seu. No começo algumas pessoas até me olhavam torto por eu estar no seu lugar. - Gargalhei.
Bruno: É que estávamos acostumados com a Sô, ficamos com medo do Seu Nicolas não deixar ela voltar.
Nícolas: Nunca faria isso.
Gustavo: Quando soubemos disso ficamos mais tranquilos.
Sofia: Vocês judiaram da menina, tadinha.
Carol: Ela já nos desculpou.
Bruno: Agora conta as novidades pra gente. É verdade que você​ tá com o Lucas?
Sofia: É. - Sorri largo. - A gente tá namorando e em breve vamos ter a nossa casa.
Carol: Pensei que fosse fofoca do povo.
Sofia: Não, é verdade.
Nícolas: Faz quanto tempo que vocês tão namorando?
Sofia: Dois dias. Mas estamos ficando desde o dia que sai do hospital.
Nícolas: Eu sempre imaginei que vocês fossem ficar juntos. - Ri.
Sofia: Tentei me convencer que éramos só amigos, mas o coração falou mais alto.
Gustavo: Você fica tão bonitinha com essa carinha de boba apaixonada. - Gargalhei.
Nícolas: O papo tá ótimo mas agora precisamos colocar a mão na massa.
Carol: O senhor é quem manda.
Bruno: Hoje você fica no meu lugar. - Passou o braço pelos meus ombros.
Sofia: Eu tô bem, posso fazer... - Fui interrompida.
Nícolas: Nada disso, você vai ficar no caixa e o Bruno vai servir as mesas. Você recebeu alta faz dois dias é bom não fazer muito esforço.
Sofia: O Senhor tá parecendo o Lucas falando.
Nícolas: É que eu conversei com ele na sexta. - Neguei rindo e fui ajudar as meninas a recolher a nossa pequena bagunça. Depois o Gustavo, a Carol e o Seu Nicolas foram pra cozinha, eu para o caixa e o Bruno e a Larissa foram arrumar as mesas.
Aos poucos alguns clientes foram chegando e mais abraços e palavras bonitas fui recebendo. Me emocionei bastante e guardei cada palavra no meu coração.
Quando os pedidos começaram a aumentar fui dar uma mãozinha na cozinha mas logo voltei ao meu posto.
Larissa: Tudo bem? - Se sentou em um dos banco que fica de frente para o balcão.
Sofia: Tudo. - Sorri pra ela. - Cansada?
Larissa: Um pouco.
Sofia: Posso ficar no teu lugar por tempo.
Larissa: Não precisa. Obrigada.
Bruno: Tô morto. - Se sentou ao lado da Larissa.
Sofia: O movimento hoje tá grande. Vou lá pegar uma água pra vocês.
Bruno: Obrigado. - Sai do caixa e fui na cozinha, voltando logo em seguida com dois copos na mão. Fui até a geladeira e peguei uma garrafinha de água gelada. - Tem uma mulher querendo falar contigo. - Falou, assim que coloquei as coisas na sua frente. - É aquela ali. - Assim que ele indicou quem era a mulher, sorri largo. Saí de trás do balcão e fui até a Mafalda.
Sofia: Que bom que você tá aqui. - Me aconcheguei em seus braços.
Mafalda: Você achou mesmo que eu não estaria aqui na sua volta? - Me apertou. - Você tá com sorriso tão bonito. - Desfiz nosso abraço.
Sofia: Meus amigos fizeram uma recepção e tanto pra mim.
Mafalda: Você merece. - Acariciou meu rosto. - Eu estava morrendo de saudades de você. - Me abraçou novamente.
Sofia: Você poderia ter ido lá na casa do Lucas, me ver.
Mafalda: Não quis incomodar. - Acariciou​ meus cabelos.
Sofia: Não ia incomodar. - Beijei seu rosto e desfiz nosso abraço. - Hoje vou voltar pra faculdade.
Mafalda: Antes de entrar em sala não esqueça de ir lá me ver.
Sofia: Não vou esquecer. - Olhei em seus olhos.
Mafalda: Você tá com uma luz tão bonita. - Segurou minhas mãos.
Nícolas: Sofia! - Ouvi sua voz me chamando.
Sofia: Eu já volto. - Beijei o rosto da Mafalda e fui até seu Nícolas que agora estava na porta da cozinha. - Oi.
Nícolas: Preciso da sua ajuda aqui na cozinha, é rápido. - Assenti com a cabeça e fui ajudá-lo, em menos de cinco minutos eu estava de volta.
Sofia: Cadê aquela mulher? - Perguntei a Larissa, assim que passei meus olhos por toda lanchonete e não encontrei a Mafalda.
Larissa: Ela foi embora assim que o seu Nícolas te chamou.
Bruno: Ela saiu daqui praticamente correndo.
Sofia: Que estranho. - Voltei para o caixa, me ocupei fazendo meu serviço mas a atitude da Mafalda não saia da minha cabeça.
Na hora do almoço o Lucas veio pra cá. Comemos juntos e aproveitamos para namorar um pouquinho também. Gosto dessas aparições surpresa que ele faz. Na verdade, eu gosto de tudo que é referente ao Lucas. Acho que isso já está estampado na minha testa.
Quando nosso horário de almoço acabou o Lucas foi para a loja e eu voltei aos meus afazeres. E assim a tarde se passou.
Nícolas: Sofia, ajuda o Bruno a fechar tudo?
Sofia: Agora?
Nícolas: É.
Sofia: Mas ainda falta meia hora pra acabar o expediente.
Nícolas: Tô fechando a lanchonete mais cedo nas segundas.
Sofia: Tudo bem. - Eu e o Bruno fechamos as janelas, a porta principal. Enquanto o Bruno e a Larissa levantaram as cadeiras fui fechar o caixa. Depois disso fomos pra cozinha. Entreguei todo o dinheiro para o seu Nícolas e fui ajudar a Carol a guardar algumas coisas na dispensa.
Nícolas: Estão liberados.
Carol: Até amanhã então. - Sorriu pra todos nós e veio me abraçar. - O dia foi mais divertido com você aqui. - Sorri largo.
Bruno: Até amanhã pessoal.
Sofia: Será que alguém pode me dar uma carona? O expediente do Lucas só acaba daqui 40 minutos e não tem nenhum ônibus agora.
Carol: Eu te daria mas eu vim andando hoje.
Bruno: Eu vim de moto mas já vou levar o Gustavo, se não eu te levava em casa.
Sofia: Vou esperar o Lucas então.
Carol: Posso ficar pra te fazer companhia.
Nícolas: Eu fico com ela.
Sofia: Obrigada. - Saímos todos da lanchonete e eu e o seu Nícolas sentamos em uma das mesas que fica fixa ao chão em frente a lanchonete. - Obrigada pela recepção de hoje. - Olhei pra cada um deles.
Gustavo: Você merece. - Eles se foram e restou só eu e o meu patrão.
Nícolas: Você sentiu alguma coisa hoje? Dor?
Sofia: Não.
Nícolas: Tem certeza?
Sofia: Tenho. - Sorri. - Obrigada pela preocupação.
Nícolas: Talvez você não acredite mas eu tenho um carinho muito grande por você. Não me leve a mal, por favor.
Sofia: Não vou levar. Eu também gosto muito do senhor. - Surgiu um sorriso muito bonito no rosto dele. Pela primeira vez em anos eu parei pra reparar no seu Nícolas. Ele não é um homem velho, pela aparência regula ter a mesma idade que a do Seu Paulinho. Ele é sempre atencioso e carinhoso com todo mundo. Não existe ninguém nessa cidade que não goste dele. - O Senhor sempre morou aqui?
Nícolas: Quando eu era mais novo​ eu morava aqui, depois de uns anos fui pra São Paulo e fiquei por lá até meados​ de 2015. Depois fui pra outros lugares e finalmente voltei pra cá.
Sofia: Por que foi embora?
Nícolas: Desilusão amorosa. Eu era muito novo, não sabia como resolver meus problemas então decidi ir embora.
Sofia: O Senhor se arrepende de ter ido?
Nícolas: Me arrependo e muito. - Sorriu de lado. - Deixei pra trás o amor da minha vida.
Sofia: Faz quanto tempo?
Nícolas: Quase vinte anos.
Sofia: Dá pra ver que o senhor ainda a ama. Por que não não procura por ela?
Nícolas: Já procurei. Contratei vários detetives, mas nenhum me deu uma prova concreta de onde ela esteja, menos dois. Esses últimos dois disseram que ela vive nos Estados Unidos, mandei várias cartas e emails mas ela diz que não quer me ver nunca mais. Eu a amo tanto que atendi seu pedido.
Sofia: O Senhor não deveria desistir. Se ela respondeu é porque de alguma forma o senhor mexe com os sentimentos dela.
Nícolas: Sabe que nunca pensei por esse lado? Acho que você está certa. - Sorri pra ele. - Vou procurar por ela mais uma vez.

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