48_ O vestido.

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Sexta-feira, às 06:30 AM-
Véspera da exposição.

ㅡ Como é que você esta? ㅡ Meu pai questionou, enquanto estávamos todos sentados a mesa do café quase em silêncio. É claro que no meio disso estava todas as provocações do Apolo, que mesmo com tudo que acontecia continuava abusando, conseguimos conversar e dormir bem.

ㅡ Eu estou bem. ㅡ Afirmei, deixando o copo de café já vazio em cima da mesa. ㅡ Por que?

ㅡ Estou falando em relação a amanhã. ㅡ Ergui meu olhar rapidamente ao meu pai.

ㅡ Eu também estou curiosa. ㅡ Minha mãe se pronunciou. ㅡ Ontem eu não tive tempo de falar com você, mas eu quero ter uma conversa hoje. Chegarei cedo hoje.

ㅡ Adoro quando posso passar mais tempo com você, querida. ㅡ Meu pai enclinou o rosto para minha mãe, e assim eles se beijaram.

Acabei rindo disso me levantando.

ㅡ Quer uma carona para a escola? ㅡ Apolo perguntou me fazendo olha-lo com um sorriso.

ㅡ Na sua garupa? ㅡ Questionei abrindo um sorriso.

ㅡ Tem ideia melhor?

ㅡ Nunca emprestaria meu carro ao Apolo. ㅡ Meu pai riu, num tom debochado.

ㅡ Ei! ㅡ Apolo exclamou enquanto se levantava. ㅡ Eu sei dirigir.

ㅡ Sabemos. ㅡ Meu pai deu de ombros. ㅡ Só que agora você tem outras distrações.

Abri minha boca em um perfeito O ao ouvir meu pai falando.

ㅡ O que?

ㅡ Eu sempre tive. ㅡ Apolo respondeu enclinando seu rosto e beijando a minha bochecha. ㅡ Vou pegar sua mochila lá em cima.

Apolo falou antes de passar por mim e saindo da cozinha. Caminhei até a minha para lavar a mão, entretanto, senti olhares em mim.

ㅡ Mãe, pai, não precisam me zoar por isso. ㅡ Me virei para eles. ㅡ Já sei o que tem em mente para dizer.

ㅡ Dizer? O que temos a dizer? ㅡ Minha mãe encarou meu pai, lançando um sorriso debochado. Ambos fingindo demência.

Revirei meus olhos na mesma hora.

ㅡ Até mais tarde. ㅡ Acenei para eles saindo da cozinha, encontrando com o Apolo que já descia as escadas.

Esperei que ele chegasse perto de mim e peguei sua mão entrelaçando nossos dedos pegando ele totalmente de surpresa. Acabei sorrindo para ele, que retribuiu no mesmo segundo, antes de sairmos de casa.

[...]

Me despedi do Apolo com um selinho antes de segurar firme a alça da minha mochila e começar a caminhar em direção ao prédio da faculdade. Não demorou muito para que eu encontrasse o Thiago me olhando e olhando para o Apolo que ainda estava atrás de mim.

Suspirei erguendo meu queixo, ainda me sentindo mal, antes de caminhar mais rápido até os corredores.

ㅡ Maya!! ㅡ Escutei um grito atrás de mim, da Priscila, em seguida olhei para atrás. Ela estava vindo abraçada com o Lucca. ㅡ O que é que foi aquilo?

ㅡ Aquilo o quê? ㅡ Perguntei um pouco confusa pelo seu tom, todavia, reconheci logo aquele sorriso malicioso. ㅡ Vocês viram?

ㅡ A faculdade toda viu, para falar a verdade. ㅡ Lucca respondeu rindo parando na minha frente. Acabei abaixando meus ombros colocando a mecha do meu cabelo atrás da orelha.

ㅡ Então, quer dizer, que se assumiram? ㅡ Priscila balançou as sobrancelhas repetidamente.

ㅡ Conto tudo quando a Beca chegar. ㅡ Pisquei o olho. ㅡ Aliás, cadê ela?

ㅡ Ela falou que vai demorar um pouco. ㅡ Pri respondeu. ㅡ Você não olhou o grupo?

ㅡ Gente, ontem foi um dia tão corrido... ㅡ Murmurei. ㅡ Desculpa. O que rolou?

ㅡ Thiago saiu do grupo. ㅡ Lucca deu de ombros me fazendo olha-lo. ㅡ E me deixou no vácuo desde ontem.

ㅡ É sério? ㅡ O encarei, com uma expressão de decepção.

Uma sensação ruim.

Infelizmente, sim.

ㅡ Eu... eu... ㅡ Gaguejei, hesitante. ㅡ Desculpa, Lucca, isso tudo é culpa minha.

ㅡ O que? Não, Maya! Não é verdade!

ㅡ Mas eu que fiz ele ficar dessa maneira. ㅡ Exclamei, em pura agonia. Eu estava me sentindo péssima.

ㅡ Você não gostava dele como namorado, Maya! ㅡ Priscila chamou minha atenção. ㅡ Você não tinha obrigação de gostar dele da mesma forma. Não mandamos no coração.

ㅡ Não mandamos mesmo. ㅡ Afirmei, abaixando minha cabeça. ㅡ Não queria deixar vocês em um clima estranho.

ㅡ Não foi culpa sua, amiga. Fica tranquila.

Assenti, ainda meio receosa, até que a Rebeca chegou e nós três fomos para a sala. Lá, contamos tudo o que rolou para a Rebeca que se irritou na mesma hora.

Não acreditava que aquilo estava acontecendo comigo. Não mesmo.

*
Sentei-me no sofá, me enclinei tirando os meus tênis logo voltei a posição normal encostando minhas costas ali. Fiz uma expressão confusa ao ver que havia uma caixa enorme ao meu lado.

Enclinei-me pegando a mesma e vendo que havia um pequeno cartãozinho lá. Peguei-o, li o que estava escrito e por sorte era o meu nome; Para Maya.

Sem demorar muito abri a caixa rasgando-a por inteira, meu coração pulsou na mesma hora, em seguida arregalei meus olhos ao ver que lá estava um vestido preto. Que, na verdade, era O VESTIDO.

Simplesmente, abri minha boca num perfeito O ao ver a beleza que tinha dentro daquela caixa. Era um vestido longo preto de um tecido fino, com alças finas e um pequeno decote na frente.

ㅡ Gostou? ㅡ Ergui meu olhar assim que ouvi a voz da minha mãe, que estava encostada no final da escada.

ㅡ Mãe... ㅡ Sussurrei, levantando a mão e erguendo o vestido. ㅡ Foi... foi a senhora?

ㅡ Sim.

ㅡ Mas... esse vestido não cabe no orçamento. ㅡ Tentei justificar, porém, ela balançou a cabeça se aproximando.

ㅡ Agora cabe. ㅡ Ela deu de ombros. ㅡ Comprei para amanhã. Vai ser o seu dia e eu quero que esteja a altura.

ㅡ Oh, mãe... ㅡ Murmurei deixando o vestido em cima da caixa e me aproximando dela. ㅡ Obrigada, mãe. Eu te amo.

ㅡ Eu também te amo. ㅡ Ela sussurrou antes de rodear seus braços sobre meu ombro e me abraçando.

•••

Meu Melhor AmigoOnde histórias criam vida. Descubra agora