𝗖𝗔𝗣𝗢 (𝗚!𝗣) - 𝐉𝐄𝐍𝐋𝐈𝐒𝐀

CAPÍTULO VII

JENNIE RUBY JANE KIM

Acordei com a garganta seca e a vontade de beber água. Troquei de roupa e desci para a cozinha, onde vi alguns morangos que me chamavam para serem devorados. Deliciava-me a cada mordida, mas a sede logo se sobrepôs e peguei um copo no armário, enchendo-o de água e bebendo. Enquanto ainda comia os morangos, ouvi uma voz desconhecida vindo da sala, chamando por Lisa.

— Lisa, querida, cheguei... Cadê você? — uma mulher loira, vestida de forma pouco convencional, perguntou assim que me viu, com um semblante furioso. — Quem é você e o que está fazendo aqui?

— Oh, me desculpe, mas na verdade eu moro aqui. — respondi, desconfiada da mulher. — E o que você está fazendo aqui?

— Eu sou namorada da Lisa. Fiquei preocupada com minha namorada, ela não me mandou mensagem há uma semana. — ela falou, enfatizando "namorada" com tanta seriedade que quase me fez acreditar.

— É interessante conhecer as namoradas da Capo da maior máfia italiana... — comentei, seguindo em direção à cozinha.

— Como você ousa? Lisa, amor, cadê você? — ela gritou, mas sua voz foi ficando mais distante conforme eu me afastava.

Aquela era a última coisa que precisava: uma ex-namorada maluca de Lisa causando confusão na minha vida. Estava cansada e com sono, mas com aquela mulher na sala chamando por Lisa, não conseguiria dormir. Era estranho deixar um completo desconhecido na minha casa.

— Emilly, o que você está fazendo aqui? — ouvi a voz de Lisa vindo da sala.

— Querida, por que não me ligou mais? Fiquei com saudades. — assim que entrei na sala, vi Emilly tentando agarrar Lisa.

— Jennie, meu amor, o que faz acordada a essa hora? — ela me perguntou, olhando na minha direção.

— Acordei com sede e acabei ficando com fome ao ver os morangos na cozinha. — expliquei brevemente.

— Lisa, por que chama sua nova empregada de amor? — a tal da Emilly, até então calada, decide abrir a boca para falar besteira.

— Ela não é minha empregada, é minha conselheira. Você não deveria estar aqui. Por favor, peço que saia da minha casa e não retorne, caso contrário, não terei nenhuma consideração por você. — Lisa respondeu claramente, sem paciência.

A mulher lançou um olhar furioso para mim antes de virar-se novamente para Lisa.

— Não acredito que está escolhendo uma estranha como sua conselheira. E eu pensei que tínhamos algo especial, Lisa. — Ela cruzou os braços, visivelmente chateada.

— O que tivemos, Emilly, já acabou há muito tempo. Por favor, vá embora agora. Não quero repetir isso. — Lisa falou com determinação, dirigindo-se a mulher de maneira clara e cortante.

Enquanto eu observava a mulher furiosa na minha frente, apenas mantive meu olhar debochado.

— Você quer que eu prepare algo para você comer? — Ofereci, querendo provocar.

Lisa sorriu, agradecida pela oferta.

— Isso seria ótimo, Jennie. Vou adorar. — Ela se aproximou e me deu um beijo rápido na bochecha. — Emilly, por que ainda não saiu daqui? Não me faça chamar os soldatos para te tirar. — Lisa fala e segura minha mão. — Vamos.

Emilly bufou, claramente insatisfeita, mas acabou virando as costas e saindo pela porta da frente. Lisa suspirou, parecendo aliviada.

— Desculpe por isso, Jennie. Não esperava que ela aparecesse assim. Ela é uma pessoa do passado complicado. — Lisa olhou para mim com uma expressão de preocupação.