Gizelly, cadê você?

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POV GIZELLY

Balançava minhas pernas de forma impaciente, já não tinha mais unhas para roer e nada da tal advogada aparecer.

-Hey, calma. – Juliette botou a mão em minha coxa. – Não adianta nada sofrer por antecipação.

-Ela está atrasada. – Encarei minha amiga que no momento me representava como advogada.

-Só se passaram três minutos, Gizelly. – Bufei irritada.

-Me desculpem, o trânsito está infernal lá fora. – Uma morena entrou na sala segurando uma pasta nas mãos. – Boa tarde, me chamo Tais Dadalto, advogada do senhor Talles Gripp

-Olá, me chamo Juliette e essa é minha cliente Gizelly Bicalho. – Juliette e ela deram as mãos.

-Olá Gizelly? Tudo bem? – A mulher me estendeu a mão.

-Oi. – Respondi sem muita empolgação e ela sorriu de lado.

-Hoje vamos apenas conversar. – Ela se acomodou em frente a mim.

-Claro! – Juliette disse de forma simpática. – Eu tenho algumas perguntas a fazer.

-Eu também tenho. – Tais pegou algo na pasta e abriu sobre a mesa. – Meu cliente me informou que de fato quer levar o processo de agressão adiante.

-Desgraçado. – A raiva estava me dominando.

-Calma, Gizelly. – Minha amiga apertou meu ombro.

-Olha Gizelly, eu sempre sou sincera com meus clientes. – Tais tinha um sorriso tranquilo nos lábios. – O Talles daria um tiro no pé, pois além do roubo na empresa, tem a tentativa de homicídio contra a senhorita Rafaella Kalimann com a confissão do mecânico que o ajudou.

Tais mostrava suas anotações em sua agenda e Juliette olhava tudo atenta.

-Quero dizer que o aconselhei a não levar isso adiante, porém ele tem algumas exigências. – Fechei os punhos irritada.

-Eu não tenho acordo com ele, se eu tiver que ir presa eu irei, mas aquele filho da puta vai me pagar por tudo o que me causou, desde quando éramos crianças.

-Olha, eu sou advogada e com isso quero sempre o melhor para o meu cliente. – Tais continuava com seu tom calmo. – Porém nesse caso não tem muito o que fazer, o Talles tá em uma situação complicada.

-Não tem acordo! – Me levantei irritada.

-Tais, me dá um minuto? – Juliette se levantou me seguindo.

Olhei a cidade pela a janela, meu coração estava apertado, não é possível que depois de tudo o que passei, depois de tudo o que Talles me fez, eu ainda teria que pagar por algo.

-Gi? – Juliette me fez olhá-la. – Me escuta?

-Não tem conversa, Juliette. – Enchi os pulmões cheio de ar. – Ele tem que pagar por tudo, eu não vou retirar nenhuma queixa, e muito menos a Rafaella.

-Pensa um pouco, escuta o que ele pediu, você nem deixou a moça falar. – Minha amiga tentava argumentar comigo. – Gi, você precisa pensar nos seus filhos, pensa na Rafa! Imagina que por um erro do destino, o juiz condene você? Sua filha está perto de nascer, seu pequeno está crescendo, você acabou de se acertar com a Rafa.

Meu coração se comprimiu novamente, só de pensar na hipótese de não ver minha filha nascer, ver meus filhos crescerem, me dá um embrulho no estômago. Respirei novamente tentando dar lugar a razão ao invés da emoção.

-Ok, podemos ouvir as condições desse idiota. – Me dei por vencida, voltando ao meu lugar.

A reunião prosseguiu, a advogada estava tranquila, e eu entendo que ela estava ali fazendo o seu trabalho. Juliette conversava por mim, explicando como era a minha relação com meu primo.

Happier Than Ever 2 temporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora