01_ Seja normal, Romeu!

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- Era como se dissesse, sem dizer, “eu sei que já faz tempo, mas ainda amo você”. - Tati Bernardi.

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Rio de Janeiro, Brasil - As 06:57.

Passei delicadamente o pincel sobre a tela branca em minha frente deixando a minha imaginação fluir enquanto tocava In the silence da Banda Universos em meus fones. Eu não fazia ideia de que horas se tratava, porém, eu estava bem tranquila com relação ao horário.

Eu havia acordado mais cedo do que eu deveria nessa segunda, mas a minha mente e a minha ansiedade tinha me despertado. Eu acordei, me arrumei, arrumei as minhas coisas e agora eu me encontrava no pequeno porão da minha casa e pintando o que a minha querida mente tinha criado.

Hoje é uma segunda feira e, por sorte, não era uma segunda feira que eu encararia o último ano do ensino médio. E sim encararia o meu primeiro ano na faculdade, onde eu tinha sonhado o meu ensino médio inteiro na espera que o meu sonho se realizasse. O que mais me deixava ansiosa era os meus nervos a flor da pele.

Não parecia aquela garota controlada.

ㅡ Maya? ㅡ Tirei os olhos da tela e olhei rapidamente para a escada do porão, onde estava a minha mãe com uma careta de deboche. ㅡ Por que eu não vim para cá antes de passar em seu quarto? ㅡ Ela colocou a mão na cintura.

ㅡ Ah... ㅡ Sorri meio sem graça desligando a música e tirando os fones da orelha. ㅡ Bom dia, mãezinha.

ㅡ Hm. ㅡ Ela murmurou apertando os olhos. ㅡ Sobe. O seu pai está lá em cima te esperando para o café.

Balancei a cabeça concordando antes de estender a minha mão até o copo de água para por o pincel sujo lá dentro, porém, a minha mão tremeu de repente fazendo com que um pouco de tinta caísse sobre a minha calça.

ㅡ Oh, merda! ㅡ Resmunguei colocando o pincel dentro da água, em seguida levantei da cadeira e olhei para a minha calça e percebendo como havia ficado. ㅡ Hmmm... não está tão ruim. ㅡ Dou de ombros pegando a minha mochila do chão, pegando meu celular antes de ir em direção às escadas do porão e subi-lo.

Subi as escadas colocando a minha mochila nos meus ombros, fechei a porta do porão e assim segui em direção a cozinha. Logo avistei a minha mãe descendo as escadas com a sua bolsa em mãos.

ㅡ Olha aqui, Maya, eu deixei o seu almoço na geladeira. É o prato que está com o plástico em cima. ㅡ A minha mãe falou enquanto vinha até a mim. Sim, ao contrário dos demais casos que o pai sai para trabalhar de manhã, aqui em casa era a minha mãe que trabalhava no turno da manhã. E o meu pai trabalhava a noite com segurança de vários hotéis chiques e esses lugares que podem ser roubados por aparecer na internet. ㅡ Se o seu querido amigo inventar de aparecer aqui para almoçar, tem uma panela na geladeira por precaução. Beijo, ok? Tenha um ótimo dia na faculdade! ㅡ Ela beijou a minha testa.

ㅡ Obrigada, mãe. Beijo. ㅡ Acenei para a mesma antes de ir em direção a cozinha, percebendo que o meu pai já estava terminando de comer. ㅡ Bom dia, pai.

ㅡ Bom dia, filha. ㅡ Ele sorriu para mim levantando da cadeira. ㅡ Me desculpa, queria muito ver você entrando na faculdade, mas eu estou muito cansado.

ㅡ Tudo bem, pai. ㅡ Ri disso, em seguida senti o meu celular vibrando em minhas mãos. Olhei para a tela do meu celular e acabei soltando um riso curto ao saber quem era. O meu melhor e único amigo, Apolo.

Sim, sim. Por incrível que pareça, uma anti-social igual a mim tinha feito um amigo aleatoriamente no meu primeiro dia de fundamental. Eu estava sozinha na sala brincando, quando o Apolo apareceu e começou a conversar como fossemos amigos a muito tempo. E desde muito novos viramos melhores amigos, e nossa amizade cresceu a cada dia mais.

Meu Melhor AmigoOnde histórias criam vida. Descubra agora