CAPÍTULO XXXIV

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JENNIE RUBY JANE KIM MANOBAN

— Como eu estava com saudades de você. — digo, fazendo cócegas na garotinha que se mexia em meio a risadas. Ela tentava sair a todo custo, mas era impossível.

— P-para, t-tia Jen. — tenta falar em meio às cócegas, mas acaba cortando as palavras com risadas gostosas e altas.

Eu ainda não conseguia acreditar naquilo, minha ficha ainda não havia caído. Aquela garota realmente estava aqui? Ou aquilo era só um sonho? De qualquer forma, eu queria continuar dormindo. Lisa é uma caixinha de surpresas, e quando penso que já desvendei todas elas, sempre acaba surgindo uma nova. Era inacreditável o poder que aquela mulher tinha; ela simplesmente conseguia tudo o que queria, só bastava dizer.

Quem disse que não havia preço para felicidade mentiu e muito. Lógico que nem toda felicidade se comprava, mas com dinheiro e poder em mãos, você poderia realizar todos os desejos e sonhos que alguém poderia ter. Eu não sei, nem tenho noção de como as coisas serão daqui para frente, mas não podemos dizer que não gostamos de algo sem termos provado antes. Julgar pela aparência parece ser o mais fácil do que experimentar; você não quer correr o risco de acabar não gostando daquilo. Mas eu preferia correr o risco e saber o real sabor do novo. No começo é ruim, azedo e amargo, depois começa a entrar na zona de conforto, onde começa a ficar gostoso com aquele sabor doce, e no final você quer repetir aquilo de novo e de novo, repetindo infinitas vezes.

A quem eu queria enganar? Eu realmente amava a Lisa. E cada vez mais suas atitudes não me faziam ter dúvidas daquele amor. Eu estava fodida e fodidamente apaixonada por aquela mulher. Não tenho medo do que Lisa pode fazer, mas sim do que o futuro nos aguarda, esse futuro incerto. Olho para a menina à minha frente; ela parecia tão feliz quanto eu. Eu não tive reação quando vi Ella com Lisa, não esperava aquilo, não estava preparada. Fui pega completamente de surpresa, abalada completamente em minhas estruturas emocionais ao ver Ella em minha frente, sem ter que ser naquele orfanato. Todas aquelas outras crianças deveriam ter chances de ter uma boa família, que as acolhesse e as amasse, não só dentro daquele local, mas no mundo inteiro. Que tipo de pessoa abandona um filho? Que maltrata, que não lhe dá a devida atenção e afeto? Esse é o tipo de pessoa que não pode ser chamado de pai ou mãe, porque essas pessoas são tudo, menos isso.

— Tia Jen, você e a tia Lisa são casadas? — Ella pergunta, e eu aceno afirmativamente com a cabeça.

Vou lhe contar como tudo começou...

[...]

— Uau... — Ella fala, com a boca aberta em surpresa. Ela tinha ficado encantada com a história de como eu e Lisa ficamos juntas; eu ocultei alguns detalhes, mas ela sabe toda a verdade.

— Você está com fome? — pergunto, e a garota nega com a cabeça. Lisa deve tê-la alimentado no caminho. — O que acha de um banho?

— Uma péssima ideia, tia Jen. — Ella resmunga, uma atitude que me faz sorrir com ternura. Era engraçado e fofo ao mesmo tempo.

— Vamos lá, vou te ensinar como ligar aquela banheira tecnológica. — falo, vendo seu rosto se iluminar com curiosidade. Ela se levanta e fica disposta.

Depois de explicar, deixei Ella sozinha no quarto para que tivesse um pouco de privacidade. Saí do quarto e fui em direção ao meu, me deparando ao abrir a porta com Lisa esparramada na cama. Seus olhos estavam fechados, ao seu lado estava o celular; ela parecia cansada, e com certeza estava. Me aproximei e ela deve ter sentido minha aproximação, pois abriu os olhos e sorriu para mim. Ela apoia os cotovelos na cama, levantando a cabeça.

𝗖𝗔𝗣𝗢 (𝗚!𝗣) - 𝐉𝐄𝐍𝐋𝐈𝐒𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora