POV RAFAManu estava deitada ao meu lado ouvindo tudo o que havia acontecido ontem, eu não conseguia segurar as lágrimas, eu estava tentando processar tudo o que aconteceu, tentava digerir tudo o que ouvir de Deborah.
-Eu confiava nela, Manu. – Passei a mão no rosto tentando secar minhas lágrimas. – Eu cogitei me casar com ela.
-Amiga ela conseguiu enganar a todos, não é culpa sua. – Manu me puxou pra deixar em seu colo. – Até eu estou com raiva de mim mesma, eu geralmente consigo decifrar essas pessoas.
-Eu tenho culpa sim, fui uma idiota. – Me lembrei de quando deixei Deborah entrar em minha vida. – Eu só dei abertura a ela, pois queria tirar Gizelly da minha vida, e olha no que deu?
-Rafa, você estava magoada. –Minha amiga tentava argumentar. – Sinto muito em dizer isso, mas Gizelly não vai sair da sua vida, vocês têm duas crianças entre vocês.
-Eu sei disso. – Me sentei encarando Manu. — Você acredita que ela chegou lá de helicóptero? Gizelly tinha horror em voar, mas quando soube que eu passei mal ela simplesmente encarou o medo dela e foi até lá.
-Não sei se gosto de admitir isso em voz alta, mas aquela mulher faz qualquer coisa por você. – Arregalei os olhos com o comentário de Manoella. – Gizelly era uma vacilona, mas hoje em dia eu fico feliz em ver a pessoa que ela se tornou.
-Ela estava preocupada com o nosso filho Manu, ela enfrentou o medo dela por esse bebê. –Alisei minha barriga. – Mas eu tenho orgulho da pessoa em que ela vem se tornando. Eu devia ter ouvido ela, teria me poupado muita coisa.
-Pela segunda vez você não ouve ela e dá nisso. – Às vezes a sinceridade de Manoella me assusta. – Você sabe que é verdade, eu sei que ela fez cagada naquela época, mas ela tentou conversar com você aquela vez.
-Eu sei Manu, não precisa me lembrar. – Bufei irritada. – Eu devia ter escutado, talvez não estaríamos nessa situação, talvez até estaríamos juntas.
-Isso eu já não posso falar. – Ela deu os ombros.
-E agora ela está com a Juliette. – Suspirei ao me lembrar das duas juntas lá
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Os dias foram passando e Marcela me recomendou repouso, eu não posso me estressar, pode ser prejudicial para mim e para o meu bebê. Aproveitei esse tempo em casa pra me reorganizar, retirei tudo de Deborah que havia aqui e joguei no lixo eu não quero saber dela perto de mim nunca mais. Durante esse período, Gizelly passou a me ligar todos os dias pra saber como eu e o bebê estávamos e isso acabou nos aproximando de certa forma, ela veio me visitar quando trouxe o Theo no domingo e ainda trouxe meu sorvete favorito. Meus pais e Manu também não me deixavam sozinha nem um dia, sempre que podiam passavam aqui pra me ver e me fazer companhia.
-Rafa, já separei tudo o que você me pediu. – Thais estava me ajudando a tirar algumas roupas do Theo que não serviam mais.
-Essas são as que não servem mais? – Ela afirmou com a cabeça. – Gizelly prefere que a gente doe essas, ela quer fazer um enxoval novo.
-Ela me disse que tá louca pra ir comprar as roupinhas do bebê, pois ela não participou do enxoval do Theo. – Engoli o nó que se formou na minha garganta. – Ela está super empolgada.
-Imagino. – Dei meio sorriso e continuamos nossa tarefa.
-Acho que quando eu tiver meu filho eu vou querer comprar tudo o que eu ver. – Thais sempre falava em ter filhos.
-E também pensava assim, mas aí eu vi como as coisas dos bebês são caras. – Demos uma risada alta. – Bom, essas aqui eu vou levar pra doação e essas aí você pode guardar.