CAPÍTULO III

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JENNIE RUBY JANE KIM

A Lisa me mostrou um pouco da casa, já estava ficando cansada, parecia que nunca teria fim.

— Lisa, você pode me mostrar meu quarto? — pergunto. — Minhas pernas já estão cansadas, essa casa é enorme.

Ela solta uma risada nasal.

— Sendo sincera com você, mandei prepararem todos os quartos da casa para você escolher o seu. — fala, me pegando de surpresa.

— Ah... alguma recomendação? — falo surpresa.

— O de frente para o meu é bastante espaçoso e confortável, fora que, qualquer coisa, você pode ir me chamar, sem precisar andar muito. Vamos, vou te mostrar. — responde, facilitando minha vida.

Subimos as escadas e fomos até o tal quarto. Vejo uma porta de frente para ele e imagino ser o da Lisa. Ela abre e dá espaço para eu entrar, e fico abismada; o tamanho daquele quarto era maior que muitas casas. Corro e me jogo no centro da cama, a Lisa ri daquilo, devo estar parecendo uma criança agora.

— Eu gostei muito daqui. — falo com os olhos brilhando.

— Por que não vê o resto do quarto? Garanto que vai gostar mais... — fala saindo e me deixando ali.

Me levanto da cama e vou explorar meu novo quarto. Estava perplexa com o tamanho daquilo, parecia um quarto daquelas princesas de livros, séries e filmes. Entrei no closet, e era enorme. Fui ao banheiro e vejo uma banheira, era tudo que eu estava precisando: um banho em uma banheira cheia de espuma. Antes de me mudar para morar com o Paolo, eu tinha tudo isso na casa dos meus pais. Eu era livre, uma exploradora, mas o Paolo me prendeu e havia lugares da casa que eu não podia ter acesso. O escritório e um dos quartos eram bons exemplos.

— Jennie. — ouço a voz da Lisa me chamando e vou ao encontro dela.

— Oi, estava explorando o quarto. — falo e vejo ela com algumas malas.

— Aqui estão algumas roupas, mandei alguém ir buscar. Se precisar de mais, compramos. — fala. — Mas então, o que achou?

— É perfeito... parece que saiu de um conto de fadas. — falo rindo e ela me acompanha.

— Falei que ia gostar. Jennie, precisamos conversar depois. Vou estar no escritório. Se organize e venha falar comigo. — fala, me deixando tensa.

— Certo... — falo, e ela se retira do quarto.

O que ela queria com aquela conversa? Tantas perguntas rondavam minha mente de uma maneira inacreditável. Merda, a Rosé, meus pais, amigos e a família dos Vareses, o que estariam pensando agora? Eu morando com a Lisa, isso é simplesmente suicídio para a própria Lisa, até para mim mesma.

2º mandamento da máfiaNão se deve olhar para as mulheres dos nossos amigos. O mesmo pode valer para filhas e irmãs dos integrantes, claro que dentro das devidas proporções, pois os mafiosos acreditam que uma traição sentimental em família é a mesma coisa que uma tragédia.

Porra, a Lisa e o Paolo eram praticamente irmãos, aquilo seria traição, iria parecer que tínhamos um caso. Primeiro a morte do Paolo, depois a do Pablo, agora eu venho morar com ela, por quê? Não iriam pensar outra coisa, a não ser que eu esteja dormindo com ela.

Eu sei que aquilo ia descer na garganta deles de uma forma ou de outra. Ia rasgar, sufocar e até mesmo matar alguns deles, mas era a Lisa. Ela é a pessoa mais respeitada em toda essa hierarquia. Não estamos falando de um Capo de uma máfia, mas sim de várias outras. A Lisa era a porra da mente daquilo tudo, a Itália quase toda comia na palma de sua mão, máfias aliadas de outros países também, ela quem manda e desmanda. Ela era simplesmente Al Capone.

𝗖𝗔𝗣𝗢 (𝗚!𝗣) - 𝐉𝐄𝐍𝐋𝐈𝐒𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora