POV GIZELLYEu mal entrei em minha sala e já fui bombardeada com perguntas de Bianca e Juliette, as duas me aguardavam ansiosas pra saber o que tinha acontecido. Entrei e sentei com um sorriso de orelha a orelha.
-Vai falando, chefinha. – Bia se sentou na cadeira à minha frente. – Quero saber de tudo.
Antes de começar dei uma sonora gargalhada, narrei todos os acontecimentos da viagem, contei da minha conversa com Juliette e minha amiga me ajudou a contar como tudo aconteceu. Depois eu narrei como foi o trajeto até a casa de Rafaella e tudo o que aconteceu a partir daí, contei até minhas declarações e Bianca até se emocionou com as minhas palavras.
-Agora libera a parte que nos interessa. – Bianca esfregou uma mão na outra. – Você sabe que eu sempre tive curiosidade, então vai contando os detalhes do sexo de reconciliação.
-Não teve. – Vi Juliette sorrir de canto com a cara que Bianca fez.
-Para chefinha, estamos entre amigas. – Ela insistia em saber. – A Ju não se importa, importa Ju?
-Não, pois eu também estou curiosa. – Ju se aproximou também.
-Estou falando sério, não rolou nada além de alguns beijos. – Dei os ombros ligando meu computador. – Eu disse que eu quero que nossa reconciliação seja além de algo carnal, eu quero ela e quero mostrar que eu mudei, que sou uma nova mulher.
-E como ela reagiu a isso? – Bia tinha uma das sobrancelhas arqueadas.
-Eu acho que ela se irritou um pouco. – Me lembrei da carinha de brava de Rafaella na noite passada.
-Eu também ficaria puta, você não deve saber, mas ficamos bem sedentas no início da gravidez, os hormônios tomam conta do nosso corpo. – Bianca me explicava com seu jeito desesperado. – Não sei como tu saiu viva de lá.
-Não é pra tanto, Bia. – Passei a mão nos cabelos preocupada. – Eu só estou indo com calma.
-Eu concordo com a Gi. – Juliette se pronunciou. – Porém, a Bia tá certa, Rafa deve tá puta.
As duas caíram na risada me deixando bastante pensativa, não quero estressar Rafaella, mas também não quero apressar as coisas, eu ainda tenho traumas para serem curados, e não é que eu não queira, eu quero muito, mas quero fazer dar certo dessa vez.
Acabei encerrando o assunto e fomos trabalhar, teremos um dia cheio. Talles deixou vários serviços inacabados e a cobrança estava caindo em cima do coitado do meu tio. Tentei organizar de forma mais dinâmica, como resolvemos o problema com todos os nossos clientes, por isso marquei uma reunião de caráter de urgência com todos da diretoria, incluindo todos os nossos engenheiros e arquitetos.
-Bom dia pessoal. – Entrei na sala acompanhada de Vitória e Juliette. – Muito obrigada pela presença de todos.
Me posicionei na cadeira da presidência, assim que todos responderam o bom dia. Meu tio estava ao meu lado e o coitado estava visivelmente abatido, porém estava ali ao meu lado, me ajudando a ser forte.
-Como já devem ter ouvido por aí, o Talles não faz mais parte da construtora Bicalho. – Limpei a garganta e prossegui. – Com isso, estamos enfrentando problemas com alguns clientes e nesse momento precisamos da contribuição de todos para resolvermos esse problema.
-Senhorita Gizelly. – Passei a palavra ao engenheiro Alberto. – Desculpe interromper, mas o Talles não faz tanta diferença assim, em todas as obras ele só levava o nome, me desculpe pela sinceridade, Marcio.
Um burburinho se iniciou em concordância com o engenheiro, Talles sempre teve uma péssima reputação, muitos diziam que ele só estava ali por ser filho do Presidente