Meu Melhor Amigo

31_ Parque Caixa D'água.

Pelo resto da manhã, eu fiquei no meu quarto pensando de qual forma seria esse passeio que o meu pai inventou. A minha reação no começo foi, claramente, de surpresa.

Para mim, Apolo dormiria aqui e depois do voltaria na segunda, como de costume. Eu não tinha nada planejado, nem ao menos pensei que poderíamos fazer algo.

Naquela altura, Apolo já tinha ido para casa porque tinha que fazer algo antes de irmos ao Parque. É claro que a mãe dele pediu para ele ir.

Pensei automaticamente na noite de doramas que tivemos. Assistir série ao lado do Apolo sempre foi um dos meus momentos favoritos, mas aquela noite havia sido mais especial.

Pri- O que vocês vão fazer hoje?

Observei a mensagem da Priscila, enquanto me encostava na cabeceira da cama. Não demorou muito para que o pessoal respondesse.

Thi- Ir na casa do Lucca jogar vídeo-game.

Beca- Dormir.

Lu- Na minha casa?? A gente não combinou nada!

Thi- Agora combinamos.

Pri- Nada disso! Tá fazendo o maior sol lá fora. Por que não vamos lá no Parque? Faz tempo tento que eu não vou lá.

Beca- Aquieta o rabo, Priscila! Euem! Não é nem 12h.

Lu- Eu gostei da ideia.

Thi- Da ideia ou da pessoa que deu ela?

Maya- Hmmmmmmmm...

Mandei a mensagem com um sorriso.

Beca- Finalmente a Maya se pronunciou. Estava a onde gata?

Maya- Eu acordei de madrugada, gente. Ainda tô sonolenta.

Lu- Não conseguiu dormir depois do pesadelo do encontro com o Thiago?

Thi- Gente! Eu não sou tão terrível assim.

Beca- É pior.

Acabei rindo antes de começar a digitar.

Maya- Pelo contrário, gente, o encontro foi incrível.

Respondi.

Maya- Inclusive, eu vou hoje para o Parque da Caixa D'água. Alguém quer ir também?

Pri- Eu!!! Rebeca, você vai também!

Beca- E eu tenho escolha?

Pri- Não.

Lu- Eu topo. E você Thiago?

Thi- Não vou ser o único a ficar sozinho. Quer que eu te busque, Maya?

Maya- Não precisa, Thiago. Eu vou com o Apolo, então podemos nos encontrar lá.

Beca- O Apolo??? Eu vou conhecer, finalmente, o Apolo??

Ri da mensagem da Beca antes de deixar meu celular de lado, escorreguei na cama e me deitei fechando os olhos. Automaticamente, de novo, as lembranças da noite anterior veio na minha cabeça.

Passei a mão no meu rosto tentando espantar aqueles pensamentos.

*
ㅡ Então quer dizer que você teve uma inspiração aleatória no meio da madrugada, depois de dias sem pintar... ㅡ Apolo relatou tudo enquanto entrávamos no Parque. ㅡ E não vai me mostrar?

A sua pergunta me fez ri observando cada dando procurando pelo pessoal. A hora do almoço já havia passado aquela altura. Depois que eu terminei de marcar tudo com o pessoal, me arrumei assim que deu meio dia. Ao chegar na cozinha o Apolo já estava lá na maior felicidade, dizendo que saiu de casa antes para chegar aqui na hora do almoço.

E, como de costume, almoçamos todos juntos. Até que deu a hora de virmos para o Parque.

ㅡ Ah, Apolo... ㅡ Resmunguei. ㅡ Você sabe que eu não sou de mostrar meus quadros a ninguém.

ㅡ Você mostrou pro seu pai. ㅡ Ele cruzou os braços fazendo um biquinho, me fazendo parar e olha-lo.

ㅡ Meu pai é diferente, né! ㅡ Revirei meus olhos lhe dando um tapa. ㅡ Eu tenho outros quadros no porão que são mais inspiradores. Você pode vê-los.

ㅡ Mas eu quero ver o que pintou de madrugada ㅡ Ele se aproximou erguendo o dedo indicador e começou a catucar meu rosto com ele. Sabia que ele estava fazendo aquilo para me irritar, ele fazia isso sempre. Eu odiava.

ㅡ Apolo... ㅡ Murmurei.

Aquilo me fez rir por alguns segundos, entretanto, meu sorriso morreu ao ver que o Apolo estava mais perto do que deveria. Simplesmente, paramos o que estávamos fazendo e nos encaramos. Em silêncio.

Não soube o certo que passou na minha cabeça, mas as lembranças da noite anterior, do dia que a gente caiu em cima do outro, as lembranças do ensino médio, do dia que ele deitou ao meu lado. As lembranças me invadiram e eu esqueci de tudo que tinha ao meu redor.

Só que, naquele momento, eu lembrei dos meus sentimentos me invadiram por inteira derrubando todas as minhas estruturas. Para mim, naquele momento, não existia mais nada.

Entretanto...

ㅡ Atrapalho? ㅡ Olhei para o lado rapidamente ao ouvir uma voz conhecida.

Era o Thiago.

•••