POV RAFADepois de um dia exaustivo, finalmente eu pude retirar meus saltos e me jogar no sofá, suspirei em alívio assim que coloquei os pés no chão frio. Tive um dia intenso de trabalho e nesse momento eu só queria banho e cama, porém tinha algo me incomodando e eu sei que não ia conseguir dormir. Suspirei cansada e subi em direção ao meu quarto.
Reatar com Gizelly foi inesperado, pois eu acabei de sair de uma relação horrível com Deborah, mas Gizelly é a minha a pessoa e ter ela ali querendo me mostrar que é uma nova mulher, me aqueceu por dentro, porém depois desse tempo separada, meu ciúmes por ela aumentou gradativamente, eu passei o dia remoendo essa história dela ir visitar Fernanda, isso não fazia sentido algum. Liguei o chuveiro e tentei não pensar nisso, ela não me ligou mais, nem mesmo pra me avisar que pegou o Theo na escola.
Hoje conversei bastante com Manu sobre a nossa relação, Gizelly realmente parece outra mulher, decidida, centrada, mas ainda sim ela tem aquela essência pela qual eu me apaixonei perdidamente no passado. Eu estou feliz e quero que o nosso relacionamento dê certo dessa vez, eu preciso ser feliz e eu sei que vai ser ao lado da mulher que eu sempre amei.
Desliguei o chuveiro me enrolei no roupão e fui em busca de algo confortável pra vestir, entretanto, parei no meio do caminho ao ouvir meu telefone tocando em cima da cama.
Gizelly ligação on:
-Oi, tudo bem? – Sua voz rouca preencheu meus ouvidos.
-Oi Gizelly. – Tentei não parecer irritada, mas foi inevitável.
-Já está em casa, meu bem? – Ela perguntou de forma suave.
-Acabei de chegar, estou saindo do banho. – Não queria perguntar onde ela estava, não queria ficar ainda mais irritada.
-Queria saber se você não quer vir jantar comigo e o Theo? – Gizelly tinha certo receio na voz ao me perguntar. – Estou finalizando o jantar, dá tempo de você chegar aqui.
-Achei que não estivesse em casa. – Apertei as sobrancelhas enquanto alisava minha nuca.
-Posso te esperar? – Gizelly estava ansiosa pela resposta.
-Ok, chego ai, daqui a pouco. – Nos despedimos e um sentimento de alívio me preencheu.
{...}
-Oie!!!. – Esperava Gizelly abrir a porta escorada no batente.
-Uau! – Gizelly tinha um sorrisão largo e logo me segurou pela cintura. – Você está linda!
Seus lábios tocaram os meus de forma delicada, sua língua pediu passagem e iniciou um beijo ali mesmo, na porta de sua casa. Encerrei o beijo com um selinho demorado e um sorriso nos lábios.
-Vamos entrar, o Theo já está esperando. – Ela me pegou pela mão e entramos pela sala.
-Tô faminta. – Alisei minha barriga fazendo Gizelly rir alto. – Oi meu príncipe!
Theo abriu seu sorriso com seus dois dentinhos da frente, me aproximei e peguei ele da cadeirinha de alimentação. Enchi meu loirinho de beijos e Gizelly observava a cena escorada no balcão da cozinha.
-Ele já comeu? – Perguntei ao notar as mãozinhas cheias de feijão amassado.
-Já, comeu uma pratada de couve-flor com feijão. – Gizelly trouxe um lencinho pra limpar ele.
-Esse sapeca sempre come bem quando está com você. – Theo continuava sorrindo.
-Traz ele pra cá, vou servir nosso jantar. – Fiz o que Gizelly pediu e me acomodei logo e seguida.
Comemos em um clima descontraído, a maior parte do tempo, falamos dos nossos filhos, contei a ela que essa gravidez estava sendo totalmente diferente da primeira e Gizelly parecia cada vez mais interessada em cada palavra que eu dizia.
-Estou curiosa pra descobrirmos o que é o nosso bebê. – Ela segurava minha mão por cima da mesa. – Já pensou em algum nome?
-Pensei em alguns. – Respondi com um sorriso no rosto. – E você?
-Sou péssima com isso, e você sabe, só consigo pensar em nomes de menina. – Me lembro dos nomes horríveis que ela sugeriu para o Theo. – Gosta de Gabriela?
-Não? – Fiz uma cara de desaprovação ao lembrar de uma menina da faculdade que dava em cima de Gizelly. – Acho sem personalidade, fora que é feio.
-Que tal Ana? – Encarei ela com as sobrancelhas apertadas. – Não né?
-Gosta de Sofia? – Perguntei dando um gole no meu suco.
-Sofia? – Ela sorriu de lado com a hipotese. – Sofia Kalimann Bicalho?
-Eu achei um nome lindo e o significado por traz é ainda mais bonito. – Gizelly se endireitou na cadeira interessada. – Sofia quer dizer sabedoria divina, e pensando por esse lado, eu acredito que Deus sabe de todas as coisas, e se ele mandou esse bebê pra nós, era com um único propósito.
-Que ficássemos juntas novamente. – Ela respondeu em um fio de foz, e as emoções nas palavras deram uma entonação ainda mais baixa.
-Sim, e eu tenho certeza de que dessa vez nada nem ninguém vai impedir o destino, outra vez. – Me levantei da minha cadeira e sentei em seu colo. – Eu amo você Gizelly, a vida me surpreendeu colocando você em minha vida uma vez e eu aceitei você sem questionar nada, dessa vez não vai ser diferente, eu aceito essa segunda chance para poder viver tudo aquilo que nos foi tirado, vamos construir nossa história a partir de agora, não dá pra esquecer o passado, mas dá pra aprender com ele.
-Eu te amo Rafaella. – Minha mãos seguravam seu rosto que já estava banhado de lágrimas a essa altura. – Eu te amo mais do que você possa imaginar.
{...}
Depois das nossas declarações, Gizelly e eu subimos pra colocar o Theo na cama, antes disso ela deu um banho nele, assim ele dormiria fresquinho, eu observava o cuidado com que ela cuidava do nosso filho e a cada minuto eu tinha certeza que esse outro bebê que estava em minha barriga seria tão amado quanto o Theo. Depois ela cantar músicas de ninar, nosso filho pegou no sono agarrado em sua naninha, ela apagou a luz deixando apenas o abajur do lado do berço aceso, Gizelly se aproximou sorrindo me beijando os lábios na porta do quarto.
-Ainda está cedo, vamos assistir alguma coisa? – Assenti com a cabeça e descemos até a sala novamente.
Gizelly fechou as cortinas, ligou o ar e procurou algo na TV enquanto eu me acomodava no sofá, tinha uma manta dobrada e eu abri para que pudéssemos ficar mais confortáveis.
-Cadê a Juliette? – Perguntei ao me lembrar que ela estava hospedada aqui.
-Longa historia. – Gizelly se sentou sorrindo. – Ela foi atrás da Sarah.
-Tá falando sério? – Ela confirmou com a cabeça. – Tomara que elas se acertem.
-Tô torcendo por isso. – Gizelly me deu um beijo rápido e se acomodou no sofá me puxando pra mais perto.
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