CAPÍTULO XXIX

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JISOO MANOBAN

• Voo para Moscou, Rússia

Minha mente me colocava no abismo, me afundando sem parar. Os pensamentos e memórias daquele dia rodavam na minha mente, ela tão sorridente no jardim dos Bactvas, olhando para mim, e por um mísero, um mísero segundo de distração... aquelas balas já haviam perfurado seu corpo, e ela estava de joelhos no chão.

2 anos antes...

Eu estava feliz. Daqui a alguns dias estaria casada com a mulher que me havia sido prometida. Tempos de paz entre as máfias russas e italianas, nossos poderes equilibrados em um só. Eu tinha uma noiva perfeita, a quem amava muito e que me fazia feliz.

Estávamos na Rússia, a pedido da família de minha noiva, o casamento seria aqui. Nossas famílias se encontravam sorridentes no jardim da mansão, amigos e aliados de ambas as famílias estavam presentes. Eu observava minha noiva sorridente no jardim enquanto conversava com minha mãe.

— Está mesmo feliz com ela? — minha irmã pergunta, enquanto eu observo minha noiva.

— Muito, nunca me senti assim antes... Por mais que seja um casamento arranjado, crescemos juntas e aprendemos a nos amar com o tempo. — falo ainda olhando minha noiva que estava no gramado do jardim junto com nossas famílias.

Minha futura esposa, Natália Bactva, era russa, filha de Pirëkí Bactva, o capo da Rússia. Nossas máfias são aliadas desde a nossa infância; meu pai e o seu formaram um casamento arranjado. Não era para ser eu, e sim Lisa, mas seu gênio e personalidade forte impediram isso.

— Vamos lá, sei que quer ficar ao lado dela. — Lisa bate em mim, me fazendo despertar para irmos para o jardim.

— Моя любовь... (Meu amor) — Natália fala ao me ver.

— Я так сильно тебя люблю! (Eu te amo muito) — tento falar russo, mas acabo me embolando nas palavras, o que acabou fazendo minha noiva rir.

O dia estava sendo perfeito, só não esperávamos o que estava por vir...

A mansão foi invadida por Petr Bactva, irmão de Pirëkí, que ainda guardava mágoas de não ter assumido os negócios da família. Vendo que seu sobrinho seria o próximo, decidiu intervir. Estava tudo uma correria, muitos disparos de um lado e do outro. Petr não tinha um grande exército, então foi fácil derrubar seus guardas.

Da família... Pirëkí foi o primeiro a levar os tiros, logo depois sua esposa, que correu aos prantos em direção ao corpo do marido. Por um grito, Natália, que até então estava escondida, acabou sendo descoberta. Vejo Petr mirar sua arma em direção à minha noiva, tudo parecia em câmera lenta. Gritei indo para a mulher, mas já não consegui chegar a tempo. Minha esposa caiu de joelhos no chão após uma sequência de quatro tiros.

— NÃO... — minha voz saiu arrastada e com dor, muita dor.

Não penso em mais nada além de matar o desgraçado. Ele tenta atirar, mas no seu cartucho não havia mais balas. Se rendendo, levanta as mãos para cima... como se isso fosse ajudar. Atiro em sua perna, vendo seu corpo fraquejar e ir em direção ao chão.

— Meu amor, por favor... — as palavras pareciam ter sumido da minha boca. Eu não sabia que aquela sensação era tão dolorosa. Tudo doía, eu estava sendo invadida por um choro preso na garganta, mas nada saía. Eu não sabia o que fazer, era uma dor insuportável. Eu não queria sentir aquilo. Seus olhos estavam se fechando lentamente. — Fica comigo... Por favor... — já era tarde demais, seu corpo havia desfalecido em meus braços. As lágrimas invadiram meu rosto, me fazendo abaixar a cabeça até a sua. A mulher que eu amava estava morta e não havia nada que eu pudesse fazer.

𝗖𝗔𝗣𝗢 (𝗚!𝗣) - 𝐉𝐄𝐍𝐋𝐈𝐒𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora