IX - It's Good to See You, Kid.

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S/n's pov
Hawkins, Indiana, 1986. 18:10 P.M

Ele estava aqui, Hop, meu pai estava aqui, na porta do nosso chalé. Eu mal podia acreditar.
Depois de ter ficado abraçada com o mais velho por no mínimo uns dez minutos, meu pai me olhou com um sorriso largo nos lábios, e os olhos marejados, eu só conseguia chorar naquele momento, então ele me abraçou mais uma vez, outro abraço longo e apertado. Ah, como eu precisava daquilo, como precisava sentir os braços do meu pai em volta do meu corpo mais uma vez, como senti falta daquela sensação de segurança e aconchego que só ele era capaz de dar. Eu não tinha palavras para descrever como me sentia naquele momento, vendo meu pai, que perdeu alguns quilos e agora tinha seu cabelo raspado, meu estômago revirava de felicidade, era como se milhares de fogos de artifícios tivessem sido soltos dentro de mim, formando aquela incrível explosão de cores vivas dentro da minha alma. Eu tinha meu pai de volta, e nada mais importava naquele momento.

- É bom ver você, garota... - Meu pai disse baixinho durante o abraço, e eu o apertei mais contra meu corpo.

- Eu senti tanto a sua falta, pai... - Falei com minha voz falhando em meio as lágrimas, ele acariciou meus fios de cabelo.

- Eu também senti sua falta, filha. - Ele me respondeu naquele mesmo tom, baixo e reconfortante, antes de depositar um beijo carinhoso em minha testa.

Hop entrou em casa, olhando em volta e percebendo que eu tinha deixado tudo exatamente como estava, Eddie observava a situação confuso enquanto meu pai vinha atrás de mim para se sentar no sofá, sendo seguido por Joyce, Muray, Will, Jhonatan, Jane e todos os nossos amigos. Assim que vi todos eles ali, os abracei com força, confesso que ao abraçar tia Joyce, chorei mais uma vez, quando fui abraçar o Byers mais novo, o agarrei tão forte que acho que até o deixei sem ar, eu tinha um carinho enorme por aquele garoto, e senti sua falta como nunca imaginei que poderia sentir.
Depois que abracei e matei a saudade de todos, inclusive de Jane, que tinha crescido rápido demais, percebi que seu cabelo tinha sido raspado, tinha algo estranho, que eu sabia que logo seria explicado, no momento eu precisava matar a saudade do meu pai.

- Ainda não acredito que está realmente aqui! - digo em meio a alguns risos abafados enquanto eu secava meu rosto que foi completamente molhado pelas lágrimas que insistiam em cair. - Onde você esteve todo esse tempo?!

Meu pai me deu uma longa explicação sobre como os russos o capturaram e o levaram para seu país, contou que se tornou um "escravo" da União Soviética, tendo que trabalhar dia e noite, ganhando apenas pão mofado e uma sopa aguada para comer, também disse como conseguiu fugir, com a ajuda de Dimitri, um Russo que era guarda na prisão, ele também estava aqui, assim que meu pai falou dele, o homem sorrio sem graça e acenou, junto dele, estava um outro rapaz Russo, seu nome era Yuri, eu não havia gostado dele, ele me cheirava encrenca, e também, não era atoa que estava com as mãos amarradas, algo ele tinha aprontado, e eu não gostava da presença dele aqui, mas depois iríamos resolver isso.
Durante a história que meu pai contava sobre como Joyce foi o resgatar, percebi que eles se olhavam de maneira apaixonada, eu sorri ao ver a cena, torcia para que os dois finalmente assumissem o que sentiam, e ficassem juntos, ambos mereciam serem felizes juntos.
Depois que meu pai terminou de contar toda a história, um tanto quanto doida e perigosa, ele sorriu pra mim, e disse o quanto estava feliz por estar finalmente comigo.

- Caralho, que loucura. - Eddie quebrou o clima fofo de reencontro.

- E esse quem é? - Meu pai encarou o garoto com aquela cara de quem comeu e não gostou, provavelmente tinha visto Munson sair do meu quarto e pensou besteira.

- Esse é o Eddie, papai, eu e ele estamos sendo procurados pela polícia, e nos escondemos aqui, já que ninguém conhecia o lugar... bom, agora uma boa quantidade de gente sabe, mas o importante é que estamos seguros aqui. - eu expliquei simples.

- Procurados pela polícia?! - Will me encara assustado.

- Isso, por assassinato. - Meu irmãozinho respondeu com a maior naturalidade do mundo.

- Pera aí, vocês mataram alguém?! - Jhonatan disse em um tom consideravelmente alto enquanto tinha o desespero estampado em seu rosto.

- Cara, sua família é estranha... - Argyle, um amigo que Jhonatan tinha feito na Califórnia, disse com a voz calma, aquele cara com certeza tava chapado.

- Não, não. Não matamos ninguém! - Eddie falou na defensiva.

- Ela eu sei que não, mas você, tenho minhas dúvidas. - Meu pai falou encarando o garoto, ele pegava no pé de qualquer um que se aproximasse de mim ou Jane.

- Isso é preconceito... - Eddie resmungou e meu pai lançou um olhar ameaçador para o garoto.

- Resumindo, eu estava com Eddie na casa dele, e tinha essa garota que também estava lá, ela tinha uma coisas pra resolver com ele e Munson precisava me entregar algo, que aliás, não sei o que era até agora... - faço uma pausa. - O que você queria me entregar, Munson?

- Uma das camisetas do Hellfire, já que você falou pro seu irmão que tava dentro, todos que entram recebem uma dessas. - Ele disse esticando sua camiseta que estava surrada e toda suja, já que passamos os últimos dias fugindo, da polícia, Jason e caipiras raivosos como dizia o garoto, e não tínhamos nenhuma outra roupa, bom, agora eu tinha, ele não.

- Odeio interromper a conversa dos pombinhos mas será que da pra vocês focarem no que realmente importa?! - Muray falou com um tom de irritação, eu lhe lancei um olhar de reprovação por ele ter se referido a mim e Eddie como "pombinhos", o homem apenas revirou os olhos e fez sinal para que eu continuasse.

- Bom, Eddie foi buscar a tal camiseta enquanto eu fiquei esperando com a garota na sala de Eddie, de repente ela ficou completamente imóvel, com os olhos revirados, nós dois chamamos por ela, chacoalhamos ela, Eddie até deu uns tapinhas em seu rosto, mas ela não acordou de jeito nenhum, e aí, como se isso não fosse o suficiente pra nos assustar, ela começou a flutuar, os ossos dela se quebraram, seus olhos afundaram em seu rosto, como se alguém os puxasse pra dentro, foi horrível, a gente fugiu de lá, e dois dias depois, Dustin nos contou que a polícia estava atrás de nós dois por assassinato e satanismo, disse que éramos os principais suspeitos já que estávamos no trailer do Eddie e a polícia encontrou meus fios de cabelo no local... - Eu terminei de explicar enquanto todos ali me encaravam, os que já sabiam da história não deram muita bola, mas os que não sabiam, me encaravam surpresos.

- Onde foi que eu me meti...? - Dimitri resmungou para si mesmo com um sotaque engraçado, mas cativante.

- Eu sumo por alguns meses e vocês entram para uma ceita, fazem amizade com um metaleiro cabeludo, vêem uma garota ser, sei lá, possuída, são acusados de assassinato e foragidos da polícia...?! - Meu pai fala passando a mão em seu rosto. - Tem mais alguma coisa que eu deva saber?!

- Hellfire não é uma ceita! É só um clube de D&D! - Resmungou Mike.

- Mesma coisa! - Disse meu pai enquanto revirava o olhos.

- Bom... Na verdade, tem umas coisas que nós descobrinos... - Nancy, que não tinha dito nada até agora, resolve falar enquanto olhava preocupada para Steve, Robin, Max, Lucas, Dustin e Erica, que por algum motivo tinha vindo com eles. O que caralhos ela sabia que eu não estava sabendo?!

- Como assim vocês descobriram umas coisas?! - Perguntei irritada. - E ainda por cima não nos contaram nada!

- A gente não sabia se nossas teorias estavam certas, e queríamos confirmar se nosso "tiro no escuro" daria em algum lugar, achamos melhor só contar depois que tivéssemos certeza, não queríamos preocupar vocês, que já estavam cheios de coisa na cabeça, com teorias que poderiam estar erradas. - Robin, minha queridissima melhor amiga, que no momento eu queria esganar, falou enquanto coçava sua nuca.

- E confirmaram suas teorias? - Munson perguntou encarando nossos amigos que afirmaram com a cabeça. - E estão esperando o que pra nos contar?!

𝖯𝗂𝗌𝗌 𝖮𝖿𝖿 𝖸𝗈𝗎𝗋 𝖯𝖺𝗋𝖾𝗇𝗍𝗌 - 𝖤𝖽𝖽𝗂𝖾 𝖬𝗎𝗇𝗌𝗈𝗇Onde histórias criam vida. Descubra agora