O Baile - Parte Dois

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Deixei os dois sozinhos na mesa e fui em direção ao banheiro. Se eu não estava enganada havia um banheiro mais próximo no andar de cima. O salão de festas era enorme e ocupava quase o segundo andar inteiro. Saí daquela multidão toda e subi alguns degraus para o terceiro andar, ele estava praticamente vazio. Havia apenas alguns casais que provavelmente queriam passar um tempo a sós. Rapidamente achei o banheiro, e confesso que foi um desafio usá-lo com esse monte de pano sob o meu corpo. Limpei as mãos e me olhei no espelho, dando uma leve ajeitada no cabelo. Estava pronta para voltar à festa, mas no momento em que abri a porta e sai do banheiro, senti uma mão pesada grudar no meu pulso e um corpo grande masculino me prensar na parede.

– S-Sasuke? O que está fazendo? – Eu disse, surpresa. Olhei nos seus olhos e ele parecia fora de si. Sua respiração estava ofegante.

– Você esqueceu que é a minha noiva? – Ele estava tão perto que eu podia sentir seu fôlego pesado. Seus olhos não desgrudavam do meu rosto.

– O quê? – Eu estava realmente confusa naquele momento. Sasuke nunca agiu assim.

– Eu fico dois anos fora e você não demonstra nenhuma reação? – Sua mão que grudava meu pulso na parede me apertou mais forte. – Eu esperei tanto por esse momento, Sakura.

– Você não foi me procurar e nem me visitou desde que chegou... Sem falar que agora você já tem a Ino. – Eu soltei, sem pensar direito. Estava ficando irritada com aquela situação.

– A Ino é... Só uma amiga. – Ele tentou se explicar, sua voz saía um pouco mais lenta que o normal.

– Sasori também é.

– Não confio nele.

– Azar o seu. – Eu tentei me livrar do aperto dele. Mas Sasuke me impediu. Ele aproximou lentamente o seu rosto do meu. Engoli em seco.

– Você é minha. – Ele sussurrou. E foi então que eu senti um cheiro característico vindo do hálito dele.

– Sasuke, você está bêbado? – Meu cenho franziu. Nunca o vi beber tanto a ponto de ficar assim.

– Não... Eu... Eu Estou ótimo. – Ele disse. Mas logo após essa frase ele soltou o meu pulso e cambaleou para o lado, eu o segurei pela cintura para mantê-lo de pé.

– Claramente você está bêbado e não sabe o que está dizendo.

– Sakura... Não sabe como eu fiquei esse tempo todo... – Ele acariciou minha bochecha com uma de suas mãos. Seus olhos fixos em mim. – Tão linda... – Meu rosto ruborizou, mas eu estava tentando ao máximo tomar o controle da situação, pois era nítido que Sasuke não tinha noção do que estava fazendo.

– C-Certo, obrigada. – Eu desviei meu olhar do dele, recuperando as forças. – Agora vamos, vou te levar para descansar um pouco. – Coloquei um dos seus braços em volta do meu ombro, ajudando-o a caminhar. Tinha que aproveitar enquanto ele ainda conseguia se manter de pé, caso ele caísse eu não conseguiria levantar um homem desse tamanho.

Andei com ele apoiado em meus ombros por alguns metros, até encontrar um quarto de hóspedes que estava vazio. Abri a porta do quarto com o meu braço livre, mas não consegui acender a luz. Tinha que colocá-lo rapidamente na cama, pois eu não iria aguentar carregar Sasuke por mais nenhum segundo. A única luz que iluminava o local era a luz natural da lua que entrava pela enorme janela. Fui com ele até a beirada da cama e fiz com que ele se deitasse. Ele fechou os olhos e resmungou algumas palavras indecifráveis enquanto eu tirava seus sapatos. Coloquei minha mão sobre sua testa só para garantir de que ele estava bem.

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