Num mundo, onde pessoas matam por diversão e pessoas são vendidas como objeto, pode surgir uma pessoa que nunca vai aceitar algo assim.
- Somos de mundos diferentes. Você é como um cubo de gelo, mas é melhor não se aproximar, pois eu queimo como cha...
Christian jogou uma mala com minhas roupas bem na minha frente.
— Vista-se. Estou te esperando no escritório. Vamos resolver isso o quanto antes. – Ele disse sério, passando a mão por seus cabelos e eu concordei.
Ele saiu colocando sua blusa social, e eu puxei a mala, pegando um conjunto que estava fácil.
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Prendi meus cabelos em um coque frouxo e segui para o corredor, só então me tocando que eu não fazia ideia de onde ficava o escritório nessa casa.
Então comecei a andar sem rumo, até encontrar a Sra. Garzza, o que me fez suspirar aliviada.
— Sra. Garzza?? Poderia me levar para o escritório, é que ainda estou meia perdida nessa casa. – Disse sorrindo um pouco sem jeito, e ela sorriu cordial.
— Claro que sim senhora Vitalle. Por aqui.
— Já disse, pode me chamar apenas de Thalia. Me sinto mais confortável!! – Disse a seguindo.
Descemos as escadas, andamos por um corredor, que não continha muitas portas, mas tinha uma maior de madeira avermelhada com o brasão da família Vitalle. E aqui com certeza era mais bonito do que o que Christian havia descrito.
— Muito obrigado. – Disse assim que a mesma começou a se retirar e elas apenas concordou suavemente com a cabeça.
Sem muito alarde, e esquecendo completamente de bater, abri a porta gigante lentamente a fazendo ranger um pouco e eu ganhar a atenção dos três homens que estavam lá dentro. Entrei tranquilamente fechando a porta atrás de mim, e segui para o lado do Christian.
— Baixamos a guarda, por achar que ninguém ajudaria os Rizzi. Mas parece que não era 100% verdade.
— Meu irmão já sabe disso?? – Perguntei olhando para o Miguel que confirmou.
— O Jonathan está cuidado da mudança de todos eles. E ele irá levar Emma Rizzi, para um dos galpões que quase ninguém conhece. O adquirimos a pouco tempo, e ele é bem reservado e mais escondido que os outros.
— Houve algum vazamento de informação?? – Perguntei seria. — Por que eles atacaram bem no instante em que todos que realmente reagiriam não estava mais lá.
— Não se preocupe amor. Tenho certeza que não pode ter vazamento nessa família novamente. Cada membro está aqui a muito tempo e...
— William também estava. Mas se revelou contra a família e contra você, apenas por que seus ideias machistas não permitia que uma mulher tivesse uma posição ainda melhor do que a dele. – Disse revirando meus olhos e todos eles me olharam um pouco mais sério e pensativo.
— Acho que a senhora, tem um ponto. – Lucian disse sorrindo de lado para mim.
Ouvi um suspiro, antes do braço do Christian contornar minha cintura e me puxar para o seu colo e me fazer sentar.
— Vamos resolver isso de uma vez por todas. Lucian, por que tá olhando assim para a minha mulher?? – Christian perguntou sério, fazendo Lucian estremecer, Miguel suspirar e eu revezar meu olhar confuso entre Christian e Lucian.
— O que??
— Você percebe todos os olhares das mulheres na minha direção, mas não percebe quando o seu guarda-costas está babando pelo seu corpo a cada segundo.
— Eu não sei do que está falando senhor. Eu não...
— Desde a viagem para o Brasil, você olha diferente para a Thalia. Eu tentei ignorar achando ser algo da minha cabeça, mas desde que ela entrou sua atenção não está na conversa.
— Não é a minha intenção senhor, é só que... Thalia é tão espontânea, a alegria dela e contagiante e as vezes eu esqueço que ela é, a senhora Vitalle. – Ele disse sério, e o olhar de Christian estava ainda mais sério, posso dizer que ele estava a ponto de mata-lo.
— É por essa razão, que eu não queria ela como seu guarda-costas. – Disse me olhando como se a culpa fosse minha.
— Pedi o Lucian como meu guarda-costas, por ele ser competente. Eu não me importo com a idade dele. Mas, temos que esclarecer as coisas aqui. Sou sua amiga, brinco e falo de mais, mas tem que entender que sou a esposa de Christian, então ou passa a me ver como um "mano" ou ele vai arrancar os seus olhos. – Disse o fazendo baixar a cabeça e rir um pouco. — Somos amigos Lucian, e você jamais vai poder me olhar como se não fossemos assim. Entendeu!!
— Eu compreendo. Juro que não foi a minha intenção, mas a partir de agora gostaria de trabalhar nas missões. Acho que assim eu não preciso ser morto.
— Ótima ideia. – Christian disse. — Você ficará responsável pela exportação de armas, e também será o comandante do esquadrão que vai procurar por Emília Rizzi.
— Sim senhor. – O mesmo respondeu tranquilamente.
— Agora voltem a dormir. Miguel, você tem muito o que fazer amanhã. Tem que trazer o resto das nossas coisas e começamos a montar a escalação de segurança dessa mansão.
— Sim senhor. – Miguel finalmente voltou com seu deboche oficial. — Vamos lá, pirralho.
Lucian revirou os olhos e eu sorri agradecida pata o mesmo. Mas acho que é melhor assim. Nós últimos tempos Christian está tendo ainda mais ciúmes de mim.
— Como não reparou?? – Ele perguntou indignado.
— Acho que eu só não queria ver. Tipo, só não dava para acreditar que ele realmente pensava em mim de uma forma diferente. – Disse dando de ombros.
— Mas adora reparar nas mulheres que olham para mim. – Disse me provocando.
— Claro!! Elas não são minhas subordinadas, eu não as controlo. E elas são ainda mais ousadas que o Lucian, então não vem da uma de esperto para cima de mim.
O mesmo gargalhou, me puxando para mais perto e beijando meu pescoço.
— O que tá fazendo?? – Perguntei sentindo meu corpo se arrepiar.
— Inaugurando o escritório. – Ele sussurrou no meu ouvido, me fazendo sorrir de lado.
— Não acha que está muito tarde??
— A adrenalina invadiu nossos corpos já. Acho que temos energia.
Pior é que ele estava coberto de razão. Acordar no susto, faz a adrenalina invadir o seu corpo e você perder o sono imediatamente. Então entrei na onde no meu marido sem vergonha.
Acabamos fazendo mais barulho do que realmente eu queria, mas logo depois voltamos ao quarto onde eu finalmente pude voltar a dormir relaxada.
Eu sabia que meus dias a partir daquele instante, seriam mais difícil. Principalmente por ter que esperar um ataque a cada movimento meu, agora que a vadia loira estava a solta, com raiva e louca por vingança, já que por minha culpa os filhinhos dela estão quase mortos. Mas eu não me importo nem um pouco!! Ela pode vir. Eu vou fazer o que a minha mãe deveria ter feito quando ela cruzou nossos caminhos. Atirada bem no meio de sua festa!!
