07_ Eu também amo você.

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Larguei o livro em cima da mesa após terminar de ler, no entanto, percebi que ainda estava na metade dele e eu precisava ler mais.

Olhei para atrás procurando pelo Apolo e percebi que ele estava deitado com os olhos fechados e com os MEUS fones no ouvido. Sorri travessa levantando lentamente da cadeira, peguei uma caneta preta e caminhei lentamente até a minha cama.

Me enclinei sem fazer nenhum barulho enquanto tirava a tampa na caneta ㅡ lembrando que não era uma caneta normal, e sim um daqueles indrocores que pareciam mais caneta permanente ㅡ, e enclinei minha mão para rabisca-lo. Só que quando estava bem próximo do rosto dele, Apolo segurou meu braço antes me fazendo tomar um susto.

ㅡ Nem pense nessa possibilidade.

ㅡ Você não estava dormindo??

ㅡ O meu xamã estava de olho em tudo por mim. ㅡ Ergui minha sobrancelha assim que ele falou e abriu um sorriso inocente. ㅡ O que você estava pensando em fazer?

ㅡ Te maquiar. Tá na moda maquiar melhor amigo, ou namorado, mas você é único que sobrou. ㅡ Abri um sorriso convencido na intenção de convencê-lo.

ㅡ Eu posso ser os dois.

De repente, acabei me engasgando com a minha própria saliva assim que ele terminou de falar e me olhou sem emitir reação alguma.

ㅡ Eieiei, Maya! Calma! ㅡ Ele riu dando tapinhas nas minhas costas enquanto me ajudava a sentar. ㅡ O que foi? Seu veneno escorreu?

ㅡ Idiota! ㅡ Dei um tapa em seu braço voltando ao normal. ㅡ O que você disse?

ㅡ Sobre o seu veneno?

Revirei meus olhos erguendo minha mão e empurrando a testa dele, com isso ele soltou uma risada.

ㅡ Antes disso, seu jumento. ㅡ Reclamei.

ㅡ Ah... sobre ser os dois? Pode ser por um dia, ue. A gente faz make junto e posta. ㅡ A explicação do Apolo foi tão direta que me fez encara-lo atentamente observando cada traço dele. Eu conseguia o Apolo, entendia ele e sabia ler entre as entrelinhas.

ㅡ O que você quer?

ㅡ Como assim?

ㅡ Apolo, eu lhe conheço faz anos. Não aja como se fôssemos estranhos. ㅡ Cruzei meus braços erguendo a sobrancelha. ㅡ Vai, vai, vai! Desembucha.

Ele suspirou revirando os olhos se enclinando e pegando o meu celular que estava na escrivaninha ao lado da minha cama.

ㅡ Quem é esse Thiago? ㅡ Ele estendeu o meu celular numa conversa aberta do Thiago. E sim, cada um de nós sabia da senha um do outro e ele invadia meu celular como se fosse dele.

ㅡ Ah... ele é um dos amigos que eu fiz hoje na facul. ㅡ Franzi minha testa. ㅡ Por que?

ㅡ Você nem me disse que estava com pretendente. ㅡ Ele jogou o celular e cruzou os braços emburrado.

ㅡ Pretendente? Não, Apolo, pelo amor! Eu fiz amizade com o Thiago hoje, e a gente nem se conhece direito. ㅡ Justifiquei. ㅡ E eu não te contei porque eu não achei relevante.

ㅡ Não é relevante? Não posso deixar que você arrume outro melhor amigo e me deixe de lado!

ㅡ Apolo, escuta. ㅡ Coloquei minhas duas mãos nas bochechas do Apolo. ㅡ Você é irritante demais e só existe um de você. Onde é que eu arrumaria um tão irritante quanto você?

ㅡ Eu sei que você me ama, Maya. Pode dizer com todas as letras. ㅡ O sorriso convencido dele me fez revirar os olhos levantando da cama e voltando para a mesa. ㅡ Diga.

ㅡ Arg... ㅡ Revirei meus olhos voltando a minha cadeira e me sentei lá. ㅡ Eu também amo você.

Sussurrei.

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Meu Melhor AmigoOnde histórias criam vida. Descubra agora