A Nova Aluna

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Eu estava em um local onde não havia nada. Literalmente. Tudo o que eu via era um branco sem fim. O chão e o céu eram brancos e, ao meu redor, tudo era branco. Só havia eu ali, parada em pé no meio do vazio.

- Tem alguém aí? - Eu gritei.

Mas não obtive resposta.

- Alô? Alguém? - Tentei novamente.

E então vi uma luz brilhante. Ela estava na minha frente, mas longe o suficiente para que eu não conseguisse tocá-la.

- .... Não... Pode... Morrer. - Uma voz feminina e angelical ecoava pelos meus ouvidos.

- O que? - Eu perguntei, confusa. Estava olhando em direção a luz misteriosa, ela brilhava mais intensamente.

- Não... Morra. - A voz veio como um sussurro.

A luz brilhou tanto que meus olhos não conseguiam mais enxergar nada. Vi a silhueta de uma mulher, ela parecia um ser divino em todos os aspectos. Suas asas bateram uma única vez antes de tudo virar escuridão.

E então eu acordei. E senti lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

- Mas o que diabos que acabou de acontecer? - Enxuguei minhas lágrimas com as mãos.

Eu estava confusa, nunca havia sonhado algo assim. Parecia tão real, tão nítido. Quem era aquela mulher? E o que ela queria dizer com aquilo? Por um momento algo me veio em mente. Eu nunca havia parado para questionar de fato o motivo pelo qual eu não estou morta agora, como deveria estar. Quem salvou a minha vida e me deu outra chance? E por que eu? Isso era algo que eu provavelmente não entenderia.

Suspirei fundo. Eu não iria chegar à conclusão nenhuma agora com esses pensamentos em mente. Levantei da cama e me olhei no espelho da minha penteadeira. Minha noite não foi muito boa, dava para perceber pelas leves olheiras abaixo dos meus olhos. Meu cabelo estava tão emaranhado que eu podia ouvir ele gritando por socorro, essa era a única desvantagem de ter um cabelo longo: Ele embaraçava demais.

Sim, meu cabelo cresceu bastante, já estava quase do mesmo tamanho de quando eu morri. Bom, era de se esperar que o cabelo crescesse depois de dois anos sem cortar.

E sim, dois anos se passaram desde que Sasuke saiu em viagem. Eu já estava com dezessete anos, mas ainda não sabia o que poderia ter acontecido para Sasuke ficar tanto tempo fora de Ebralor. Também não tive mais notícias de Naruto, Satoru e nem Neji, mas imaginei que como guardas reais eles provavelmente estavam acompanhando o príncipe na viagem. O estranho é que Sasuke nunca havia ficado tanto tempo fora, isso nunca tinha acontecido, nem na minha vida anterior. A cada dia que passava eu e Mikoto ficávamos mais preocupadas ainda. A boa notícia era que Itachi mandava cartas para a mãe de vez em quando, para avisar que eles estavam bem. Isso me dava um pouco de esperança. Não posso dizer que vivi totalmente feliz e despreocupada durante esses anos, mas também tenho que admitir que estava sendo mil vezes melhor do que a minha antiga vida. O meu maior medo era de um dia acordar com a notícia de que Sasuke nunca mais voltaria.

Eu mantive o meu combinado com Mikoto e fazia companhia para ela todos os fins de semana. Sempre que era possível, eu também ia para o castelo nos dias de semana. Nos aproximamos bastante durante esses dois anos e posso considerar Mikoto como minha segunda mãe - ou terceira, se eu for contar com Shizune -. Nós fazíamos diversos tipos de atividades juntas, desde bordado até visitas ao teatro e compras pelas ruas da cidade. De vez em quando também ficávamos apenas no castelo conversando e caminhando pelo jardim. Ficamos bastante amigas e posso dizer que adoro Mikoto com todo meu coração. Me doía muito ver o semblante de tristeza em seu rosto quando ela se lembrava dos filhos.

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