Capítulo 25

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 • Sofia •
Lucas: Precisa sim, eu quero. - O Lucas levou as mãos ao meu rosto e acariciou minha bochecha com os dedos polegares.
Sofia: Já passou a rena? - Segurei seu pulso.
Lucas: Não. - Fez bico.
Sofia: Você parece aquelas crianças birrentas. - Sorri pra ele, que retribui o sorriso. - Sorriso bonito.
Lucas: Não mais que o seu. - Alarguei meu sorriso e dei um passo pra frente. - Não consigo esquecer o nosso beijo. - Olhou nos meus olhos.
Sofia: Pensei que você nem lembrava mais. - Sussurrei.
Lucas: É impossível esquecer. - Fechei meus olhos e fui de encontro aos seus lábios. Ah, como eu senti saudade desse beijo! Soltei seu pulso e segurei sua cintura, enquanto o Lucas soltou o meu rosto e levou uma das mãos até a minha nuca. O beijo foi calmo, carinhoso​ e ainda mais gostoso que os outros. - Tô viciado em você. - Sussurrou contra meus lábios. Sorri e voltei a grudar nossas bocas.
Sofia: Você vai se atrasar. - Sussurrei quando desgrudou nossos lábios e levou sua boca para o meu pescoço.
Lucas: Não me importo. - Mordeu meu ombro e nesse momento o Gabriel e o Danilo vieram em minha mente.
Sofia: Acho melhor a gente parar. - Espalmei minhas mãos em seu peito e o afastei de mim. Minha respiração estava acelerada, assim como a dele.
Lucas: Tudo bem. - Sorriu pra mim. - Você tá bem?
Sofia: Tô. - Brinquei com meus dedos.
Lucas: Vou pegar as minhas coisas pra gente ir lá pra vó.
Sofia: Tá. - Assim que ele saiu da cozinha consegui respirar aliviada. O Lucas é completamente diferente deles, eu sei disso. Mas infelizmente é como se meu cérebro não soubesse. Por alguns segundos é como se fossem eles que estavam me tocando. Foi uma sensação horrível. Quem mandou eu reclamar da primeira vez?
Lucas: Você tá pálida, tá bem mesmo? - Segurou meus ombros.
Sofia: Tô. - Forcei um sorriso.
Lucas: Não esquece que eu tô emburrado com você ainda! - Fez graça, provavelmente tentando me distrair.
Sofia: Crianção.
Trancamos as portas, o Lucas pegou a moto e fomos andando pra casa da dona Júlia.
Lucas: Não consegue subir? - Se referia a moto.
Sofia: Não. Pode ir trabalhar, eu vou sozinha. - Olhei pra ele.
Lucas: Você sabe que eu não gosto que fique sozinha. - Meneei a cabeça e voltei a olhar pra frente. - Você tá estranha.
Sofia: Impressão sua.
Lucas: É por causa do beijo​? - Neguei com a cabeça. - Desculpa, eu sei que avancei um pouco o sinal.
Sofia: Não é isso, fica tranquilo. - Dei um meio sorriso. - Só tô com um pouco de dor. - Menti.
Lucas: É muito forte?
Sofia: Não. Assim que eu me sentar passa.
Lucas: Tem certeza?
Sofia: Tenho. - Assim que chegamos na casa da dona Júlia, o Lucas me obrigou a sentar.
Lucas: Respira fundo.
Sofia: Eu tô bem já. Pode ir trabalhar, se continuar aqui vai acabar perdendo a hora.
Lucas: Mas eu tô preocupado.
Júlia: Não precisa filho, eu cuido dela.
Lucas: Qualquer coisa a senhora me liga.
Júlia: Pode deixar. - O Lucas beijou minha bochecha demoradamente e se levantou do sofá.
Lucas: Espero que você não esteja com dor só pra ver o Doutorzinho cantador de pacientes. - Ri.
Sofia: Você tá nisso ainda?
Lucas: Tô.
Júlia: Quem é esse?
Lucas: O médico da Sô. A senhora sabia que ele cantou ela?
Sofia: Mentira.
Lucas: Verdade, pode perguntar pra mãe. Ele ainda teve a cara de pau de ficar perguntando por ela.
Sofia: Ele foi gentil.
Lucas: Eu já falei o que vai ser gentil né? - Me olhou de rabo de olho.
Sofia: Nem me olha assim.
Júlia: Qual médico?
Sofia: O Gean.
Lucas: Mas já 'tão' nessa intimidade toda? - Revirei os olhos.
Júlia: Você não fez nada para impedir essas cantadas?
Lucas: Fiz. Disse pra ele que ela é minha namorada.
Sofia: Vai trabalhar, vai.
Lucas: Tô de olho em você! - Beijou minha testa e depois a da avó. - Eu amo vocês!
Júlia: Amamos você também. - Assim que o Lucas saiu a dona Júlia me olhou. - Estou errada ou o Lucas está com ciúmes?
Sofia: Ele tá com ciúmes. - Ri pelo nariz. - Será que eu posso me deitar um pouco?
Júlia: Claro. - Saímos da sala e fomos para um dos quartos, me deitei na cama de casal e fiquei pensando no acontecido de mais cedo. Será que agora eu vou ter medo até do Lucas?

• Lucas •
Fui trabalhar mas meu pensamento ficou com a Sofia. Ela tava com dor e muito diferente. Não posso culpa-la, fui um idiota por ter avançado o sinal. Pra quem queria se afastar, eu tô é colado até demais.
Fiquei a manhã toda aéreo. Não vendi muitas coisas, fiquei mais no meu canto e de minuto em minuto mandava mensagem pra Sô.
Como eu cheguei mais tarde, não tive uma hora do almoço e sim vinte minutos. Comi depressa e voltei ao trabalho.
Quando meu expediente acabou segui pra faculdade. Por lá também não quis muito papo, fiquei mais no meu canto, sozinho.
Vinicius: Tá tudo bem?
Lucas: Tá.
Vinicius: Você não é assim tão calado.
Lucas: É que eu tô cansado.
Vinicius: A Sofia como tá?
Lucas: Tá bem.
Vinícius: Sai com ela e o Leonardo no sábado.
Lucas: O Léo me contou. Obrigado por ter distraído ela.
Vinicius: Não tá muito afim de papo né? - Neguei com a cabeça. - Não vou mais te incomodar.
Dei graça a Deus quando todas as aulas acabaram. Saí da faculdade e fui pra casa da minha avó. Eu sei que a Sofia não está mais lá, mas quero saber como ela passou o dia.
Júlia: Aconteceu alguma coisa? - Perguntou, assim que abriu a porta de casa.
Lucas: Não. - Entrei na casa e me sentei no sofá.
Júlia: Você tá abatido. - Fechou a porta e se sentou ao meu lado.
Lucas: Só tô cansado. - Deitei minha cabeça em seu colo. - Como a Sofia passou o dia?
Júlia: Ficou praticamente o dia todo no quarto, comeu bem pouquinho e quase não conversou.
Lucas: Nem com o Leonardo?
Júlia: Nem com ele. - Levou uma mão até meus cabelos. - Ela estava muito pensativa e um pouco tristonha. - Fiquei com a minha vó mais um tempo e depois fui pra casa.
Assim que cheguei lá todos dormiam e a minha cama no chão já estava arrumada. Tomei um banho rápido e fui me deitar. O cansaço era tanto que nem consegui pensar.
Acordei só no outro dia com o celular despertando. Desliguei o aparelho e me virei na cama, assim que fiz isso encontrei os olhos da Sofia em cima de mim.
Sofia: Bom dia.
Lucas: Bom dia. - Esfreguei os olhos. - Como você tá hoje?
Sofia: Bem. Tô até me sentindo melhor que ontem.
Lucas: Que bom. - Me sentei na cama. - Já trocou de roupa?
Sofia: Já. Hoje quem tá te esperando pra tomar café sou eu. - Sorri largo.
Lucas: Vou no banheiro e já volto.
Sofia: Tá. - Me levantei da cama e corri para o banheiro. Escovei os dentes, tomei um banho rápido e em menos de 10 minutos eu retornava para o quarto, com uma toalha amarrada na cintura. - Vou sair pra você se trocar.
Lucas: Não precisa, eu me visto por debaixo da toalha. - Olhei pra ela que tinha o rosto ruborizado.
Sofia: É ruim. - Se levantou da cama com um pouco de dificuldade. - Quando terminar me chama.
Lucas: Tá. - A Sofia saiu do quarto e fechou a porta. Procurei uma cueca entre as minhas gavetas e uma calça Jeans. Assim que me vesti fui abrir a porta. - Você não viu onde eu coloquei minha camiseta de uniforme? - Abri as portas do roupeiro.
Sofia: Tá aí, na segunda gaveta.
Lucas: Não tá!
Sofia: Estava aí ontem a noite. - Ela tocou minha cintura e me tirou de frente do roupeiro. - Tá aqui ó. - Me entregou a camiseta preta.
Lucas: Mas não estava aí. - Ela revirou os olhos e foi se sentar na cama. Fechei as portas do roupeiro, vesti a camiseta e fui arrumar o cabelo. - O pai e a mãe já foram trabalhar?
Sofia: Não. Ontem eu conversei com a Mafalda.
Lucas: Ela foi lá na vó?
Sofia: Não, só me ligou. - Me virei pra ela. - Você sabia que ela tem três filhos?
Lucas: Não. Parece ser tão nova né?
Sofia: Parece. É duas meninas e um menino.
Lucas: Os três moram com ela?
Sofia: Não, só o menino. Pelo que ela disse, a mais velha já tá quase casada, já até mora com o namorado e a do meio morava com o pai.
Lucas: Não mora mais?
Sofia: Acho que não.
Lucas: Tô pronto.
Sofia: Vamos que eu tô com fome. - Fui até ela e juntei nossos braços, assim fomos pra cozinha.
Lucas: Bom dia. - Abri uma cadeira pra Sô e outra pra mim.
Karina: Bom dia. Acordou animado hoje?
Lucas: Acordei. - Sorri pra ela e o pai. - Posso colocar pra você? - Perguntei a Sofia, assim que peguei o bule de café nas mãos.
Sofia: Pode. Obrigada. - Servi nós dois e peguei um pedaço de pão da cesta.
Lucas: Cadê o Zoca e o Léo?
Paulo: Já foram. Eles queriam ir lá na mãe antes de ir pra escola. J

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