38_ Ciúmes.

477 31 0
                                    

De primeira, eu pensei em milhares de perguntas para tentar entender aquela situação. Primeiro, por que a Lina estava com o telefone do Apolo?

Segundo, por que raios eu senti ódio asim que ouvi aquela voz?

Ah, ok. Aquele bendito ensino médio.

Apertei os olhos com força desligando a ligação após obsorver aqueles longos segundos. Abaixei o celular e encarei a tela do mesmo me perguntando o porquê de eu estar sentindo aquilo.

De novo.

ㅡ O que foi? ㅡ Meu pai perguntou chamando a minha atenção.

ㅡ Não era ele. ㅡ Afirmei, mordendo o interior da minha bochecha. ㅡ Era a... Lina.

ㅡ Lina? ㅡ Meu pai fez uma expressão confusa, em seguida se afastou. ㅡ Ele deve tá na faculdade, então. Não se preocupe, mais tarde ele estará aqui.

Assenti ouvindo seus passos se afastado, em seguida a porta do porão ser fechada. Voltei a observar o quadro na minha frente e erguendo a mão colocando o celular em cima da mesa.

Por que eu estava sentindo aquilo? É claro que eu tinha acabado de perceber que eu nunca deixei de gostar do Apolo, mas mesmo assim. O que eu estava sentindo não era nada mais, nada menos que ciúmes.

Abaixei minha cabeça no mesmo ritmo que meus ombros. Em seguida me levantei da cadeira pegando o quadro, coloquei ao lado dos outros e peguei uma das telas brancas.

Coloquei sobre o cavalete, peguei a paleta de cores e o pincel. Novamente, Apolo estava na minha cabeça e eu precisava extravasar o que eu não conseguia dizer com palavras.

*
Lavei minhas mãos assim que terminei jantar, atrás de mim já pude ouvir os passos inquietos da minha mãe. Franzi minha testa enxugando minhas mãos antes de me virar e olha-la.

Ela estava encostada no balcão que tinha ali e me encarava com os braços cruzados.

ㅡ O que foi? ㅡ Questionei, cruzando meus braços também enquanto me encostava na pia.

ㅡ Seu pai me disse que você estava um pouco chateada em relação ao Apolo. ㅡ Ela me analisou de cima abaixo.

ㅡ Mãe, não é nada demais. ㅡ Murmurei.

ㅡ Seu pai não me falaria se não fosse. ㅡ A sua resposta me fez abaixar os ombros hesitando por alguns segundos.

ㅡ Eu fiz o que a senhora falou. Observei as duas pessoas e percebi as coisas que eu sentia com cada um delas. ㅡ Comecei a explicar, hesitante.

ㅡ E qual foi a conclusão?

ㅡ Ainda gosto do Apolo. ㅡ Afirmei, erguendo as mãos. ㅡ O que eu mais temia aconteceu. Os sentimentos voltaram e eu fiquei com ciúmes pelo fato que... a Lina atendeu!

ㅡ Hm... ㅡ Minha mãe balançou a cabeça concordando. ㅡ E o que você vai fazer em relação a isso? Vai fazer a mesma coisa que o ensino médio? Deixar que tudo se repita?

ㅡ E eu tenho que dizer a ele? ㅡ Questionei, erguendo a sobrancelha.

ㅡ Eu aconselho a você fazer isso, Maya. Você não disse no ensino médio e ficou com o coração partido por anos.

ㅡ Mas, mãe, ele continua sem sentir nada  por mim!

ㅡ Ele nunca disse isso. ㅡ Ela se aproximou pegando em meu ombro. ㅡ Conversa com ele, filha, por favor. Lhe garanto que se colocar tudo para fora vai se sentir bem melhor. ㅡ Ela abriu um sorriso em seguida. ㅡ E, quem sabe, descobre algo surpreendente.

A mesma piscou o olho sorrindo maliciosa antes de sair da cozinha me deixando confusa.

•••

Meu Melhor AmigoOnde histórias criam vida. Descubra agora