POV GIZELLY-Gi, eu não fiz por mal. – Desde a hora que Juliette me contou sobre a conversa eu fiquei mais retraída. – Conversa comigo?
-Ju, tá tudo certo. – Retirei minha jaqueta entrando no closet.
-Não tá não. – Ela veio atrás. – Eu fiquei sem ação quando ela me contou sobre a gravidez.
-Olha, Rafaella não tem nada a ver com a minha vida, ela é apenas a mãe dos meus filhos. – Segurei Juliette pelos ombros. – Desde o início eu disse que não concordava com essa conversa, mas agora vamos esquecer e seguir a nossa vida, ok?
-Tudo bem, você está certa. – Ela fez um carinho em meus cabelos.
-Fica tranquila, a amizade de vocês vai continuar, Rafaella não é esse tipo de pessoa. – Rafaella pouco se importa com quem eu me relaciono. – Vamos dormir, meu dia foi bem intenso.
Ela concordou e eu segui para o banheiro fazendo minha higiene pessoal. Em poucos minutos já estávamos deitadas e prontas pra dormir, porém eu não sentia sono, minha cabeça girava em um único problema.
Na manhã seguinte, antes mesmo do despertador tocar eu já estava pronta para mais um dia de trabalho. Teria uma reunião fora do escritório, um novo cliente da construtora e eu estava empolgada, pois era a primeira vez que eu fecharia um contrato sozinha, estava me sentido como o meu pai. O encontro seria em uma cafeteria próximo a construtora, dirigia até lá e me acomodei esperando meu cliente.
Não demorou muito e o deputado Cristiano chegou com sua equipe, não sabia que seria ele, mas fiquei contente, pois eu já o conhecia e admirava seus projetos sociais. Conversamos muito sobre as propostas dele e logo fomos a parte que nos interessava, a pauta era um contato direto para reformas das escolas do estado e nosso nome é referência pra ele. Por enquanto era um papo informal, mas era quase certo que eu fecharia esse contrato, marcamos uma reunião la na construtora.
-Doutora Gizelly, é um prazer ver pessoas como você a frente da contrutora. – Ele segurou minha mão. – Me lembra muito o seu pai, sabia?
-Obrigada Cristiano, eu faço o meu melhor. – Pedimos a conta e enquanto a assessora dele acertava tudo saímos conversando.
-Olha, eu não sei como você tá em horário, mas queria te convidar pra visitar um dos nossos projetos em que seu pai ajudou a construir. – Abri um sorriso e aceitei na mesma hora. – Vou pedir que a Tabata entre em contato e marque um horário pode ser?
-Claro, seria uma grande honra. – Me sentia feliz por poder conhecer o projeto que meu pai tanto falava.
-Oi Gizelly. – Virei o rosto ao reconhecer a voz de Rafaella.
-Oi Rafaella. – Acenei e logo vi Manu vindo em nossa direção. – Oi Manu, esse aqui é o Cristiano.
-Ola moças. – Ele se apresentou de forma simpática. – Tudo bem?
-Ela é a mãe do meu filho. – Completei e ele sorriu pra Rafaella.
-Muito prazer Cristaino. – Rafaella o cumprimentou e puxou a bolsa. – Bom te ver aqui Gizelly, aqui estão os convites do aniversário do Theo, distribua para quem quiser convidar.
-Obrigada! – Peguei o envelope e notei algumas marcas estranhas nos braços dela. – O que houve com teu braço?
-Não foi nada. – Não me contive de curiosidade e perguntei, mas Rafa ficou sem graça e puxou a blusa cobrindo os braços. – Estão de saída?
-Sim, precisamos ir. – A assessora de Cristiano se aproximou avisando seus compromissos. – Até mais Rafaella, tchau Manu.
Elas se despediram e entraram para a cafeteria enquanto segui para o meu carro depois de me despedir de Cristiano, mas antes o entreguei um convite para a festinha do Theo. Segui para a construtora e iniciei meu dia de trabalho.