POV RAFAVer minha namorada tranquila, sem medos, sem amarras era muito bom, não que eu esteja comemorando a morte do primo dela, mas parece que finalmente Gizelly está respirando com calma. Ela estava mais feliz, conseguia focar nela, coisa que ela não fazia antes, estava sempre preocupada com algo, mas agora está leve e eu estou pensando em falar com ela sobre casamento.
Sei que esse é um assunto impronunciável entre nós, ambas temos traumas daquele bendito dia, mas agora eu acredito na minha namorada, sei que vamos fazer isso do melhor jeito possível.
-Meu Deus, como essas crianças estão grandes. – Manu brincava com Sofia em seu colo.
-Nem me fale, Manu. – Minha mãe entrou no cômodo sorrindo. – Daqui a pouco meus netinhos serão adultos.
-Espero que demore muito, quero curtir meus pequenos antes. – Respondi enquanto dobrava as roupinhas de Sofia.
-Ou pode encomendar mais alguns! – Manu brincou e eu arregalei os olhos.
-Por agora não, né? – Respondi negando com a cabeça. – Nem casei ainda.
-Verdade, vão resolver isso quando? – Minha mãe perguntou tranquila. – Gizelly tem que te pedir em casamento logo.
-Ou eu posso pedir. – Falei como quem não quer nada.
-Tá pensando em pedir ela em casamento? – Manu me olhou curiosos e eu respirei fundo.
-Foi só uma ideia que me passou pela cabeça. – Dei os ombros.
-Filha, vocês duas precisam conversar sobre isso. – Minha mãe tocou meu ombro. – É o seu desejo de casar com ela.
-Sua mãe está certa, Rafa. – Manu concordou.
-Eu sei disso, prometo que depois dessa luta dela nós vamos falar sobre isso. – Já estava planejando conversar isso com Gizelly.
-Vai ser amanhã, a luta? – Minha amiga perguntou interessada.
-Sim, vocês vão?
-Já avisei seu pai, estaremos lá. – Minha mãe confirmou animada.
-Também estarei lá com o Júlio. – Sofia abriu os olhos ouvindo o que a madrinha dizia.
-Seu pai recebeu uma ligação ontem do diretor do hospital de Penedo. – Minha mãe mudou de assunto e eu olhei interessada. – Parece que a Deborah e o marido foram presos tentando sair do país pela Argentina.
-Presos? – Perguntei surpresa, pois da última vez que tive notícias eles não conseguiram provar que eles desviavam verbas do hospital.
-Sim, estelionato, falsidade ideológica e mais umas coisas ai. – Fiquei horrorizada com as palavras da minha mãe. – Pois é, só de lembrar o que ela tramou contra você me sinto péssima.
-Já passou mãe. – Respirei fundo. – Me livrei, e hoje estou imensamente feliz com o amor da minha vida.
-Fico feliz por vocês, filha. – Sorrimos cúmplices.
Passamos o resto da tarde batendo papo, minha mãe estava de folga e aproveitou pra passar um tempinho comigo e as crianças. Fizemos bolo e depois ficamos na beira da piscina tomando sucos e conversando sobre a vida, eu amava aqueles momentos, e fico extremamente feliz por minha mãe finalmente estar confortável com a minha relação com Gizelly, devo confessar que minha namorada mudou muito e isso ajudou no processo de aceitação.
No início da noite, ambas se despediram depois de me ajudarem a dar banho nas crianças, agradeci e marquei com minha mãe um almoço durante a semana.