Num mundo, onde pessoas matam por diversão e pessoas são vendidas como objeto, pode surgir uma pessoa que nunca vai aceitar algo assim.
- Somos de mundos diferentes. Você é como um cubo de gelo, mas é melhor não se aproximar, pois eu queimo como cha...
Após terminar de empacotar algumas coisas, com a ajuda do Lucian. Eu me deitei no sofá, praticamente com as pernas para cima, e Lucian me olhava de lado.
— Fala.
— O que?? – Perguntou confuso.
— Tá me olhando de lado, tá querendo me perguntar alguma coisa.
— Você tem...
— TEI. Transtorno explosivo intermitente. É "controlada", mas isso complica muito a minha vida.
— Você é mais calma, e menos mortal que o senhor Vitalle. É até fofinha. – Disse rindo de lado.
— Chato!!
Me levantei seguindo para o quarto, para tomar um banho. Onde arrumei meu cabelo e vesti uma roupa fresca.
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E saí arrumando meus cabelos enquanto Lucian mandava mensagem.
— Vamos?? – Perguntei pegando minha bolsa e o mesmo me olhou dos pés a cabeça e engoliu seco.
— Claro.
Descemos até a recepção, logo depois entrando no carro e seguindo para a empresa do Christian. Eu subi do jeitinho que eu estava, e bati na porta antes de entrar.
— Entre. – O mesmo disse sério, e assim que coloquei o rosto para dentro, encontrei ele e mais dois homens e Miguel de pé ao seu lado. — Thalia??
— Está pronto?? – Perguntei o encarando com a sobrancelha erguida, chamando a atenção dos mesmos.
— Estamos finalizando a reunião. Sente-se ali, que já vamos. – Disse apontando para o sofá em sua sala.
— Acho melhor não. – Disse sorrindo de lado e o mesmo fechou sua expressão apontando para o sofá.
Dei de ombro, e entrei fechando a porta atrás de mim, fazendo os homens que estão em reunião praticamente cair e Christian me olhar assustado, já Miguel não segurou o riso.
Christian socou a mesa, chamando a atenção dos homens que estavam em mim, no instante que me sentei no sofá.
— É... Vai deixar ela ouvir nossos negócios?? – Um perguntou baixinho, mas olhando para as minhas pernas e meu decote.
— Óbvio que vou deixar a minha mulher ouvir. – Disse fazendo os dois se virar para ele rápido e ele olhou sério para os dois. — Então, asseguro os dois manterem seus olhos e a sua atenção na reunião.
Eles pareceram entender, e voltaram a concentração na fala do Christian e do Miguel.
— Então por hoje é só. – Disseram se levantando, apertando as mãos.
Eles me cumprimentaram, um deles segurou minha mão, depositando um beijo na mesma. Eles saíram me deixando com Miguel e Christian.
— Finalmente!! Trouxe roupas paras vocês. Chris, vamos ver o por do sol, e eu não aceito um não. E mais tarde tem luau com uns amigos.
— Thalia eu...
— Estamos na minha casa!! Quero me divertir antes de voltar para a Itália. Eu não vou voltar aqui por um bom tempo. Mas se não quiser ir, fica a vontade!!
Eu já estava emburrada, deu as costas para o mesmo, pronta para sair da sala quando senti o mesmo me segurar e empurrar a porta, me prensando contra a mesma.
— Eu não disse que não ia. – Disse próximo ao meu rosto. — O que você tem??
— Paciência 0!! Ou vai ou não??
— Vamos marrenta. Nos trocamos lá. Não dá para sair da empresa com roupas do dia-a-dia. Vou perder minha pose de patrão.
Sorrir dando um selinho no mesmo que o surpreendeu, e fiz sinal para o Miguel nós seguir.
Saímos do prédio, entrando no carro que o Lucian estava dirigindo e seguimos para a praia. E enquanto os meninos se trocavam, eu me sentei em um quiosque, comendo uma porção de batata frita e uma caipirinha de limão.
— Thalia, faz tempo que não te vejo por aqui. – Disse Adrian, que trabalha no meu quiosque favorito.
— Pois é. Vai ser difícil me ver agora. Estou morando na Itália. – Disse mechendo no copo.
— Então nossa italiana brasileira, virou mais italiana?? – Perguntou se apoiando no balcão e me olhando.
— Casei com um italiano. Então sim. – Disse o surpreendendo.
— O que?? Como assim você casou?? Não!! Por que??
— Por que esse desespero?? Um dia isso ia acontecer. Talvez não, mas não podemos fazer nada contra o destino!! – Disse me lembrando do porque me casei com Christian.
— Então, minhas chances de sair com você de novo, são muito baixas??
— Nulas. – Disse bebendo um gole da minha caipirinha.
— E por quê??
Girei meu corpo para trás, olhando o movimento, e vendo os meninos vindo na minha direção e sorrir. Vai se foder, o Christian é um gostoso até se estivesse fantasiado de frango assado.
— Porque aquele é o meu marido. – Disse olhando para o mesmo com um sorriso de lado.
Quando eles se aproximaram, se sentaram ao meu lado e observando tudo ao nosso redor.
— Adrian, mais três caipirinhas. Ah, e outra porção de batatas. – Disse mostrando o pratinho vazio.
— Seu marido italiano, vai permitir você ir para o luau hoje?? Ou ele prefere que você use burca?? – Perguntou divertido, achando que o loiro não podia nos entender. O Adrian que é bronzeado, ficou branco quando o mesmo o respondeu.
— Até que não é uma má ideia. Mas vai ser difícil segurar ela para colocar a burca. – Disse me olhando de lado e eu soquei seu braço.
— Ah!! O Chris, é empresário. E tem muito negócios aqui no Brasil, consequentemente falando português muito bem.
— E você só diz agora?? – Perguntou com um olhar desesperado, me fazendo sorrir ainda mais.
O resto do dia foi tranquilo. Vi o por do sol que eu tanto amo ao lado do Christian e a noite, seguimos para a casa de praia que a galera alugou para uma festa.
A música alta me alegrou. Eu entrei junto com o Christian e segui até meus amigos. Samira foi a primeira a pular em mim, com um sorriso de orelha a orelha e Luiza e Alan se aproximaram, o que fez o Chris fechar a cara.
— Amiga!! Finalmente você está aqui!! O Alan quer transar e não pode ser comigo!! Manda ver!!
Assim que ela colou a boca, Christian praticamente grudou seu corpo no meu o que me de sorrir.
— Não posso. Meu marido está aqui. – Disse segurando a mão do mesmo, e elas me olharam chocadas.
— Tá brincando??
— Não!! É sério!! Eu me casei na Itália. Começou por causa do meu pai, mas aí o loiro conquistou a esquentada.
As meninas olharam para o Christian como se fosse leoas famintas, e ele um belo pedaço de carne suculento. E óbvio que já tive que tomar a frente, e encarar as mesmas seria.
— Nem pensem nisso!! Arranco a cabeça das duas se tentarem.
— Mas não dissemos nada!!
— Nem precisaram.
— Tudo bem. O bofe é todo seu. Não vamos olhar para ele.
