A Primeira Noite

872 87 33
                                    


– Shizune, pode me explicar o que é isso? – Eu perguntei, enquanto observava curiosamente as três peças de roupa depositadas em cima da cama.

– Isso foi um presente da rainha, Sakura. – Ela pegou uma das peças que parecia muito um sutiã, e colocou em frente aos meus seios. – É um novo tipo de roupa íntima que lançaram esses dias. Se chama lingerie.

– Mas por que ele é todo rendado e enfeitado? – Eu toquei na peça de roupa para sentir a textura na pele. – Parece tão desconfortável, além de ser muito pequeno.

– Bom... Está sendo bastante popular entre as mulheres... – Ela limpou a garganta antes de continuar. – E entre os homens também.

Eu fiquei boquiaberta. Por acaso Mikoto estava querendo que eu seduzisse o príncipe?

– Shizune, eu não vou usar isso! – Eu neguei com as mãos. – Guarde isso no meu quarto e me traga as maiores camisolas que eu tiver.

– Tem certeza? Você pode usar por baixo da camisola.

Eu alternei meus olhares entre Shizune e as lingeries sobre a cama. A voz de Tenten me dizendo para ser mais ousada veio em minha mente, mas será que isso já não era ousadia demais?

– Tá bom vai, vou ficar apenas com uma. Deixe a preta aqui, o resto pode levar. – Shizune abriu um sorrisinho malicioso. – Isso não garante que eu vá usar, pare de sorrir desse jeito para mim! – Eu abri um bico.

– Bom, senhorita, a escolha é sua. – Ela ainda estava sorrindo, quando pegou o restante das roupas íntimas e saiu do quarto.

Eu escondi a lingerie preta em baixo do travesseiro e me joguei na cama, assoprando uma mecha de cabelo que ficou em cima do meu rosto. Ah, o que eu faço? Eu havia passado a minha tarde inteira ali, na cama, lendo aqueles livros enormes. Agora já estava quase anoitecendo e Sasuke não apareceu sequer nenhuma vez no quarto. Será que ele encontrou outro lugar onde ele possa dormir tranquilamente? A porta do quarto bateu, e eu pulei rapidamente da cama.

– Senhorita? – Uma voz conhecida me chamou, enquanto abria a porta lentamente. Era Saori.

– Saori! – Eu corri para abraça-la, fiquei feliz em ver que ela estava bem. – Por que demorou tanto?

– Me desculpe, depois do interrogatório eu tive que terminar as minhas tarefas acumuladas. – Ela sorriu um pouco sem jeito, depois de retribuir o meu abraço.

– E então? Como foi? Descobriram quem trouxe o escorpião? – Eu puxei a sua mão e me sentei na beira da cama, ela sentou na minha frente.

– Não... Nenhum funcionário sabe como isso aconteceu. Estava tudo normal, ninguém agiu de forma suspeita.

– Hm... – Eu fiquei pensativa.

– Aliás, senhorita, quero lhe pedir desculpas. – Ela disse, subitamente. E então levantou–se e se ajoelhou no chão, curvando o corpo para frente. – Me perdoe! Eu deveria ter checado a sua cama antes da senhorita se deitar. Eu prometo que tomarei mais cuidado, se a senhorita ainda me permitir trabalhar ao seu lado.

– Ora, Saori, deixa disso! Levante–se! – Eu segurei em seus braços, ajudando–a a se levantar. – Não foi culpa sua, e é claro que ainda te quero ao meu lado. Você é uma ótima criada e eu já me apeguei a você.

– Mas, senhorita... Eu acabei ficando como a principal suspeita! Você não desconfia de mim?

– Claro que não! Não vejo motivos para você arriscar a sua vida e o seu emprego desse jeito. Além disso, algo me diz que isso não foi obra de nenhum criado.

Reset:LifeOnde histórias criam vida. Descubra agora