𝖯𝗂𝗌𝗌 𝖮𝖿𝖿 𝖸𝗈𝗎𝗋 𝖯𝖺𝗋𝖾𝗇𝗍𝗌 - 𝖤𝖽𝖽𝗂𝖾 𝖬𝗎𝗇𝗌𝗈𝗇

VIII - When This is Over.

Eddie's pov.
Hawkins, Indiana, 1986. 10:30 A.M

Ontem a noite, depois que Nancy explicou sobre Jhonatan e o Wheeler mais novo, todos foram embora, deixando apenas eu e a Henderson mais velha na casa.
S/n me disse que eu podia dormir no quarto da Jane, ela disse que se eu não babasse nas roupas de cama, então estava tudo bem.
Ok, o clima tá tenso, gente morrendo, um bruxo das trevas tentando dominar Hawkins, menina com super poderes, a polícia e os caipiras raivosos atrás da gente, e blá blá blá, mas eu estava gostando de passar um tempo com ela, e de ter a chance de mudar a visão que a garota tinha de mim, acho que eu já estava conseguindo, posso jurar que vi ela sorrindo pra mim ontem quando estávamos vendo as coisas dela em seu quarto.
Nós acordamos tarde para quem estava acordando umas quatro da manhã todos os dias, tomamos café com calma, a gente conversou até, ela me contou sobre Hooper não ser pai biológico dela, mas sim pai de criação, mesmo não tendo o sangue dele, a garota era igualzinha ao Sheriff, tinha todas as manias e o jeito do pai, chegava até a ser engraçado.
Depois que estávamos de barriga cheia, resolvemos procurar algo que seria útil contra Vecna. S/n tinha o jogo completo de D&D em seu quarto, também tinha os livros e o manual do jogador, quando eu digo tudo, era absolutamente tudo, ela realmente era uma nerd.
Passamos metade da tarde apenas lendo e fuçando nas coisas de D&D, não descobrimos muito mais do que já sabíamos, mas achamos prudente deixar aquelas coisas ali, caso ajudassem no futuro. Nancy e os outros, incluindo Mike, Jhonatan e Will chegariam apenas a noite, já que seria menos arriscado, assim, a probabilidade de serem seguidos era quase zero. Depois que terminamos nossas "pesquisas" ficamos conversando.
Steve tinha comprado algumas cervejas, e eu pedi a eles que trouxessem minha caixa preta com ervas, S/n não fumava, e mesmo que ela quisesse, eu não daria drogas a ela, mas ela me acompanhou na cerveja. Eu já estava um pouco alto, e é como dizem, quando a brisa bate, a coragem bate junto, talvez eu me arrependa amanhã, mas só amanhã, não podia perder minha oportunidade, não perderia ela dessa vez.

- Sabe, eu tava pensando... Depois que tudo isso acabar, e a gente provar nossa inocência... Podíamos, sei lá, ir ao cinema... Ou comer alguma coisa, você que sabe... - Falo enquanto passava as mãos em meus cabelos, recebendo um olhar surpreso da garota.

S/n's pov.
Hawkins, Indiana, 1986. 17:10 P.M

Eu não acredito no que estava ouvindo, Eddie Insuportável Munson estava me convidando pra sair?!

- Você tá brincando, não é? - Pergunto olhando para o garoto com um ponto de interrogação estampado em meu rosto.

- Não. - Ele responde simples, com certeza era efeito da maconha. - Vamos, S/n, não vá me dizer que nunca percebeu que eu gostava de você!

Ok... Muita coisa pra digerir.

- É exatamente o que eu vou dizer. - Falo enquanto dava um gole na cerveja. - Você estava sempre me tirando do sério, Munson, como poderia gostar de mim?!

O garoto deu uma risada enquanto revirava os olhos, ele apagou seu beck e o colocou em cima da mesinha de centro.

- Ah por favor, eu te irritava pra chamar sua atenção! Você é tão nerd mas nunca percebeu que eu era gamadão em você! Eu te irritava porque queria te beijar, sua bocó! - Ele ri enquanto olhava pra minha cara. - Depois você começou a namorar aquele loiro aguado do Jason, e eu fiquei tão puto... Ah cara, eu queria socar a cara daquele garoto, mas você gostava dele, eu não sei o porquê, mas você gostava dele, e eu precisava descontar minha frustração em alguém, porque não na garota que partiu meu coração?

Ok, definitivamente era muita coisa pra digerir. Munson tinha uma paixonite por mim desde que estávamos no nono ano.
Por mais que eu odiasse Eddie, não posso negar que, no fundo, bem lá no fundo, muito bem escondido, eu tinha um sentimentozinho por ele, afinal, quem não teria? Ele tinha aquele cabelo bagunçado, e aquela vibe bad boy que não liga pra nada, sarcástico, insuportável, bonito... Ele era definitivamente o meu tipo e... PUTA MERDA! Eu sentia algo por Eddie Munson. Como caralhos isso era possível?!
Ok S/n, respira, isso é só um surto, é a cerveja falando mais alto, você precisa se acalmar...
Caralho, eu tenho sentimentos pelo Eddie Fucking Munson!
Olhei para Eddie, que me encarava com aquele sorriso chapado dele, me levantei irritada, peguei seu baseado o jogando no lixo, fui até meu quarto batendo a porta, o que deixou o garoto ali, confuso enquanto estava jogado no chão da sala.

Eddie's pov.
Hawkins, Indiana, 1986. 17:22 P.M

Ela só... Saiu. Como assim ela saiu?! Eu chamo ela pra um encontro e ela sai?! Ainda por cima tá puta! Essa menina é maluca! Isso não é coisa de gente normal não, e eu que sou o esquisito!
Depois que a garota simplesmente levantou irritada e bateu a porta com força, o que sinceramente me fez pensar que derrubaria a pequena casa de madeira, eu resolvi que precisava comer alguma coisa, pra ser honesto, a brisa ainda tava batendo, então eu não estava nem um pouco preocupado, afinal, o convite ainda tá de pé, cabe a ela aceitar, ou na pior das hipóteses, recusar e dizer que eu sou um tonto por achar que ela sairia com um cara como eu, aí eu vou levar um choque de realidade, nunca mais vou me apaixonar por ninguém e vou morrer como um velho sozinho e rabugento, porque nunca encontrei a felicidade, só isso...
Estava fuçando o armário para ver se encontrava algo para comer, algo que eu quisesse pra ser mais específico, já que Robin, Nancy e Steve compraram praticamente o mercado inteiro, eu tava bem de boa, até que ouvi o barulho de um carro vindo pela mata, na hora, a brisa da erva parou de bater e eu fiquei em alerta, corri para o quarto de S/n para avisar a garota, que me olhou confusa, ela estava confusa?! EU ESTAVA CONFUSO! Mas isso não importava agora, talvez mais tarde, mas agora, corríamos o risco de sei lá, Jason estar lá fora.

- Impossível! - A garota fala enquanto abria sua gaveta de calcinhas.

- Puta merda! - Resmungo ao ter a visão das roupas íntimas da garota, o que me faz cobrir os olhos.

- O que foi, Munson? Nunca viu uma calcinha?! - Ela fala sarcástica enquanto pegava uma arma que estava escondida entre as peças de tecido fino.

- Tá engraçada hoje né, filha da puta! - Falo encarando a garota, que saiu do quarto e se escondeu em um canto da sala, que dava a visão perfeita para a porta, mas quem estava não porta não podia vê-la.

Mas assim que a porta se abriu revelando quem estava atrás dela, a arma, que ainda não tinha sido engatilhada, caiu da mão da garota, que ficou com os olhos marejados.

S/n's pov.
Hawkins, Indiana, 1986. 17:27 P.M

Eu estava pronta para engatilhar a arma em minhas mãos, quando a porta se abriu, revelando a última pessoa que eu imaginei que poderia ser, senti minha respiração falhar, a arma já não estava em minhas mãos, e tudo o que eu consegui fazer naquele momento, foi ficar ali parada, enquanto sentia meus olhos arderem, estavam marejados. Eu saí daquele canto da sala e corri até a porta, abraçando com toda a força que eu tinha, a figura humana que estava na porta do pequeno chalé, naquele momento, finalmente desabei em lágrimas, mas não eram lágrimas tristes, talvez, aquelas fossem as lágrimas mais felizes que eu já derrubara em toda a vida.