04_ Emprego?

739 41 2
                                    

ㅡ Oi, meu amor! ㅡ Minha mãe sorriu assim que eu cheguei em casa e fechei a porta atrás de mim.

O primeiro dia de aula já tinha acabado, eu e o pessoal trocamos os números e agora eu já estava em casa. Sinceramente, eu tinha gostado muito do meu primeiro dia na faculdade e principalmente pelo fato de eu ter feito amizade logo no meu primeiro dia.

Agora eu já me sentia mais confiante.

ㅡ Oi, mãe. ㅡ Abri um sorriso colocando a minha bolsa no sofá e me jogando nele.

ㅡ Como é que foi o primeiro dia? ㅡ Ela saiu da cozinha, me fazendo perceber que ela ainda estava usando a roupa do trabalho.

ㅡ Interessante ㅡ Afirmei enclinando minha cabeça olhando para o teto.

ㅡ Em qual sentindo?

ㅡ As aulas são incríveis, e mesmo com o tanto de livros que eu tenho que ler eu gostei bastante. ㅡ Comentei. ㅡ E, por incrível que pareça, fiz amigos.

ㅡ Amigos?

ㅡ Amigos ㅡ Concordei abrindo um sorriso. ㅡ A senhora não deveria estar no trabalho?

ㅡ Sim, eu só esqueci mesmo uma coisa. Mas, já estou saindo. ㅡ Ela ergueu as mãos saindo da porta da cozinha. ㅡ O almoço já ta ali. Ah, sabe se o Apolo vem?

ㅡ Aparentemente, sim. ㅡ Concordei levantando do sofá e pegando a minha bolsa. ㅡ Até mais tarde, mãe.

ㅡ Até mais tarde. ㅡ Ela sorriu pegando a bolsa dela antes de mandar um beijo no ar e sair de casa.

Tirei o celular da minha bolsa enquanto subia as escadas, desbloqueava o mesmo e entrando no meu quarto em seguida. Havia 5 mensagens, uma era do Apolo e os outros era de números desconhecido. Claramente, o bonde da escola.

Apolo- Você ainda não gosta dela, né?

Maya- É claro que não. Na escola ela tentava aquela coisa besta de bullying.

Mandei a mensagem pendurando minha bolsa, me sentei na cama e me enclinei para tirar meus tênis. No entanto, outra mensagem chegou.

Apolo- Rancorosa.

Maya- Idiota.

Apolo- Já chegou em casa? Quero sua opinião de qual peça improvisada você quer que eu fale.

Maya- Nenhuma.

Joguei o celular do meu lado e terminei de tirar meus tênis, coloquei eles embaixo da cama e me levantei indo até o meu guarda-roupa.

O celular, novamente, tocou me fazendo voltar e pega-lo.

Apolo- Um par para o baile ou 29 Encontros?

Aquela era uma referência nada haver, mas quando estávamos no ensino médio uma antiga colega nossa escrevia peças e dava para a gente fingir, ou melhor, interpretar os personagens dela. E Um par para o Baile e 29 Encontros era uma das principais.

Maya- Prefiro morrer. E você ainda sim lembra? Sinceramente, até fiquei surpresa quando você recitou a Oh, Julieta.

Apolo- Surpreenda-se, my dear Maya.

Revirei meus olhos enclinando minha mão pegando uma roupa qualquer, logo sai do quarto e entrei no banheiro.

Maya- Você não tem faculdade pra ir, Cozinheiro do Chernobyl?

Apolo- Ai, meu Deus! Quase esqueci.

Ele ficou offline me fazendo ri deixando meu celular em cima da pia e em seguida comecei a tomar um banho gelado para tirar aquele calor.

Após terminar, guardei todas as coisas antes de descer as escadas e ir para a cozinha comer. Deixei o celular em cima do balcão, peguei o prato de dentro da geladeira, joguei o plástico fora e coloquei no microondas.

Me encostei no balcão na intenção de esperar, porém, uma ideia super louca surgiu na minha cabeça. Peguei o celular, abri o contato do meu pai e mandei mensagem para ele.

Maya- Pai? O que você falaria se eu tentasse arrumar um emprego?

Desliguei a tela do celular colocando novamente ele no balcão e cruzei meus braços esperando que ele respondesse.

A gente tinha um jeito estranho de se comunicar. Como meu pai trabalha pela noite, ele dorme a manhã inteira e as vezes acorda só 12h ou 13h. E quando eu tenho que falar algo com ele, é só mandar mensagem que ele acorda achando que é o alarme e assim por diante.

ㅡ 3... 2... 1... ㅡ Contei rindo ouvindo passos descendo as escadas, não demorou muito para que ele estivesse na porta da cozinha com o seu pijama engraçado e o celular em mãos.

ㅡ O que?

•••

Meu Melhor AmigoOnde histórias criam vida. Descubra agora