𝗖𝗔𝗣𝗢 (𝗚!𝗣) - 𝐉𝐄𝐍𝐋𝐈𝐒𝐀

CAPÍTULO LVII

NARRADOR POV

A noite estava quente e silenciosa quando Andrea se aproximou da casa dos Manoban. O relógio marcava meia-noite, e a escuridão da madrugada oferecia a cobertura perfeita para o que ela estava prestes a fazer. Ela sabia que Lisa estava distraída com os problemas crescentes da máfia e com a busca desesperada por Jennie. Era o momento ideal para agir.

Com passos cuidadosos, Andrea contornou a propriedade, evitando as câmeras de segurança que ela conhecia tão bem. Encontrou uma janela que dava para o quarto de Ella, a filha de Lisa e Jennie. A menina dormia tranquilamente, alheia ao perigo iminente. Andrea sentiu um breve aperto no coração, mas rapidamente o suprimiu. Ela tinha uma missão.

Com uma destreza silenciosa, Andrea abriu a janela e entrou no quarto. A luz da lua iluminava suavemente o rosto inocente de Ella. Andrea se aproximou lentamente, retirando um pano embebido em clorofórmio do bolso. Precisava ser rápida e silenciosa.

— Me desculpe, Ella. — murmurou Andrea enquanto pressionava o pano contra o rosto da menina. Ella acordou assustada, tentando lutar, mas logo seus olhos começaram a fechar novamente, sucumbindo ao efeito do clorofórmio.

Andrea a pegou nos braços, sentindo o peso leve e frágil da menina. Com cuidado, saiu pela janela, certificando-se de que não havia sido vista. O carro estava estacionado a uma pequena distância, pronto para uma fuga rápida. Ela colocou Ella no banco de trás, amarrando suas mãos e pés com cuidado para que não pudesse escapar quando acordasse.

No caminho para o esconderijo, Andrea não conseguia evitar uma sensação de culpa. Mas sabia que isso era necessário. Saull precisava de um trunfo para acabar com Lisa, e Ella era essa carta. Quando Ella começou a se mover, ainda grogue do clorofórmio, Andrea olhou para trás.

— Você vai ficar bem, Ella. Eu prometo! — disse ela, mesmo sabendo que suas palavras soavam vazias.

Chegando ao destino, um armazém abandonado fora da cidade, Andrea carregou Ella para dentro. O lugar estava escuro e cheirava a mofo. Ela colocou a menina em uma cadeira, amarrando-a com firmeza.

Quando Ella começou a acordar completamente, seus olhos se arregalaram de medo e confusão. — Onde estou? O que está acontecendo? — perguntou, a voz trêmula.

Andrea se ajoelhou na frente dela, tentando parecer calmante, mas a frieza em seus olhos era inegável. — Você está segura, Ella. Eu sei que está assustada, mas preciso que seja corajosa. Isso tudo é para proteger sua mãe, Lisa.

Ella começou a chorar, as lágrimas escorrendo pelo rosto. — Quero minha mãe. Quero minha mãe Lisa e Jennie.

Andrea sentiu um nó na garganta, mas manteve sua postura. — Você vai vê-las em breve, prometo. Mas, por enquanto, precisa ficar aqui e esperar. Tudo vai ficar bem.

Deixando Ella no armazém, Andrea saiu e fez uma ligação rápida para Saull. — Está feito. Tenho Ella. O próximo passo é seu.

Saull respondeu com uma risada sombria. — Excelente trabalho, Andrea. Agora, vamos ver como a Manoban lida com a perda da filha. Isso vai ser interessante.

Enquanto desligava, Andrea olhou para o armazém uma última vez. Sabia que estava cruzando uma linha sem volta, mas a vingança e o poder eram prioridades que não podia ignorar. Voltou ao carro, pronta para seguir adiante com o plano, enquanto o destino de Lisa e sua família pendia na balança.

ANDREA CAPUTO

Enquanto dirigia de volta para a cidade, minha mente estava dividida entre a satisfação de ter completado a missão e a crescente ansiedade sobre os próximos passos. Saull estava agora no controle, e eu tinha cumprido minha parte do acordo. Contudo, a imagem de Ella, vulnerável e assustada, não saía da minha cabeça.