Assim espero

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POV GIZELLY

Eu nunca odiei tanto alguém, como eu odeio o meu primo, eu realmente não sei o que ele tem contra mim? Inveja? Raiva? Eu juro que nunca fiz nada a ele, mas desde de quando éramos crianças ele cultiva esse ódio por mim.

FLASHBACK ON:

-Hey pimpolha, trouxe pra você. – Gustavo se aproximou me entregando um copo de refrigerante. – Não quer ir lá brincar com as meninas?

Eu observava de longe meu primo brincando com alguns dos nossos colegas de sala, comemoravamos o aniversário de quatorze anos dele e meus pais pediram ao Gus para me trazer, já que os dois viajaram a trabalho.

-O Tata disse que não me quer lá. – Falei emburrada com a mão no queixo. –Ele não quer que eu assuste os amigos dele, pois eu sou uma aberração.

-Para com isso, olha pra mim? – Gustavo se ajoelhou ficando da minha altura. – Nunca... escuta bem, nunca mais permita que alguém fale isso de você, ok? Você não é isso, você é uma garotinha especial e diferente, mas isso não te transforma em uma aberração.

–Então porque ninguém gosta de mim? – Meus olhos já estavam cheios de lágrimas.

-Você liga mesmo pra opinião do Talles? – Gustavo secou meus olhos. – Olha só pra ele! Feio, manezão e desengonçado, e sabe o motivo dele não te querer por perto?

Neguei a cabeça esperando Gustavo continuar a falar.

-Primeiro ele tem inveja de você, e segundo ele tem medo, pois sabe que você é mais legal que ele e provavelmente todos iriam querer ser sua amiga e não dele. – Meu irmão beijou meus cabelos. – Vamos embora, essa festa tá chata demais, me espera aqui só vou dar tchau o tio Márcio.

Assenti com a cabeça e vi meu irmão se afastar em direção aos nossos tios, aproveitei para ir ao banheiro antes de irmos embora. Andei até a área dos banheiros e meu coração acelerou, pois eu nunca sabia onde eu deveria entrar. Esperei alguns minutos até que vi um colega nosso se aproximando do banheiro.

-Oi, tá cheio o banheiro? – Paulo perguntou limpando o suor da testa.

-Não. – Respondi encarando as duas portas.

-Então porque não entrou? – Ele perguntou curioso.

-Não sei qual devo entrar. – Dei os ombros.

-No de meninas, ué. – Ele disse o óbvio.

-Mas ela não é menina. – Ouvi a voz do Talles atrás de mim. – Ela é uma maria macho.

Quando me virei todos os nossos colegas de classe estavam ao lado deles, e todos zombavam de mim, principalmente os meninos.

-Ela nasceu menino e menina, por isso ela é a Maria macho. – Meus pais sempre mantiveram a discrição sobre minha condição genética, mas o Talles escutou uma conversa deles.

-Que nojo! – Flayslane me olhou com desdém. – Não chegue perto de mim, nunca mais.

Todos eles começaram a dizer palavras horríveis a mim e a única coisa que eu fiz foi chorar.

-Parem com isso. – Paulo entrou na frente me defendendo. – Que coisa idiota de se fazer, Talles.

-Vai defender ela agora, frutinha? – Meu primo empurrou Paulo pelos ombros.

-Se eu sou você também é, ou esqueceu que você me beijou no final da aula de ginástica? – Quando Paulo disse isso, pude ver a ira nos olhos do meu primo.

Happier Than Ever 2 temporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora