XXXVI - Her Favorite Song

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Narradora.
Hawkins, Indiana, 1986. 15:35 P.M

- Vamos, garota, pode me arremessar longe, sem dó! - Você falou se posicionado, começou a correr em direção a Onze e ela começou a te levantar no ar, então te arremessou, mas para não se machucar, ela te segurou antes que você pudesse cair no chão. - Você tá indo bem.

Você estavam a um tempo treinando, Onze estava indo perfeitamente bem. Em um momento, ela pediu que você atirasse com a arma que vocês haviam levado, S/n não queria fazer isso de jeito nenhum, mas Jane disse que isso não era decisão dela.
A garota respirou fundo e obedeceu a menina. "Por favor, garota, não me deixe te acertar." foi o que você disse a ela antes de puxar o gatilho.
Assim que a bala se aproximou, ela fez aquele pequeno objeto explodir, assim como fez com a arma, o que te deixou aliviada e de boca aberta ao mesmo tempo.
Eddie olhava aquilo impressionado, era até engraçada a cara que ele fazia.
Vocês continuaram treinando, e algum tempo depois, deram um tempo para a garota descansar. Até que...

- Ei, amor... Tive uma ideia incrível pra nossa viagem e... - Ele percebeu que você não se mexia, e quando olhou em seus olhos, eles estavam revirados. - Merda! Onde estão os fones?! - Eddie gritou desesperado.

- Não estão com ela?! - Max gritou com o mesmo desespero enquanto procurava os fones pelo mato. - Merda! Eles devem ter quebrado quando On arremessou ela! O que vamos fazer Eddie?!

Ele não respondeu, apenas saiu correndo em direção aos trailers. Eddie sabia exatamente o que fazer.
O cabeludo entrou as pressas em seu trailer, foi até seu quarto e pegou a guitarra que ficava exposta na parede. Ele correu como um doido de volta a floresta, e quando chegou lá, imediatamente começou a tocar sua música favorita.

S/n's pov.
Hawkins, Indiana, 1986. 16:11 P.M

Em um segundo eu estava com meu namorado e as duas garotas na floresta, e no outro, estava no shopping... 1985, o Starcout estava aos pedaços, eu comecei a andar pelo lugar, tudo estava destruído, continuei andando e então me deparei com o corpo de Billy, eu sabia que aquilo era tudo uma visão, mas parecia tão... Real. Meu peito apertou ao ver o garoto ali, e ao seu lado, Max, estava chorando agarrada ao corpo morto do irmão, eu me lembrava dessa cena, minha respiração começou a falhar e eu dava alguns passos para trás quando senti meu corpo começar a cair. Eu caí por alguns segundos e quando cheguei no chão, estava na base russa, olhei para o lado e ele estava lá, meu pai, acenando para tia Joyce, e então, olhou para mim, com lágrimas nos olhos, eu gritei e corri em direção ao meu pai, dessa vez, tia Joyce não conseguiu me segurar, eu o alcancei e segurei em uma de suas mãos, comecei a puxar o mais velho para fora daquele lugar e quando finalmente estávamos de volta a cabine, eu abracei meu pai. Mas... Não era a mesma coisa... Hopper nunca me abraçou assim...
Eu tentei me soltar do abraço, mas o homem agarrou meu pulso com força.

- Me solta! - Eu gritei. Tia Joyce já não estava mais ali.

- Você podia ter me salvado... - Ele falou apertando meu braço. - Mas não salvou. Queria que eu morresse, não é, garota?

- Do que o senhor tá falando?! - Senti meus olhos arderem. - Eu nunca quis que nada acontecesse a você!

- Mas me deixou lá para morrer, e depois, fui parar na mão daqueles russos... Sei que não sentiu um pingo de remorso não é, S/n? - A voz dele foi mudando. - Você queria isso! Podia ter me salvado, me tirado dali, mas não tirou.

- Pai...

- Você quase me matou. Você queria que eu morresse. - Ele começou a me puxar para perto. - E agora... Vai se juntar a nós. Você merece morrer.

No segundo seguinte, eu já não estava mais no shopping, meu pai já não estava mais lá, eu sentia as lágrimas escorrerem por meu rosto, podia ouvir uma melodia bem ao longe, mas aquelas coisas que ouvi... Aquilo estava em minha mente.
Senti meu corpo ser preso por cipós a um tipo de roxa pontuda, os cipós se enrolaram em meu pescoço e aquilo estava me sufocando, até que eu vi. A criatura era vermelha e tinha enormes veias ao redor do seu corpo, aquilo era assustador, como alguém havia se tornado isso?
Ele veio caminhando até mim lentamente, e quando chegou perto o suficiente, ergueu a mão sobre meu rosto, e eu senti como se minha alma estivesse sendo sugada.

- Está na hora, S/n. - Vecna falou e eu sentia tudo o que havia em mim, morrer lentamente.

Foi quando eu ouvi... For me... For me... For me...
Era a parte final de Bohemian Rhapsody do Queen, minha parte favorita, da minha música favorita.
Olhei para o lado e pude ver ao longe o meu corpo flutuando, Max e Onze gritavam meu nome, enquanto Eddie... Meu doce Eddie tocava o solo de guitarra.
As memórias começaram a rodar em minha mente, todas as minhas melhores memórias.
O dia em que Dustin ficou com medo do filme de terror e então eu veio dormir comigo e demos risada a madrugada inteira. O dia em que eu, Robin e Steve fomos ao karaokê e tiveram que nos explusar ou então passaríamos a noite ali cantando, o dia em que eu e Eddie estávamos no trailer dele e ele tocava músicas para mim na guitarra, quando eu, meu pai e onze assistimos filmes de faroeste até tarde e no outro dia acordamos só na hora do almoço, lembrei das noites acordada jogando D&D com os meninos quando éramos mais novos, lembrei da Max tentando me ensinar a andar de Skate, e de quando minha mãe me comprou meu primeiro disco de vinil.
De algum lugar, eu tirei forças o suficiente para agarrar uma das veias de Vecna e a arrancar fora, nesse instante eu caí no chão com tudo, e corri. Lembrando de todas aquelas memórias felizes, e aquilo me dava força.

Narradora.
Memories on - while the music played

So you think you can stone me and spit in my eye?!

- Ah não, amor! - Eddie dava risada de uma piada boba que você tinha contado. - Não acredito nisso!

- Ah vai! Não foi tão ruim assim!

- Foi péssima! - Vocês caíram na gargalhada juntos.

So you think you can love me and leave me to die?!

- Gente que gosta de peitinho! - Steve falou enquanto dirigia a caminho do colégio.

- Credo cara, que nojo! Não fala peitinho! - Robin reclamou enquanto fazia uma careta.

-  Eu gosto de peitinho, você gosta de peitinho, a Vickie gosta de peitinho! Com certeza! - Harrington falou te fazendo rir.

- É Robin! A gente sabe que você tá doida pra dar uma mamada naqueles peitinhos! - Você falou em meio aos risos. - Se joga minha filha!

Oh, baby, can't do this to me, baby!

- A GENTE GANHOU! - Dustin levantou da mesa e começou a pular junto a você e os três outros garotos. - Vencemos a partida!

- E Will o Sábio conseguiu mais uma vez! - Você falava animada enquanto abraçava o pequeno.

Just gotta get out, Just gotta get right outta here.

Memories off.

Depois de correr como se estivesse em uma maratona, desviando de todas aquelas rochas que caiam do céu, eu cheguei próximo aquela espécie de portal, e pulei, não sabia o que aconteceria, mas eu precisava viver, não só por mim, precisava viver por eles, pela minha família.
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Esse aqui foi foda de escrever, sem or.
Espero que estejam gostando
Beijos na bundinha. 🤍🖇️

𝖯𝗂𝗌𝗌 𝖮𝖿𝖿 𝖸𝗈𝗎𝗋 𝖯𝖺𝗋𝖾𝗇𝗍𝗌 - 𝖤𝖽𝖽𝗂𝖾 𝖬𝗎𝗇𝗌𝗈𝗇Onde histórias criam vida. Descubra agora