CAPÍTULO XLV

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LALISA MANOBAN (CAPO)

— Tenha misericórdia, Capo. — a mulher suplica, jogando-se aos meus pés. — São apenas crianças...

Gonna dai miei piedi, sporcandomi le scarpe da ginnastica con il tuo sudicio pianto. (Saia dos meus pés, sujando meus tênis com seu choro sujo.) — respondo enfurecida com tal atitude, não dando a mínima para cada palavra que saía daquela boca. — Não irei pedir novamente.

— Eu imploro que poupe a vida deles, eu imploro... — sua voz falha, repleta de angústia. O choro preso na garganta é liberado assim que termina seu clamor. Ela atende meu pedido, saindo de cima dos meus pés.

— É tarde demais. Se quisesse realmente que a vida das crianças fosse poupada desse mundo cruel, nunca os teria deixado no meio de toda essa merda. — me abaixo e pego seu maxilar com a mão, apertando com certa força. — Pare de chorar e tremer! Não irá mudar ou adiantar de nada, só mostrará o quão fraca é.

Jisoo surge em nosso campo de visão, seu semblante carregado de seriedade e raiva marcava seu rosto. Vê-la assim chega a ser assustador, não para mim, sou ainda pior. Ela atira na perna da mulher em minha frente, fazendo-a gritar de dor, ecoando a voz. Acenei com a cabeça, deixando claro que não a mataria... ainda.

Seu filho tinha um futuro promissor, parecia ser uma boa criança e muito inteligente. — toco na ferida que jamais irá se curar. — Saiba que você acabou com a vida do seu próprio filho, ninguém tem culpa, a culpada é somente você e mais ninguém. Espero que carregue essa culpa junto a ti no inferno e lembre-se do último rosto que verá na vida.

— Por favor... — tenta falar, mas sua voz falha.

— Jisoo, mate todos, não deixe sobrar um! — cuspo as palavras com um vazio nítido.

Os diversos tiros são ouvidos como bombas explodindo. Não havia tempo preciso de cada bala, eram todas de uma só vez. O mais desesperador era o grito de cada criança, eram tão ingênuos e verdadeiros, tudo rodava em câmera lenta. Meu ouvido gritava em um insuportável apito, o som das balas enlouquecia qualquer um. As vozes e gritos das crianças foram cessando, assim como os tiros e balas, até que não se ouvia mais nenhum barulho vindo da sala ao lado. A mulher chorava copiosamente, me deixando enojada com a cena.

Faça uma visita ao seu marido no inferno por mim e diga que ouviu seu filho gritar em súplica, mas não pôde fazer nada além de ser fraca e chorar pedindo misericórdia em minha frente. Adeus! — atiro três vezes, estourando sua cabeça e sujando meus tênis de sangue e restos do seu crânio. — Mande alguém limpar essa bagunça! Essa puta sujou meus tênis da Celine, justamente o que a Jennie me deu de presente.

Jisoo solta uma risada fraca e olha pra mim e depois para meus tênis.

— Se sabia que iria ter sangue derramado, então por que veio justamente com eles? — pergunta debochada, dando ênfase no "justamente". Apenas sorrio de lado.

— Como você está? — pergunto vendo o semblante tranquilo da minha irmã.

— Sinceramente? — aceno com a cabeça. — Estou apenas existindo. Não vou me atrever a perguntar como você também está, já sei bem a resposta.

— Onde estão? — pergunto e ela parece não entender. — Me refiro às crianças.

— Com Jungkook, Rizzo, Alex e outros dos seus soldatos. Seus truques estão ficando cada vez melhores. — Jisoo fala sobre o acontecido de alguns minutos atrás.

Algumas horas antes...

— Ao todo são 27 crianças, entre adolescentes e crianças pequenas. — Jungkook fala, olhando os dados anotados.

𝗖𝗔𝗣𝗢 (𝗚!𝗣) - 𝐉𝐄𝐍𝐋𝐈𝐒𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora