POV GIZELLY-Chefinha, imagina o climão se nós duas tivéssemos ido aos finalmentes. – Bia soltou essa e eu quase me engasguei com meu suco.
-Porra Bianca. – Mari e Juliette não se aguentaram e caíram na gargalhada.
-É sério, imagina Ju e eu brincando no mesmo playground. – Neguei com a cabeça e ela continuou. – Mari, me desculpe, mas eu queria saber como era.
-Agora vai ficar só na tua imaginação. – Juliette me abraçou pelo pescoço. – Não gosto de dividir.
Continuamos com as brincadeiras até o jantar ficar pronto. Ju deu a ideia de convidarmos Bia e Mari para jantar e eu me animei com a ideia de cozinhar para nossas amigas. Enquanto Juliette foi buscar o Theo na outra casa dele eu aproveitei pra deixar tudo em ordem. Bianca trouxe o Cris e os dois brincavam no tapete enquanto jogávamos conversa fora, só saia besteira na rodinha.
-Como aconteceu? – Mari perguntou, ela era a única que não sabia da história toda.
-Nem a gente sabe explicar. – Respondi sorrindo.
-As duas estavam curtindo dor de cotovelo, quando dei por mim eu estava acordando na cama dela. – Juliette respondeu me deixando totalmente sem graça.
-Não foi bem assim, eu te chamei pra sair. – As três riram da minha timidez.
-Depois que a gente se pegou horrores no teu sofá. – Ela segurou meu rosto me dando um selinho.
-Quando vem o namoro? – Foi a vez da Bia perguntar.
-Isso é pauta para outro jantar. – Juliette desviou do assunto me deixando incomodada. – Gi, acho que já está pronta a lasanha.
Nos servimos e entramos na pauta da construtora, Bia sabia sobre o Talles, ela foi uma das que me ajudou a conseguir todos os recibos, e com isso dava para traçar o desvio e como o Talles fazia o caixa dois, muito mal feito por sinal.
-Amanhã você quem vai até Penedo? – Ju me perguntou quando mencionamos a obra do hospital.
-Creio que sim, eu também vou conversar com aquele médico bocudo, sobre as doações. – Dei mais uma garfada na minha lasanha. – Comprei várias coisas e preciso mandar entregar lá.
-Achei tão nobre da sua parte, chefinha. – Bia me presenteou com um sorriso orgulhoso.
-Meus pais criaram muitos projetos sociais, e eu quero retomá-los. – Me lembrei das ongs que meu pai ajudava. – Só vou esperar esse problema com o Talles.
-Isso é incrivel. – Juliette fez um carinho em minha mão.
O jantar fluiu de forma tranquila, era engraçado pensar isso, mas nunca imaginei estar tão calma comigo mesmo, gostava de receber minhas amigas, jogar conversa fiada, poder ser eu mesma, só faltou Fernanda pra turma ficar completa, mas ela tinha um compromisso com a nova namorada. Já eram quase dez da noite quando as meninas se despediram, O Cris já havia pegado no sono e o Theo estava quase dormindo.
-Vou colocar ele na cama, já venho arrumar a bagunça. – Juliette organizava a louça na pia. – Não gosto de deixar louça na pia, li em algum lugar que os espíritos vêm se alimentar de louça suja.
Juliette soltou uma gargalhada e avisou que iria arrumar a bagunça enquanto eu colocava o Theo na cama. Meu filho já estava cochilando, só troquei a fralda e coloquei um pijaminha mais confortável. Ele sugou todo o leite da mamadeira enquanto eu cantava uma música qualquer para ele. Deixei um beijo em seus cabelos loiros e o coloquei no berço com cuidado, liguei a babá eletrônica e sai do quarto sem fazer barulho.