O Receptáculo

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Aviso: esse capítulo é longo e contém cenas de humilhação e sangue


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Me perguntava quantos dias haviam se passado desde que estava no lombo do cavalo. Dez? Quinze? Não sabia ao certo, só sabia que depois da segunda semana havia parado de contar. A viagem foi longa, cansativa e consumiu quase todas as minhas energias. Isso me deixava fraca e abatida. Madara quis ter certeza de que meu corpo não estava forte o suficiente para receber a deusa outra vez. E isso trazia uma preocupação constante.

Por sorte, Ino foi bastante gentil comigo durante a viagem. A loira, que sempre considerei minha maior inimiga, acabou se tornando minha maior aliada. Durante a noite, ela dividia suas porções de comida sempre que possível quando Madara não estava olhando. E era graças a ela que eu não havia emagrecido mais do que deveria.

A paisagem da nossa viagem aos poucos foi se tornando uma cor só: branco. Para qualquer lugar que olhasse, era apenas neve que via. Em cima das árvores, na estrada ou envolvendo as montanhas. Era apenas neve que cobria os bosques e caía sobre meus ombros. Madara, para evitar que eu morresse de frio antes de chegar ao nosso destino, me cobriu com seu manto, já que usava apenas uma camisola totalmente surrada.

Ao longe, uma enorme construção tomava forma entre as montanhas. Estreitei meus olhos, tentando enxergar com clareza apesar da neve que caía. Tão logo nos aproximamos, pude distinguir que era um castelo erguido sob pedras. Suas cores eram escuras, quase pretas. Havia um muro que o cercava com quatro pilares em cada canto e possuía torres altas com o topo pontiagudo. Não vi nenhuma cidade próxima, e isso era um tanto quanto estranho.

Ao chegarmos próximo aos muros, uma ponte levadiça abaixou-se à nossa frente, unindo o caminho que era separado por um lago congelado. O vento frio assobiava em meus ouvidos, e quase não se via uma alma viva por ali. Madara liderou o percurso em seu cavalo, nos levando para dentro do castelo. Paramos em uma área aberta que parecia um campo de treinamento; Madara e Ino desceram de seus cavalos, e eu fui a última a descer com a ajuda dele.

Olhei em volta. O castelo parecia morto, sem vida, nenhuma cor além do tom amadeirado e dos blocos de pedra das paredes. Alguns serviçais passavam de um lado para o outro, e guardas vigiavam o muro em sua parte mais alta. Seria impossível tentar escapar na situação em que me encontrava.

Fui levada por uma porta que dava para o subsolo, o calabouço, onde me jogaram dentro de uma cela. Não queria ficar sozinha em meio a escuridão, não mesmo. Muito menos em um local decrépito como aquele. O que eu poderia fazer agora? Como ia sair de um castelo fortemente vigiado? Andei de um lado para o outro, roendo as unhas e tentando pensar em alguma coisa. Alguns minutos se passaram e a porta do calabouço foi aberta outra vez. Passos vinham em minha direção enquanto escutava alguém reclamar. Achei que seria a única naquela cela, mas para a minha surpresa, não fui a única a ser trancada ali.

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