34_ O quadro.

401 25 0
                                    

O resto da noite se seguiu com todos nós conversando naquela praça enquanto comíamos. No meio de tantas conversas eu evitei ao máximo voltar a cruzar olhares com o Apolo.

Eu admiti que fiquei um pouco incomodada com algo. E, de algum jeito, toda a minha atenção foi roubada quando o Thiago pegou na minha mão e um silêncio surgiu na mesa por alguns segundos.

Ninguém se pronunciou, só olhou para aquilo e voltou a conversar. De início eu me senti envergonhada e até quis me enfiar num buraco, entretanto, eu consegui apenas sorri e continuar aquela conversa.

Depois disso, cada um foi para a sua casa. Apolo decidiu que iria para a casa dele e que, no dia seguinte, voltaria. No final, ao chegar em casa só consegui tomar banho e deitar na cama.

Agora já era segunda-feira, pela manhã, exatas 06:40 da manhã. Eu me encontrava agora na frente do espelho decidido de que forma eu deixaria o meu cabelo.

Pensei, pensei, pensei até que eu simplesmente passei a escova e deixei ele solto mesmo. Caminhei até a minha estante de livros e fiz uma expressão pensativa. Eu gostava de ler, na verdade, eu era apaixonada por leitura. Entretanto, os dias tem sido tão corridos com a faculdade que eu não estava lembrando.

Corri meus dedos pelos livros, puxei um com o maior cuidado e analisei a capa. Fazia pouco tempo que eu havia comprado ele pela internet, mas eu não havia lido nenhuma página ainda. A capa continha três pessoas nela, um homem no meio de duas mulheres e o nome era As Gêmeas do Amor.

Peguei o livro, coloquei dentro da minha mochila junto com os fones, enfiei o celular no bolso e sai do quarto.

ㅡ Bom dia, pai! ㅡ Sorri para meu pai assim que vi ele saindo do quarto dele com um sorriso grande.

ㅡ Bom dia, minha filha. ㅡ Ele me acompanhou pelo corredor e descemos as escadas. ㅡ Nem vi você chegando ontem.

ㅡ Você não estava em casa, né, pai. ㅡ Afirmei, num tom sarcástico enquanto entrava na cozinha. ㅡ Bom dia, mãe.

ㅡ Bom dia. ㅡ Ela sorriu colocando a cafeteira, já cheia, em cima da mesa. ㅡ Olha, eu já tenho que ir para o trabalho. Nem deu tempo de fazer o almoço.

ㅡ Meu amor... ㅡ Meu pai foi até ela e a abraçou. ㅡ Eu faço o almoço, tá tudo bem. Não fiquei acordado a noite toda, então estou bem disposto. Posso fazer o almoço.

Sorri com isso me enclinando, pegando a cafeteira, despejando o café no meu copo.

ㅡ Obrigada, querido. ㅡ Minha mãe deu um selinho no meu pai. Revirei meus olhos fingindo nojo, pegando as torradas que tinha ali.

Percebi que o meu celular estava vibrando, peguei o mesmo e me sentei na cadeira pegando uma torrada com a outra mão. Era uma mensagem do Thiago.

Thiago- Oi, Maya! Bom dia!
Vem para a facul?
Se não for muito incômodo, assim que chegar na faculdade pode me encontrar na sala de artes?

Franzi minhas sobrancelhas com aquela mensagem do Thiago. Até pensei em fazer um monte de perguntas, porém, apenas dei de ombros desligando a tela do celular antes de voltar a comer.

Revirei meus olhos ao ver meus pais num clima.

*
Caminhei pelos corredor artístico enquanto observava as salas procurando a qual Thiago disse que estaria. Assim que eu a encontrei, empurrei a porta e vi que o mesmo estava sentando em uma das mesas na frente de um quadro.

Adentrei na sala tentando não fazer barulho, em seguida me aproximei dele vendo que ele estava voando em seus pensamentos enquanto pintava. Meu coração palpitou.

Assim que eu reparei mais naquele quadro que o Thiago estava pintando, percebi que era... Eu. Atrás de mim havia aquele mesmo jardim da República repleto de flores lindas.

Dei um passo para atrás pela surpresa, porém, eu acabei tropeçando nos meus próprios pés e acabei caindo no chão fazendo um barulho enorme.

Não deu tempo de fazer nada porque o Thiago me olhou na mesma hora e arregalou os olhos ao me ver.

•••

Meu Melhor AmigoOnde histórias criam vida. Descubra agora