𝗖𝗔𝗣𝗢 (𝗚!𝗣) - 𝐉𝐄𝐍𝐋𝐈𝐒𝐀

CAPÍTULO XLII

LALISA MANOBAN (CAPO)

— Limpem essa bagunça! — ordeno enquanto pego o pequeno pedaço de pano que Jungkook estende em minha direção, limpando meu rosto de qualquer resquício do sangue desse imundo. — Como andam as coisas com Andrea?

— Ao que tudo indica, tudo está indo muito bem. Russell está ajudando com relação ao sindicato. — Jungkook responde formalmente. Franzo o cenho desconfiada.

— Não confio neste homem, mande ficar de olho nele...

— Como quiser. — Jungkook me olha, sabendo que estou certa. Conheço Jungkook muito bem para saber quando ele está escondendo algo.

— Fala logo o que aconteceu. — encaro Jungkook, esperando a verdade.

— Não aconteceu nada...

— Eu sei quando está me escondendo algo, não se esqueça que mais do que sua chefe, também sou sua amiga. — coloco a mão sobre seu ombro, buscando sua confiança. — Vamos para um lugar mais reservado, assim conversamos.

Saímos do ambiente fechado para um local mais aberto e privado. Eu sabia que algo estava errado; Jungkook não ficaria tenso sem motivo.

— Whisky? — ofereço-lhe um copo e uma garrafa, mas seu aceno negativo indica que o assunto é sério demais para isso.

— Capo... O conselho nos enviou uma mensagem. — Jungkook fala com seriedade, não usando meu nome, mas tratando-me formalmente. — Matteo Messina Denaro está preso, mas isso não o impede de continuar dando ordens...

— Continue!

— Apesar disso, a Cosa Nostra precisa de um chefe ativo, alguém que os represente fisicamente, não apenas por cartas ou mensagens. — cada suspiro dele é uma pausa antes de continuar. — Nossos aliados estão pedindo uma reunião com você.

Tomo um gole de whisky, soltando o ar lentamente. Eu sabia que meu nome estava sendo considerado para assumir o cargo, mas não esperava que fosse tão cedo. Não queria pensar nisso, mas era inevitável evitar que pensamentos e dúvidas surgissem.

— Já sabem onde será? — pergunto, olhando para o vazio, esperando por qualquer coisa que me tirasse daquele estado de letargia. O zumbido em meus ouvidos aumenta; minha cabeça dói. Estava pensando demais...

— Lisa? — a voz de Jungkook me desperta, fazendo-me olhar para ele, aguardando sua resposta. — Está tudo bem?

— Sim, onde será? — pergunto novamente, agora prestando atenção.

— Na Sicília, no parlamento do governo italiano, um lugar controlado pela parte corrupta dos políticos... — não era novidade; eu sabia que a cúpula seria realizada lá, onde os chefes de família estariam protegidos contra invasões surpresa, graças ao poder italiano. — Lisa, quanto tempo mais ficaremos na França?

— Quero resolver todas as pendências e eliminar meus inimigos... Mas está perguntando por causa da data da reunião? — seu aceno de cabeça indica que nosso tempo aqui é limitado...

[...]

— Conhece esse homem? — pergunto para a mulher amarrada à minha frente. Ela nega com a cabeça, tremendo de medo. — Então por que estava com ele no dia em que Grigori Siviuam morreu? Coincidentemente, foi no mesmo lugar de onde vocês saíram horas depois...

Ela geme em desespero, sua voz abafada pela mordaça. Seus olhos verdes mostram que está escondendo algo; se não falar, enfrentará as consequências... Os fios ruivos de seu cabelo se soltam, colando em seu rosto úmido de lágrimas e suor. Aproximo-me dela, retirando a mordaça, e ela suspira aliviada por poder finalmente abrir a boca sem restrições.