POV RAFA-Rafa, casa comigo? – As palavras de Deborah entraram em meus ouvidos fazendo toda a coragem que eu estava sumir.
Minha única reação foi chorar, Deborah me encarava sem saber o que estava acontecendo, minha mente não funcionava direito, eu não sabia o que fazer, como agir. Acabei de descobrir que estou grávida e agora Deborah está aqui diante de mim me pedindo em casamento.
-Hey, não chora amor, talvez eu me precipitei. – Ela se levantou me puxando pra mais perto. – Eu acabei de sair de uma reunião e me dei conta que eu quero você comigo, eu sei dos seus traumas, mas eu não sou ela.
-Deborah... – Falei em um fio de voz, tentando me recompor.
-Não precisa me responder agora. – As mãos dela foram de encontro ao meu rosto. – Eu amo você e irei respeitar o seu tempo, não quero que se sinta pressionada.
-Me desculpa. – Eu simplesmente não conseguia controlar o choro. – Eu quero ficar sozinha.
-Se eu soubesse que você ia ficar assim, não teria feito isso. – A preocupação da minha namorada era de cortar o coração.
-Não é isso, me desculpa. – Eu não conseguia falar.
-Tá tudo bem, mas tem certeza de que quer ficar sozinha? – Afirmei com a cabeça e ela beijou minha testa antes de sair.
Vi a porta se fechar, passei a mão no rosto secando minhas lágrimas, minha cabeça latejava de dor, me sentei no sofá abraçando meus joelhos. Eu não posso fazer isso, estou sendo egoísta comigo, com Deborah e com Gizelly. Eu tentei todo esse tempo me enganar de que eu havia superado esse amor, mas eu não consigo, não visualizo a ideia do casamento sem pensar em Gizelly, mas aí vem o trauma de ter sido deixada no altar, eu só queria que fosse mais fácil, não queria ter que enfrentar esse tanto de problemas de uma só vez. Me acomodei melhor passando a mão em meu ventre, mais um filho de Gizelly crescia dentro de mim.
-Me dê uma luz, meu Deus? – Na mesma hora meu celular apitou uma mensagem.
Depois de responder as mensagens, subi pro meu quarto, eu precisava de um banho e descansar minha mente, tá tudo confuso demais.
Quase não dormi, avisei o diretor do hospital que não estava me sentindo bem, Doutor João me tranquilizou, dizendo que eu não precisava me preocupar, me deu o dia de folga e que eu entrasse em contato caso eu precisasse de mais dias. Deborah me ligou logo cedo, ela queria saber se eu estava melhor, estava morrendo de dó, mas me sinto fraca e covarde, não sei se consigo contar a ela sobre minha gravidez.
Passei a noite pensando nisso, Gizelly precisa saber, o filho também é dela, não é justo esconder isso, mas eu não tenho coragem, eu definitivamente não sei o que farei da minha vida. Dispersei meus pensamentos e fui me trocar, Juliette já devia estar a caminho da cafeteria em que marcamos.