𝗖𝗔𝗣𝗢 (𝗚!𝗣) - 𝐉𝐄𝐍𝐋𝐈𝐒𝐀

CAPÍTULO XIV

JENNIE RUBY JANE KIM

Eu estava tão ansiosa com aquela conversa, me passava na cabeça várias merdas que eu fiz e ela descobriu, se ela descobriu sobre Ella, ou se tem algo relacionado com aquela mulher ao telefone. Apenas tentei me acalmar e assistir meu filme normalmente, até ela descer as escadas e vir até mim. Ela se senta ao meu lado e fala...

— Eu estive ausente por uma série de motivos, mas a principal foi porque eu descobri algo que me deixou possessa de raiva... Eu acabei tendo que descontar essa raiva em algo. — ela fala se explicando. — O Paolo era um filho da puta que eu mesma deveria ter matado com minhas próprias mãos, mas ter o feito sofrer antes.

— Que o Paolo era um filho da puta eu já sabia, mas por que a retomada dele novamente? — pergunto curiosa, tinha algo estranho.

— Agora que é minha consigliere, você vai estar sempre à frente dos acontecimentos da máfia e fazendo ela funcionar... Mas, por agora, eu peço seu total sigilo sobre esse assunto. Não quero que se assuste com o que irei lhe falar. — eu já estava assustada o bastante somente com aquela conversa que estávamos tendo... — Há um tempo atrás, eu descobri que tínhamos uma espiã em nossa máfia. Informações estavam sendo passadas, cargas roubadas e outros assuntos a respeito. Hoje, eu me encontrei com uma amiga; ela havia localizado um dos soldatos de um inimigo em comum... Arranquei algumas informações. O Paolo tinha relações com um homem chamado Saull Sellitto, para tentar ocultar seus podres de mim. — ela faz uma pausa, abre a boca e a fecha várias vezes, tentando encontrar as palavras certas para continuar. — Mas, ele começou a beber e usar as drogas das cargas roubadas, chegava doidão e chapado nas reuniões, quando ele ia, já que furou várias vezes. Saull não precisava mais dele, já sabia o suficiente. Em uma tentativa de morte ocorrida na casa do Paolo, Sellitto acabou vendo você. Você despertou algo nele que nenhuma outra fez; ele realmente ficou encantado com sua beleza... Paolo viu aquilo nos olhos de Saull brilharem, então leiloou você para ele. Sabia que seria sua única escapatória da morte, mas depois de alguns dias, você o matou.

Minha mente tentava processar todas aquelas informações. Como eu havia despertado algo em alguém que eu nem conheço? Por que não estou nem um pouco surpresa que Paolo me leiloou? São tantas perguntas e pensamentos que me rondam. Parecia que eu estava vendo elas na minha frente. Meus olhos pesam e eu acabo não vendo mais nada depois que eles se fecham...

Mas eu ainda consigo ouvir vozes. Minha visão escura estava em algo do passado; não consigo explicar. As vozes se intensificam mais, ouço vozes como se fossem de uma TV. A outra eu conseguia identificar: era Lisa chamando meu nome. Abro os olhos devagar, com toda a claridade intensa neles. Lisa estava me olhando e falando algo que eu não entendia. Tento me levantar devagar, mas ela me impede e então lembro do que ela havia me falado... Então, não era um sonho?

— Você está bem? Quer que eu chame um médico? Beba um pouco de água... — ela parecia desesperada com aquilo, mas eu achava fofo como ela ficava preocupada. — Por que está sorrindo?

— Você fica tão fofa assim... Toda preocupada. — digo, bebendo um pouco de água que ela havia me dado.

— Se lembra de algo? Você desmaiou muito rápido e passou sete minutos assim... — Lisa pergunta.

— Sim, eu me lembro de tudo que você me contou. Acho que desmaiei pelo fato de ter forçado muitos pensamentos na minha cabeça. — sorrio para ela, que me olha aliviada. — Eu já esperava qualquer coisa vinda do Paolo com relação a mim, não se preocupe. Mas eu não lembro do homem que você falou, sempre tinha muitas pessoas e rostos familiares naquela casa...

— Tudo bem. Se sente melhor?

— Eu estou bem, não se preocupe. — deixo um sorriso escapar dos meus lábios para tentar acalmá-la. — Você pode me mostrar alguma foto desse tal Sellitto? — esse nome era familiar, eu já havia escutado aquele nome algumas vezes.