Você gosta de mim.

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  O filme tava extremamente tedioso e Robin começou a contar histórias que estavam me entretendo mais do que o próprio filme.

Robin: Outro dia eu fui no aniversário de uma irmã de um amigo meu. 5 anos, uma linda, uma gracinha.

- Hm e aí ?

Robin: Aí tava a gente lá e eu tava conversando com o irmão dela, e tinha um parquinho, ela chegou pro irmão dela e disse: maninho, me leva no parquinho? Aí o irmão dela que já conhece ela, olhou pra ela e falou "CALA A BOCA, demônio, que eu já te dei uma festa". Aí eu olhei pra aquilo e fiquei : 😧

- KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

Robin: Deixa que eu levo ela. Aí ela veio correndinho, uma gracinha, tic tic tic, aí eu de bandana, um copo de energético na mão, eu tinha todos os pré-requisitos de um pedófilo. Aí ela chegou e disse: Tio, posso descer no escorrega ? Aí eu falei, se joga caralho, é o seu momento, quem tá aqui não é sua mãe não....quer maconha?

- MDSKKKKKKKKKK, só não vou julgar porque é minha cara fazer isso.

Donna: Não queria atrapalhar a conversa, mas a gente queria assistir o filme.

  Olhei pro Robin e voltei a olhar pra tela do drive. Passou alguns minutos, 40 eu acho, e Robin encostou a cabeça em meu ombro, o olhei melhor e vi que o mesmo estava dormindo, ajeitei meus braços pra recebê-lo melhor e fiquei fazendo carinho em sua nuca.

Robin: Você tem um carinho muito bom... - Ele fala baixo, quase sussurrando.

- Eu te acordei? Desculpa. - Falo no mesmo tom e paro de acariciar sua nuca.

Robin: Não, não, continua hermosa. - ele diz sonolento ainda de olhos fechados pegando minha mão e colocando novamente em seu cabelo.

  Voltei a acariciar seu cabelo enquanto assistia ao filme que na minha humilde opinião não era muito bom, ou talvez fosse, mas eu preferia a voz de Robin me contando coisas que já lhe aconteceram no decorrer da vida.
  O filme acabou e eu acabei pegando no sono também, acordei com a voz baixa de Robin.

Robin: O filme acabou, vamos embora. - pela voz e pela feição, ele havia acabado de acordar também.

  Esperamos o pai de Donna chegar, ele nos deu carona até o mais perto que pode, quando teve que virar a rua, nos deixou na esquina, chegamos na casa de Robin bem rápido mas ele não para pra entrar.

Robin: Vou com vocês.

- Robin, tá tarde pra você voltar sozinho pra casa, eu e Finn moramos na mesma rua.

Robin: Não tem problema, eu sei lutar.

Finney: Eu posso ver com meu pai pra você dormir lá em casa.

Robin: Não cara, não queremos confusão.

- Pode dormir na minha.

  Tanto Finn como Robin me olham espantados.

Finn: E o Vance ?

  - Ele não vai ficar sabendo.

  Continuamos conversando até a casa de Finn, ele se despediu de nós e entrou pra casa. Quando estávamos chegando perto de casa, pedi pra Robin pra que fizesse silêncio, no caminho, eu combinei de que ele iria pro meu quarto enquanto eu iria avisar pra Vance que estava em casa.
  Abri a porta de casa tentando fazer o mínimo de barulho, subimos as escadas como se estivéssemos pisando em ovos, Robin foi diretamente pro meu quarto enquanto eu virei o corredor e fui até o quarto de Vance, abri a porta e ele estava dormindo, acariciei sua bochecha e me agachei em frente sua cama.

- Ei Maninho, cheguei, tô indo dormir.

Vance: Aham, boa noite maninha.

  Ele nem sequer abriu os olhos, fui pro meu quarto e tranquei a porta, pedi pra que Robin esperasse sentado na cama enquanto eu me arrumava pra dormir, entrei no banheiro e lavei o rosto pra tirar a maquiagem, tomei banho e vesti um pijama, sai pra fora do banheiro e Robin aparentemente estava pronto pra dormir, ele só tirou a corrente, os sapatos e as meias, o resto de seu outfit servia muito bem como pijama.

Robin: Não vai pôr o colchão?

- Não, se chover de novo, vai acontecer o mesmo que rolou da última vez, e eu vou ter que acordar pra te chamar pra cima.

Robin: Tudo bem então, sua cama é bem melhor mesmo. - ele dá de ombros.

- Eu sei, eu sei.

  Me deitei e apontei pro interruptor da luz e ordenei que ele fosse apagar a luz primeiro pra depois vir se deitar. Ele foi, porque é minha cadelinha obediente. Depois disso, ele se deitou, mas diferente da última vez, ele se virou pro meu lado e circulou minha cintura com seu braço colando nossos corpos encostando o rosto na minha nuca, logo em seguida me deu boa noite, eu não soltei uma palavra sequer, meu coração tava acelerado, eu não sei o que tá acontecendo ultimamente, eu ando reparando muito em Robin, sempre fico meio coisada quando estou próxima dele, mas eu achei que isso era só uma coisa "minha", aparentemente não é só minha.

Robin: Por que está nervosa ? - ele fala baixo sem desgrudar da minha nuca.

- Não estou nervosa. - respondo na mesma altura.

Robin: E por que seu coração tá acelerado ?

- Eu...eu não sei.

Robin: Você gosta de mim.

- Não gosto não, deixa de falar bobagem, você tá com sono.

Robin: Tudo bem. - ele ri baixo o que só me deixa mais tararau das ideias, sua risada é ótima de ouvir. - Ainda não tá pronta pra admitir.

  Ele finalizou sua fala assim, enquanto eu fiquei um tempo raciocinando tudo, aos poucos meu coração foi normalizando e eu consegui dormir.

*Horas mais tarde*

  Acordei com o barulho do despertador que eu tinha posto pra tocar, Robin tinha que ir embora antes de que Vance acordasse.

- Robin, acorda, você precisa ir.

Robin: Que horas são? - ele pergunta ainda sonolento sem nem ter aberto os olhos.

- 6:30. - respondo.

Robin: Que horas o Vance acorda?

- Normalmente...7:30, por que ?

Robin: Me deixa ficar mais um pouco.

- E se Vance acordar antes do esperado ? Como vai ir embora?

Robin: Solo confía en mí, amor. (Só confia em mim, amor.)

  Fiquei um tempo em silêncio e resolvi confiar, ele devia saber aonde estava se metendo. Voltei a dormir e acordei alguns minutos depois com outro despertador, dessa vez não o meu, era o do celular do Robin. Ouvi música alta no rumo da cozinha, Vance já tinha acordado.

- Puta que pariu, e agora ? Eu te disse.

Robin: Relaxa, eu vim preparado. - ele levanta calmamente e me mostra uma corda que eu não sei de onde caralhos ele tirou, mas tudo bem.

  Ele foi em direção a minha janela e amarrou a corda na grade, puxou algumas vezes pra verificar se tinha firmado, calçou os sapatos, colocou o celular no bolso e se pendurou na corda que havia sido presa na grade da minha janela.

Robin: Te vejo na escola, carinõ. - ele pisca e começa a descer.

- Esse garoto e louco. - falo enquanto o assistia descendo pra ter certeza que ia chegar lá em baixo em segurança.

  Robin conseguiu descer a corda tranquilamente, depois disso eu fui fazer o que faço todos os dias, mas sorrindo o tempo todo, e quando me pegava fazendo isso, me forçava a parar e deixar isso de lado. Mas poxa, aquele cabelo, e aqueles olhos, a pele morena...tudo me puxava de um jeito...

Mi gatito problemático - You and RobinOnde histórias criam vida. Descubra agora