Tsukishima Kei

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Universo alternativo.

Publicado em 17/06/2022
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It's too cold in here, but we're still horny

Trabalhar na Antártida não é a coisa mais fácil do mundo.

Aqui nem sequer há cidades, apenas bases científicas. Elas servem muito bem de acomodação, mas as coisas não são fáceis.

Eu, S/n, sou uma bióloga marinha e veterinária. Tenho vinte e oito anos e trabalho aqui há dois anos. Conforme o tempo passa, as coisas tendem a ficar mais fáceis, mas isso não significa que sejam simples.

Trabalhar com tantas espécies raras de animais é acalentador, principalmente quando podemos retorná-los ao meio ambiente, mas entre o momento em que um ser surge ferido para nós, até a hora em que ele volta à natureza, há muita coisa.

— S/n! A fêmea de Leopardo Marinho que encontramos na semana passada, a Candice, está dando a luz! — Um de meus colegas, que acabou se tornando meu melhor amigo, Bokuto, me chamou. Eu estava tomando café em uma sala inteiramente branca. Uma das paredes desse local é feita de um vidro especial, que nos permite ver o lado de fora sem perigo. Metade da vista é do ambiente debaixo d'água, inclusive.

— Droga! — Gritei, deixando meu café sobre a mesa. Passei a correr junto dele — Não está no tempo e ela ainda está ferida. Vamos precisar trabalhar muito para salvá-los.

— Vamos conseguir! — Ele me garantiu. Finalmente chegamos à sala cirúrgica que usaríamos para tratá-la — Ei, Candice, calma. Chegamos. — Falou com a fêmea. Esse foi o nome que a nossa equipe deu a ela. Costumamos chamar os animais por nomes, para que fique mais fácil a identificação.

Foca-leopardo, leopardo-marinho ou leopardo-do-mar, é uma espécie de foca que habita a Antártida. Sua gestação costuma durar cerca de duzentos e setenta dias, o que se equivalem a, mais ou menos, nove meses. O problema é que nossa Candice mal chegou aos duzentos e cinquenta.

Ambos suspiramos e fomos lavar as nossas mãos. Aqui dentro, o ambiente é um pouco mais quente, mas isso não significa que seja realmente na temperatura que precisamos, principalmente porque o foco é deixar os animais confortáveis, e não a gente. Nas salas comuns e quartos, temos realmente um aquecimento adequado a nós. Por isso, apenas o ato de lavar as mãos já podia se tornar desesperador para iniciantes.

Bokuto está aqui há quatro anos, e eu a dois. Se fosse japonesa, deveria chamá-lo de senpai, mas eu vim do Brasil, então, por mais que ele sempre tenha desejado esse título, jamais dei o gostinho a ele.

Temos três colegas canadenses, oito noruegueses, dois americanos, três colombianos, uma egípcia, seis austríacos e um alemão.

Ou seja, nenhum outro brasileiro, e também nenhum japonês.

...

Horas depois, saímos daquela sala com um sorriso no rosto. Foi complicado e Kotaro, eu e uma de nossas colegas norueguesas, Norabel, nos cansamos muito, mas deu tudo certo.

Agora, além de Candice, tínhamos também seu bebê, um macho que Nora deu o nome de Soren. Falou que significa "severo", e "duro", e que era um nome significativo para um ser que passou tão perto da morte e, ainda assim, sobreviveu.

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