CAPÍTULO VIII

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JENNIE RUBY JANE KIM

Estava com saudades dela. Eu realmente queria adotá-la e, por uma série de motivos, queria colocar um fim naquela prisão que eu vivia com aquele imundo. Um dos motivos era ela...

Nunca havia mostrado Ella a ninguém, nem mesmo falado sobre sua existência. Era um risco que eu não gostaria de submetê-la, mas agora me sinto mais segura e confiante. Ella é uma menina educada e carinhosa, que desde a primeira vez em que vi naquele orfanato, sabia que tínhamos uma conexão. Eu não buscava achar a razão para me manter viva, mas sim para pôr um sorriso, por mínimo que fosse, no rosto daquelas crianças. Mas aquela, em específico, chamou minha atenção e me conquistou.

Minha rotina era visitar Ella o mais constantemente que eu pudesse, mas Paolo começou a desconfiar dessas saídas repentinas e as proibiu. Eu não confiava em ninguém para mandar notícias minhas, então sempre dava um jeito de sair. Quando Paolo descobriu sobre a menina, ameaçou matá-la. Eu o implorei, prometendo nunca mais vê-la.

— Você vai me apresentar algum Gogo Boy? — Rosé pergunta inquieta no banco do passageiro da frente.

— Não, por que acha isso de mim? — pergunta, incrédula. — Sempre pensando e esperando as piores coisas...

— Jen, vamos analisar os fatos... Você colocou pimenta no suco do seu pai, foi pega pela segurança por roubar um chiclete que se recusou a pagar por achar muito caro, e quem foi que deu a ideia de colocar cola no assento do vaso sanitário do banheiro do meu irmão?

— Eu. — respondo rindo. — Lembra da cara dele? Foi impagável.

— Foram bons tempos... não tínhamos responsabilidade nem o peso das consequências naquela época. — fala, e eu concordo. — E mesmo casada com aquele porco, você nunca mudou, sempre a mesma, se arriscando em saídas repentinas, em que eu a encobria...

— Você vai entender tudo assim que chegarmos ao local... — falo, virando a esquina.

Assim que chegamos, surgem pensamentos negativos: e se Ella já foi adotada? Ou se ela esqueceu de mim? Faz tanto tempo que não a vejo...

— Misteriosa, hein? — ela diz, curiosa.

• ROMA, ITÁLIA | L'ORFANAMENTO SERODA

Chegamos ao orfanato e estacionei o carro. Senti meu coração bater mais rápido enquanto nos aproximávamos da entrada. Rosé parecia intrigada, mas não fez mais perguntas.

Ao entrar, fui recebida por uma das cuidadoras, que me reconheceu imediatamente. Ela sorriu calorosamente e nos conduziu até a sala de recreação.

Rosé estava mais confusa que cego em tiroteio, seu rosto estampando questionamentos que eu iria responder um a um. Temo a reação de Lisa, não que ela seja igual a Paolo e me ameace, mas não acho que ela se sinta preparada para criar uma criança. Eu não iria confrontá-la, nem eu sei se estou preparada para isso.

— Sei que tem dúvidas, prometo respondê-las. — falo, e ela apenas acena.

Quando vi Ella brincando com outras crianças, meu coração se encheu de alegria. Ela levantou os olhos e correu até mim, abraçando-me apertado.

— TIA JENNIE! A SENHORA VOLTOU! — ela exclamou, com um sorriso radiante. Sinto seu corpo se lançar contra o meu, abraço a pequena criatura que estava agarrada à minha cintura e a ergo até a minha altura.

— Voltei, meu amor, desculpe por não ter vindo antes. — falo e a encho de beijos pelo rosto, antes de colocá-la de volta no chão. — Quero te apresentar alguém... Ella, esta é minha amiga, Rosé. — disse, apresentando-as.

𝗖𝗔𝗣𝗢 (𝗚!𝗣) - 𝐉𝐄𝐍𝐋𝐈𝐒𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora