Ele quem?

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POV RAFA

Os dias passaram rapidamente, era notável a minha felicidade, eu sorria aos quatro ventos. É oficial, Gizelly e eu voltamos a namorar e eu não poderia estar mais contente. Minha namorada fazia questão de demonstrar o quanto está diferente, essa nova versão de Gizelly é a minha favorita, madura, responsável, não preciso nem dizer o quanto eu babo na mãe que ela se tornou, o cuidado que ela tem com os nossos filhos é surreal.

Ela estava tão empolgada com a minha gravidez que às vezes eu precisava segurar ela um pouco, principalmente no dia em que decidimos iniciar o enxoval do nosso bebê, optamos por uma coisa neutra já que ainda não havíamos feito uma nova ultra, estava entrando no quarto mês e em breve daria pra saber. Gizelly estava convicta que seria menina e no meu íntimo eu torcia pra ser.

Hoje eu tenho um almoço com os meus pais, irei contar sobre mim e Gizelly, não sei como vão aceitar essa notícia, mas eu não vou permitir que eles se intrometam em minha relação, já basta terem me metido com a Deborah. Não demorou muito e meu pai bateu em minha porta.

-Oi meu amor, já está pronta? – Assenti e desliguei meu computador.

-Cadê a mamãe? – Meu pai me abraçava pelos ombros.

-Já está lá embaixo. – Descemos pelo elevador em um papo animado sobre o hospital.

Chegamos ao restaurante e logo fomos acomodados em nossos lugares reservados. Meu pai amava esses momentos em família, sempre era o mais empolgado.

-Parece que eu não te vejo há dias. – Meu pai me encarava assim que o garçom se afastou. –Tá tudo bem com você?

-Sim, muito trabalho na diretoria. – Dei meio sorriso.

-Meus netos estão bem? – Minha mãe entrou na conversa depois de guardar o celular. – Quando é a próxima consulta?

-Estamos bem sim, essa semana a Marcela vai me encaixar. – Alisei minha barriga. – Os enjoos já não são tão frequentes e os desejos diminuíram.

-Quando a sua mãe estava grávida sentiu vontade de comer pastel de angu, no meio da madrugada. – Meu pai contava de forma nostálgica. – Andei até o centro atrás desse pastel e quando cheguei em casa ela mandou eu jogar tudo fora, pois o cheiro a deixou enjoada.

-Até hoje eu detesto o cheiro. – Caímos na risada e eu me lembrei.

-Eu odeio pastel de angu por isso. – Seu Sebastião ria de sair lágrimas nos olhos.

Nossos pedidos chegaram e continuamos nossa conversa animada, eu estava preparando o terreno antes de soltar a bomba, estou com certo receio da reação deles. Comemos, bebemos e ainda pedimos sobremesa, assim que meu pai pediu a conta eu tomei coragem pra anunciar meu namoro.

-Mãe, pai. – Chamei a atenção dos dois. – Preciso comunicar algo a vocês.

-Aconteceu alguma coisa, Rafa? – Minha mãe logo se preocupou.

-Então, recentemente eu viajei, vocês lembram? – Ambos assentiram com a cabeça. – Nessa viagem eu e Gizelly conversamos.

-E qual era o assunto da conversa? – Dona Genilda apoiou os cotovelos sobre a mesa.

-Nós. – Limpei minha garganta antes de prosseguir. – Decidimos nos dar uma nova chance.

O silêncio pairou sobre nossa mesa, meus pais me encaravam de forma analítica, não queria brigar com eles por isso.

-Então vocês voltaram? – Foi meu pai quem perguntou quebrando aquele silêncio torturante.

-Rafaella, eu sinceramente não sei o que te dizer. – Engoli seco com as palavras da minha mãe, ela sempre foi a mais rígida.

Happier Than Ever 2 temporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora