VII - The Secret House.

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S/n's pov.
Hawkins, Indiana, 1986. 18:22 P.M

Todos me olhavam esperando uma explicação, afinal, eu simplesmente soltei na roda que conhecia um lugar onde ninguém nos acharia, Hawkins era minúscula, era quase impossível existir um lugar assim, mas eu sabia onde era, e não tinha outra escolha a não ser levar eles até lá.

- Meu pai... Ele tinha uma casa, é um pouco longe daqui, mas nenhum dos policiais conhece o lugar, eles nem sabem da existência daquela casinha... - Digo enquanto me levantava do chão. - Ninguém vai nos encontrar lá... E se encontrarem, eu e ele montamos um sistema de alarmes... Então seremos avisados assim que alguém se aproximar.

Todos concordaram, então começamos tão demorada caminhada até a pequena, mas aconchegante, casinha, onde muitas vezes eu passei minhas noites.
A caminhada foi longa durou no mínimo umas duas horas, eu conhecia os alarmes como a palma da minha mão, alertei meus amigos assim que passávamos pelo "campo minado" até chegarmos na pequena escadaria de madeira que meu pai havia construído.
A casa era toda de madeira, era do pai do meu pai, Hop apenas reformou, já que era tão antiga e estava caindo aos pedaços, me lembro da noite em que eu, Ele e On arrumamos a casinha, eu tinha um quarto só para mim, assim como Onze, e muitas vezes, quando eu precisava fugir de alguma maneira, eu vinha pra cá, eu estava aqui toda a semana, mamãe sabia que eu estava com Hooper, só não sabia onde era a casa, mas ela confiava de olhos fechados nele.
Tudo estava exatamente como ele havia deixado, o lugar só precisava de uma limpeza antes de nos acomodarmos. Eu peguei os produtos de limpeza no armário e entreguei para todos, começamos a faxina, limpamos teias de aranha, a poeira que tinha espalhada pela casa toda, toda aquela sujeira pesada, já que faziam seis meses que ninguém limpava o lugar, eu vinha aqui as vezes, mas nunca mexi em nada, queria que ficasse exatamente como ele deixou... Limpei também o quarto da On, eu não sabia quando iria ver a menina, mas quando ela viesse nos visitar, eu podia ficar com ela por aqui, faria ela se sentir mais perto do papai... E eu também me sentiria mais próxima a ele.
Depois de três horas, tudo estava brilhando, eu parecia ter voltado no tempo.
Nancy, Steve e Robin saíram no meio da faxina para buscar comida, e eu e Eddie ficamos em casa com as crianças, já que Steve disse "eu não vou ficar de babá de novo, agora é a vez de vocês!".

- Você vinha pra cá, não é...? - Dustin, que estava sentando ao meu lado no sofá, fala baixo enquanto encarava a mesinha de centro.

- O que..? - Pergunto enquanto olhava pra ele.

- Pelo menos três vezes por semana, e algumas vezes a semana inteira, você não dormia em casa, simplesmente sumia, era aqui que você estava... não é? - Meu irmão fala finalmente olhando para mim.

- É... Eu sempre vinha pra cá...

- Eu entendo agora... - O garoto diz enquanto olhava para suas mãos, ele estava... Triste e... envergonhado?

- O que você entende...? - pergunto em um tom de voz doce, esse era um dos raros momentos fofos com Dustin, eu amava esses momentos, e não estragaria nenhum deles por nada.

- Eu costumava ver o Hooper apenas como o Sheriff chato, que sempre pegava no meu pé e no pé dos meus amigos, eu nunca entendi o motivo de você ser tão apegada a ele, ou o porquê de você o ver como pai, eu não entendia porque não sentia isso, ou pelo menos eu achava que não... - ele voltou a olha pra mim. - Infelizmente eu só fui entender quando ele se foi... Eu senti como se uma parte minha tivesse morrido junto com ele naquela noite, Hooper foi meu pai, o único que eu tive, e eu não podia ter tido um pai melhor, é, ele pegava no meu pé, mas fazia isso porque se preocupava... Ele se preocupava com você, e se preocupava comigo, e com nossa família e nossos amigos, era estranho admitir que ele foi nosso pai, mas ele foi, ele ajudava mamãe a pagar nossa escola, ele ia em todas as reuniões de pais, e as festinhas também, ele nos comprava presentes, e cuidava da gente como só um pai cuidaria, eu queria... Ter aproveitado mais... E eu... Eu sinto muito, por fingir que não entendia você, e por não ter aproveitado com vocês...

Eu não sabia o que responder, ver Dustin daquele jeito me cortava o coração em mil pedaços, como alguém foi capaz de abandonar aquele garoto, ele era... A pessoa mais amável e engraçada que eu já tinha conhecido em toda a vida, eu não o trocaria por nada nessa terra, as vezes acho que não merecia o irmão que eu tinha. Eu apenas o abracei, com força, abracei meu irmão talvez como nunca tenha abraçado antes. Pude sentir lágrimas escorrerem em meu rosto, eu as limpava com as costas das mãos, me afastei um pouco do abraço, e deixei um beijo na testa do mais novo.

- Eu amo você, garoto. E Hooper também amava. Nunca se esqueça disso! - Eu falei encarando meu irmãozinho, tinha tanto orgulho de quem ele havia se tornado.

- Eu também amo você, S/n...

Dustin sorrio para mim, dei outro beijo em sua testa e então sequei meu rosto, que ainda estava molhado pelas lágrimas. Logo Eddie entrou na sala com tudo, ele tinha saído do meu quarto e estava segurando um bichinho de pelúcia bem velho.

- Não acredito! Isso aqui era seu?! - O cabeludo fala enquanto me encarava com um sorriso engraçado em seu rosto.

- Da pra pararem de fuçar no meu quarto?! - Falo enquanto me levantava e arrancava o bichinho de pelúcia da mão do Munson.

- Tá brincando?! Não é todo dia que você entra no quarto de S/n Hooper Henderson! - Eddie disse tomando o bichinho das minhas mãos novamente.

Pois é... Meu nome do meio era Hooper, foi meu presente de aniversário de dez anos... Eu pedi, quase implorei para que mamãe me deixasse colocar Hooper como meu nome do meio, lembro que meu pai ficou super felizinho.

- Ei, Eddie, você precisa ver isso! - Meu irmão grita do meu quarto, como aquele garoto foi pra lá tão rápido?!

Munson corre até meu quarto, sendo seguido por mim, ao chegar lá, vejo meu irmão com minha caixa de revistas em quadrinhos na mão.

- Eu falei, nerd total. - Disse Dustin enquanto tentava chacoalhar a caixa cheia até o topo de quadrinhos.

Eu dei risada enquanto me sentava no chão, mexendo naquela pilha de revistas antigas, fazia tempo que não mexia nelas.
Estávamos todos fuçando no meu quarto, a gente dava risada de algumas coisas que encontrávamos, e de histórias que eu contava sobre quando eu vinha passar a noite aqui.
Todos estavam rindo de uma história que eu contei sobre quando dei meu primeiro beijo e meu pai descobriu. Aquele dia foi o máximo, Hooper só faltou ter um treco do coração.
Escutamos a porta da frente ser aberta e então fomos checar, era Nancy, Robin e Steve, com comida de sobra. Pelo jeito a gente não ia passar fome.

Eddie's pov.
Hawkins, Indiana, 1986. 00:30 A.M

Depois que o pessoal chegou, nós comemos besteira e ficamos conversando, tinha um bruxo do mal matando muita gente? talvez, mas o clima parecia mais leve, isso era bom, seria mais fácil de bolar um plano se estivéssemos todos com calma.
Nancy disse que finalmente, depois de três dias, conseguiu falar com o irmão e Jhonatan, seu namorado, eles disseram que viriam para cá amanhã, e que tinham notícias boas, e algumas não tão boas assim, o importante é que, eles estavam trazendo uma garota com poderes, S/n havia me contado sobre ela, as duas eram tipo irmãs, já que Hooper tinha adotado Jane, que também era Onze, não sei explicar direito, é muita informação pra minha cabeça, mas o ponto é, ela podia nos ajudar.
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Oi favs, voltei com mais capítulos e dessa vez é maratona, espero que gostem.

𝖯𝗂𝗌𝗌 𝖮𝖿𝖿 𝖸𝗈𝗎𝗋 𝖯𝖺𝗋𝖾𝗇𝗍𝗌 - 𝖤𝖽𝖽𝗂𝖾 𝖬𝗎𝗇𝗌𝗈𝗇Onde histórias criam vida. Descubra agora