A Segunda Noite

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Não demorou muito para que chegássemos em uma boutique no bairro mais nobre da cidade. Eu nunca havia visitado esse lugar, mas imaginei que seria a loja preferida da família real, pois assim que entramos, a proprietária nos recebeu como se já estivesse esperando por nós.

– Oh, Sasuke! Você chegou. – Uma senhora abriu um grande sorriso em nossa direção. – E trouxe sua linda noiva contigo!

– Sakura, essa é a Chiyo, a costureira e estilista de confiança da minha mãe. – Sasuke nos apresentou, e eu a cumprimentei com um sorriso tímido.

– Você realmente é linda como dizem!

– Muito obrigada... – Eu respondi, um pouco sem jeito com o elogio repentino.

– Venha querida, vamos tirar suas medidas. Você me espere aqui, mocinho. – Ela disse à Sasuke, e ele concordou com a cabeça.

Ela me guiou até o interior da loja, me fazendo subir em um tipo de degrau que ficava no chão. Eu raramente pedia vestidos sob medida, mas eu já estava familiarizada com o processo. Ela abriu e abaixou o meu vestido, me despindo quase por completo. Tirou as medidas do meu corpo inteiro, e esse processo deve ter demorado uns quinze minutos. Assim que ela terminou, me ajudou a me vestir novamente e retornamos para onde Sasuke estava.

– Querido, diga à sua mãe que o vestido ficará pronto em duas semanas. – Ela olhou para Sasuke, que se encontrava parado no meio da loja.

– Que vestido é esse? Eu posso ver o esboço? – Eu perguntei a ela.

– Não posso te mostrar, querida. Mikoto disse que era surpresa. – Ela sorriu animadamente.

– Ah, tudo bem então. – Eu fiquei sem jeito, iria ter que segurar a minha curiosidade.

– Obrigado, Chiyo. Assim que estiver pronto, pode enviar para o castelo. – Sasuke a reverenciou educadamente. – Foi um prazer revê-la, fique bem.

– Foi um prazer te conhecer, Chiyo. – Eu repeti os gestos dele.

– O prazer foi meu, jovens! Voltem sempre!

Saímos da boutique da senhora Chiyo e Sasuke já estava indo em direção à carruagem novamente, quando eu lhe impedi.

– Onde vamos agora?

– Agora? – Ele pensou por um momento. – Voltar para casa?

– Nem pensar! Já que estamos aqui, por que não aproveitamos para dar um passeio? – Eu sugeri, com os olhos brilhando, estava torcendo para que no fundo ele aceitasse meu convite.

– Um passeio? Mas para onde? – Ele ficou confuso, será possível que ele nunca saía do castelo para relaxar um pouco?

– Vem comigo! Eu vou te guiar! – Eu peguei em seu braço novamente, e começamos a andar pelas ruas do bairro.

Descendo a rua, vi um panfleto grudado em uma parede anunciando um show de mágica em um pequeno e restrito teatro que havia no local. Na mesma hora, decidi que iríamos assistir ao show, já que era uma novidade na cidade. Eu apontei para o panfleto.

– Vamos assistir esse? – Ele olhou para o panfleto, e depois para mim.

Sasuke fez uma careta.

– Você quer ver um show de mágica?

– Sim! Eu sempre quis assistir um show desses. Vamos, por favor? – Eu fiz um biquinho de criança. Ele suspirou, derrotado.

– Certo, vamos. – Sasuke concordou, e eu sorri de alegria.

Paramos na bilheteria do teatro para comprar os ingressos, e pude reparar que várias pessoas nos observavam. Eu imaginei que elas deveriam estar se perguntando o que diabos o príncipe herdeiro estava fazendo em um show de mágica em um teatro pequeno como aquele, mas Sasuke com certeza estava acostumado com aparições em público, pois ele nem se incomodou com os olhares dos nobres no local. Soltei um risinho sem que percebessem, já que aquela situação era de fato, um pouco engraçada.

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