𝗖𝗔𝗣𝗢 (𝗚!𝗣) - 𝐉𝐄𝐍𝐋𝐈𝐒𝐀

CAPÍTULO XXII

JENNIE RUBY JANE KIM

Havia chegado o tão esperado dia: meu casamento seria daqui a algumas horas e eu estava extremamente nervosa. Assim como da primeira vez, os mistos de emoções e sentimentos eram os mesmos. Eu tentava a todo custo relaxar, mas a ansiedade estava me matando. Nunca imaginaria que me casaria de novo e, principalmente, com Lalisa Manoban, a mesma que eu não sabia onde estava, mas provavelmente resolvendo detalhes da sua roupa junto com a outra madrinha e padrinho do casamento: Jisoo e Jungkook.

Eu nasci no berço da máfia, fui criada e ensinada desde muito cedo sobre o que eu devia fazer, como agir, quando falar e em quais momentos certos. Viver e respirar a cultura de controle e violência, já que são nos ensinados deveres, regras e restrições do início ao fim. Nossa obrigação é cumpri-las e adotá-las ao nosso hábito. Minha mãe sempre me ensinou como eu deveria tratar o meu marido e em como eu devia ser submissa a ele. Suas regras e ensinamentos nunca foram atendidos corretamente, já que eu sempre fui uma "rebelde", sempre quebrei as regras e muitas vezes eu mesma criava as minhas próprias.

No começo, com Paolo, eu tentei seguir na linha, andando corretamente e seguindo o jogo conforme as regras se aplicavam. Mas as coisas começaram a sair dos trilhos quando ele quebrou todas as regras e os princípios que um marido mafioso deveria seguir.

Meus pensamentos são quebrados quando Rosé entra na sala do hotel onde estávamos. Assim como as noivas, as madrinhas, sogras e daminhas de honra iriam ter um dia inteiro no spa, somente para cuidar da beleza.

Lierna é um lugar mágico, tudo é encantador, tudo ao redor chama atenção pela beleza deslumbrante, porém simples.

Agradeço a Rosé por ter feito toda a organização do casamento por mim; eu não teria cabeça para pensar em nada, além do vestido de noiva. Todas as mulheres que estavam comigo estavam com alguma massagista ou fazendo as unhas. Eu era a mais adiantada dali. Havia cerca de cinco pessoas fazendo minha maquiagem e mais três fazendo o penteado em meu cabelo.

Rosé, do outro lado, tagarelava coisas sem sentido algum. Meus olhos focavam em algo, mas minha mente parecia não estar ali. São tantas dúvidas e pensamentos que rodam minha mente... E se ela disser não? E se eu travar na hora e não conseguir falar nada?

[...]

• LIERNA, ITÁLIA

A cerimônia é na entrada da igreja de Lierna, como Rosé tinha planejado. A Parrocchia di Sant'Ambrogio, a paróquia de Lierna, é uma pequena célula vital da igreja, ligada ao belo território em que está inserida, aberta para acolher cada um na sua individualidade. Dentro da Diocese de Como.

— Você está linda... — minha sogra fala.

— Está perfeita, Jen. Ainda dá tempo de largar a Lisa no altar e casar comigo... — Rosé fala com um sorrisinho malicioso de canto.

— Deixe de besteira, Roseanne. — a senhora Park repreende rindo, dando tapas na Rosé.

Viro meu corpo e me olho no espelho. Eu realmente estava linda, parecia que o vestido havia sido feito para mim na medida certa. Lembro-me do meu casamento com Paolo, meus olhos cansados e inchados de tanto chorar, tudo improvisado, até mesmo o vestido, que naquele dia eu usei qualquer um; foi uma experiência dolorosa. Meus olhos brilhavam, sinal de que as lágrimas já estavam se formando... Tentei ao máximo não desabar em lágrimas ali, tratei de recompor minha postura como minha mãe havia me ensinado. Eu estava me sentindo feliz e realizada pela primeira vez naquele casamento, talvez com receio do futuro, mas eu não queria estragar o momento com pensamentos assim... Meu pai entra no ambiente me alertando.